Percebe-se que ainda há por parte da sociedade poucas abordagens de cunho espiritual sobre a questão dos desafios do mercado de trabalho, principalmente para os jovens, apesar da importância dele.
Nota-se, ainda, que há pouco interesse da comunidade acadêmica em relação à espiritualidade, com raríssimas exceções, e certo desconhecimento do público geral sobre aspectos transcendentes da vida. O resultado disso? Uma sociedade cada vez mais individualista, que não dá valor a si mesma e a sua missão.
É muito importante levar maior consciência espiritual aos jovens que buscam entrar no mercado de trabalho, aos que já estão trabalhando e àqueles que ainda não vislumbraram sua verdadeira vocação profissional. Essa consciência certamente vai representar um grande diferencial em suas experiências corporativas e individuais.
Quanto mais ética e consciência moral houver na vida do jovem, maior equilíbrio emocional ele terá. No entanto, se a mente dele está vazia de projetos construtivos e ideais nobres, maior é a chance de ele se ver vítima de pensamentos prejudiciais e auto sabotadores.
Claro que a formação técnica e acadêmica muito contribui para o sucesso profissional. Não se pode negar isso. Afinal, é fundamental uma educação de qualidade a todos. O mundo atual está cada vez mais tomado pela tecnologia, por produtos e serviços modernos, desde os mais simples aparelhos eletrônicos aos mais sofisticados softwares, desde os serviços mais indispensáveis aos mais personalizados. Por isso, não se pode deixar de incentivar o estudo e a busca constante pela excelência.
Isso não quer dizer que se possam deixar de lado os conhecimentos e informações de cunho espiritual. Sem eles, a vida do ser humano pode até ser bem-sucedida do ponto de vista material, mas será sem dúvida ruim do ponto de vista ético, moral e humano.
Os jovens se encantam com as novidades da vida adulta. Isto é absolutamente normal e até esperado, mas é sempre bom lembrar que a espiritualidade é livre de espaço-tempo e, se não há conexão com a espiritualidade, fica mais difícil se esforçar para fazer um trabalho bem-feito, para aprimorar a criatividade, para não perder o entusiasmo.
Uma dessas novidades é a entrada no mercado de trabalho. Esse é um momento único na vida dos jovens, pois representa uma oportunidade de autorrealização e autoafirmação. Não se esqueçam, porém, da importância de manter a mente aberta a pontos de vista diferentes e até contraditórios. Quanto mais receptivos estiverem, melhor será sua autopercepção. E isso vale para todos, mas principalmente para os jovens. Assim, estarão em melhores condições para desenvolver sua sensibilidade e muitos outros atributos importantes, como por exemplo a inteligência e a criatividade.
Vive-se em um mundo extremamente competitivo. Os jovens precisam estar sempre antenados, sempre aprendendo com rapidez. Todos estão diante de um excesso de informações. É um desafio absorvê-las da maneira correta. O que pode ajudá-los neste sentido? Certamente o campo da espiritualidade: disciplina, autocontrole, capricho, honestidade, serenidade, força do pensamento, organização e relacionamentos saudáveis são a chave para uma vida profissional de sucesso.
Seguindo esses valores espirituais divulgados e defendidos pelo Racionalismo Cristão, todos podem crescer de maneira limpa e honesta, sem “pisar” a cabeça de ninguém para subir na carreira, sem se deixar levar por um sentimento de “vitimização” ou transferindo aos outros a responsabilidade pelo próprio insucesso. Quer dizer, logo se percebe que é possível assumir as rédeas da própria vida. Agir de acordo com esses princípios inevitavelmente traz maior paz de espírito e equilíbrio emocional.
A moral relativa e a busca incessante pelo prazer não são a real finalidade da vida, muito menos a dos jovens. Seguir os valores espiritualistas do Racionalismo Cristão ajuda a superar os desafios do presente, principalmente os mais decisivos.
Viver os princípios espirituais no dia a dia é um caminho seguro para que os jovens entendam melhor a realidade, a causa dos fenômenos, o porquê das coisas. Neste sentido, é muito importante o autoconhecimento, isto é, uma autoanálise mirando sempre mudanças positivas.
Jovens, a espiritualidade não é um conjunto de conhecimentos abstratos. É, isto sim, uma força viva, inesgotável, que exige engajamento em projetos, mobilização e, acima de tudo, empenho na construção de uma sociedade melhor para todos. O jovem deve ser o protagonista de seu futuro. Até porque a vida não tem “controle remoto”, a pessoa tem que se levantar e fazer.
Todos que estão ingressando no mercado de trabalho precisam fortalecer-se mental e espiritualmente. É preciso estruturar-se intelectualmente, sem cair em preconceitos tolos e em uma visão limitada da realidade. Isto só é possível por meio da vivência de valores espirituais, os quais dão a força e clareza necessárias para se seguir em frente.
Os pais certamente têm papel fundamental neste contexto. Cabe a eles incentivar nos jovens o diálogo e maior abertura à espiritualidade. O Racionalismo Cristão sempre estará ao lado das famílias e dos jovens, apoiando-os com sua irradiação de amor e fraternidade.
Em qualquer método de ensino, especialmente na educação de crianças e jovens, é preciso que as pessoas se conscientizem acerca do antigo aforisma “ninguém pode dar o que não possui”. Portanto, os pais devem estar preparados para ministrar as lições necessárias à boa educação dos filhos, entre as quais se inclui a importância do trabalho como parte fundamental ao honrado desenvolvimento do ser humano. Contudo, muitos pais iniciam a transmissão desses valores tarde demais, normalmente quando os filhos já ingressaram no mercado de trabalho, o que torna bem difícil o entendimento e a aceitação de novos conceitos. Logo, a observação dos pais deve voltar-se às peculiaridades próprias de cada faixa etária dos filhos, sabedores de que as crianças possuem subconsciente amoldável, são perceptivas e sensíveis às influências das boas orientações ministradas.
Qualquer área do conhecimento humano é importante, desde que a pessoa se afine com ela. Qualquer que seja a profissão que o jovem escolha hoje, ao se formar ou ela não mais existirá ou já se terá modificado totalmente. Mas, seja qual for a escolha da profissão, lembrar-se que os grandes vultos da história se destacaram por terem escolhido o campo da pesquisa, em sua área de conhecimento.