Ao aproximar-se a tempestade derruba suas folhas, quebra galhos e, dependendo da sua força, arranca árvores. As pessoas se abrigam, se escondem, fecham portas e janelas e, em muitos lugares e épocas, reforçam com tapumes de madeira as partes mais frágeis de suas casas. Muitas ainda vão para abrigos subterrâneos quando essas tempestades se avolumam tornando-se furacões, tufões. Na nossa vida também acontecem tempestades, algumas de tamanha intensidade que temos a sensação de estarmos no olho do furacão (que até virou nome de filme em 2018). Simplesmente somos sugados e ficamos rodopiando, totalmente fragilizados e sem rumo, à mercê da ferocidade do vento. Tudo parece uma eternidade. Mas a tempestade passa… vai para outros lugares ou se esvai no oceano. E as pessoas vagarosamente saem de seu lugares de segurança. Abrem as portas, despregam as janelas, olham boquiabertas e incrédulas para os estragos ocorridos.
Então levantam os móveis que foram derrubados, varrem as folhas, retiram os galhos, replantam as arvores, enterram seus mortos, quando encontrados, cuidam dos seus feridos e a vida continua. As tempestades fazem parte da natureza e vêm para todos, assim como a bonança.
Cada emanação da Inteligência Universal, na condição de ser humano, veio à Terra consciente de suas responsabilidades e agarrou com todas as suas forças mais esta oportunidade de poder expor-se e brigar honradamente para galgar mais um degrau da sua escada evolutiva.
É certo que pela sábia lei do esquecimento não nos lembramos de tudo isso, e ao menor sinal de perigo e/ou contrariedade a grande maioria suplica por ajuda, se julga injustiçada pelos acontecimentos ou simplesmente revoltados com Deus, que os desamparou.
Porém a espiritualidade orientada e ensinada no RC nos dá um Norte: é preciso recolher o que sobrou, consertar o que for possível, remendar o que seja necessário. Será o nosso abrigo e nos dará a convicção de que, apesar da hostilidade do vento e da chuva, não passam de fenômenos da natureza, que nos permitiram o tempo necessário para os nossos conhecimentos como parte do Todo Universal. Então quando tudo isso passar e estivermos em outras dimensões, porque, com certeza, é para lá que almejamos ir, seremos simplesmente gratos pela escola pela qual passamos, pelos mestres que seguimos e pelo aprendizado que conquistamos.