Luiz de Mattos nasceu em Portugal, no dia 3 de janeiro de 1860. Esse grande benfeitor e humanista, cujos ensinamentos são sempre atuais, ao codificar a escola filosófica do Racionalismo Cristão, legou a todos nós um código de conduta exemplar. Se postos em prática, seus preciosos ensinamentos levam o ser humano a ter uma vida mais feliz, harmônica e com excelente qualidade baseada sempre nas leis evolutivas, que são naturais, imutáveis que regem o Universo.
Nos negócios com o café nada era feito sem consulta a Luiz de Mattos, que emitia parecer brilhante graças a sua competência e dedicação ao trabalho, com muita simplicidade, o que lhe permitiu ganhar fortuna. Autodidata que colaborou em diversos jornais de Santos, com seu espírito abolicionista e de convicção republicana, sempre defendendo os fracos e oprimidos, ocupou honrosos cargos, como presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos e vice-cônsul de Portugal em Santos, proporcionando exemplos edificantes.
Em 19 de dezembro de 1916 fundou o jornal A Razão, reunindo o que de melhor exista entre os jornalistas e que se firmou no conceito público dando sempre o direito de resposta a todos. Sempre na defesa da questão social, e com pensamentos a frente de seu tempo, Luiz de Mattos lutou pela jornada de trabalho de oito horas, casa própria para empregados, sistema previdenciário, entre outros benefícios.
Com o objetivo de levar o esclarecimento espiritual a muitos de nós, há 105 anos era publicado a primeira edição, e como capa, um artigo de Luiz de Mattos, intitulado “A nossa razão de ser”, que discorria sobre os desmandos políticos e a manipulação de informações divulgadas à população. O manifesto era uma forma de demonstrar a independência da filosofia racionalista cristã, livre de influências governamentais e mercadológicas.
Nas aspirações que a juventude acalentava ao reivindicar universidade pública de qualidade, em confronto com a visão governamental de que os movimentos juvenis eram influenciados por um novo sistema social, político e econômico contrário ao existente no Brasil, A Razão aconselhou o diálogo sereno entre as partes, como meio hábil de se conseguir conquistas sólidas e duradouras, sem arroubos de ganho fácil.
O bom jornalismo se fez presente também no combate ao racismo em nível mundial por ocasião do assassinato do líder religioso americano Mr. Martin Luther King Jr., na implantação do Estatuto da Mulher no Brasil, com textos apropriados de Maria Cottas em sua defesa, na queda do muro de Berlim, pondo fim à “guerra fria”, assim denominado o estado de tensão beligerante que dominava o mundo.
A Razão tem escrito em sua história, o hábito de defender e levantar pautas humanitárias e o clamor por justiça social. O que, muitas vezes, foi encarado como absurdo, pois eram ideais a frente dos que eram então pregados. Esta inestimável obra que Luiz de Mattos nos deixou sempre caminhará a frente, para que os valores, da filosofia racionalista cristã sigam sendo propagados.