No que se relaciona às diversas possibilidades de ação que se apresentam ao ser humano, é imprescindível estabelecer uma distinção entre as que levam ao vazio existencial e as que proporcionam a realização dos mais elevados objetivos. O itinerário que conduz ao porto seguro dos princípios da espiritualidade divulgados pelo Racionalismo Cristão, que permitem, por seu turno, a conquista da felicidade, é marcado por um bom uso da razão, por escolhas feitas com ponderação e por uma intensa força de vontade direcionada à prática constante e desinteressada do bem.
Aqueles que se utilizam da razão em benefício de seu progresso espiritual alcançam facilmente um ponto de estabilidade que conspira, por assim dizer, com seu sucesso e com a ampliação de seu caráter. A conduta serena e responsável de tais pessoas dá mostras do valor e da importância de fundamentar a vida em princípios espiritualistas, que retiram o ser humano da obscuridade própria do materialismo e dissipam as incertezas de que o mundo está cheio.
Há os que, desprezando os valores transcendentes, se deixam levar pelas ilusórias aparências do materialismo e pela efemeridade das sensações que o corpo lhes proporciona. A sensibilidade de tais pessoas repousa na superfície dos fenômenos da vida, e não na substância de seu conteúdo. Por essa razão, afastam-nas do encontro com elas próprias, ou seja, da autoconsciência. Errantes, pusilânimes e instáveis, desviam-se elas, por meio de suas atitudes egoístas, do eixo irradiador de segurança que são os princípios espiritualistas que o Racionalismo Cristão defende.
Entre as duas possibilidades anteriormente expostas, há o grupo daqueles que, em determinado momento da vida, tiveram contato com a magnificência dos princípios racionalistas cristãos, reconhecendo o valor do amor ao próximo, ao trabalho, da disciplina e da honestidade, mas não alcançaram, infelizmente, a força moral para neles direcionar a própria existência. Aturdidos pelo nevoeiro da materialidade, perderam-se da rota, deixando-se levar pelos ventos da vaidade. Contudo, quando se permitirem guiar pelo farol da transcendência, poderão reencontrar a paz no oceano da espiritualidade.
Como a pandemia do coronavírus no ano de 2020 abalou profundamente a sociedade e pôs em evidência a necessidade do ser humano se religar ao transcendente para dali absorver forças que o permitam prosseguir em sua trajetória, cabe anunciar eloquentemente a existência de princípios cuja nota principal é a solidez, a imutabilidade. Os princípios da espiritualidade são libertadores – não haja dúvida –, e a simples consciência de sua existência representa o limiar de uma era de profundas transformações.
As melhores iniciativas, os projetos verdadeiramente altruístas e as generosas contribuições em favor do próximo nascem de ideias fecundadas pelos conteúdos da espiritualidade, razão pela qual eles são tão importantes e dignos de atenção. É certo que toda reflexão filosófica digna deste nome não é a que busca explicações nas coisas exteriores da vida, mas a que penetra no âmago das questões para dali retirar a essência, buscando compreender a profundidade de sua significação.
Às pessoas que, entusiasmadas pela possibilidade de uma vida sem esforços e lutas, vão protelando a tão necessária revisão de conceitos e a retomada das rédeas da própria vida, bem como àquelas que estão cientes de suas responsabilidades, mas que buscam reforçá-las por meio do estudo, consagramos inteiramente a presente reflexão. Estejamos certos de que não somente o encontro com os princípios da espiritualidade defendidos pelo Racionalismo Cristão, irradiadores de sabedoria e paz, mas também o itinerário consciente que conduz a eles são as mais válidas experiências que o ser humano pode ter neste planeta de escolaridade.
Muito Obrigado!