Nomes mais conhecidos do empirismo britânico – 5

História do racionalismo – 133

Filho do pensador escocês James Mill, radicado na Inglaterra desde 1802, John Stuart Mill nasceu em Pentonville, subúrbio de Londres, no dia 20 de maio de 1806.

A obra desse futuro filósofo que acabara de nascer em Londres haveria de chegar a ponto de fazer sombra a outros filósofos do século XIX, entre os quais seu pai. Os historiadores da filosofia apontam os cinco porquês de ter acontecido isso:  

1. As contribuições de John Stuart Mill para a filosofia seriam consideradas de maior importância.

2. Ele se tornaria o pensador liberal de maior influência no século XIX.

3. Destacar-se-ia como uma das proeminentes figuras do utilitarismo.

4. Viria a ser um dos expoentes da respeitável lista dos seis maiores filósofos do empirismo britânico (cinco dos quais já tematizados nesta história do racionalismo).

5. Seria considerado também um dos maiores representantes da filosofia liberal inglesa.                          

Altíssimo QI. John Stuart Mill estava ainda em tenra idade quando James Mill percebeu a extraordinária inteligência de seu primeiro filho. Tal descoberta induziria o pai a se encarregar da formação intelectual do superdotado primogênito, trabalho que se revelaria de grande valor para o guri e muito o influenciaria.

Assim, graças a seu altíssimo QI e tendo o pai como professor, Stuart Mill, com apenas 13 anos, já tinha elevados conhecimentos de lógica e de economia. Com 14, além de ter lido os clássicos greco-latinos, também havia  conseguido adquirir considerável conhecimento tanto no campo da matemática quanto no da história.

Nível universitário aos 15 anos. Ainda com 14 anos, viajou para o sul da França e se hospedou na casa de Samuel Bentham, irmão do filósofo Jeremy Bentham. Enquanto esteve nesse país, estudou zoologia, química, metafísica e deu continuidade a seu aprendizado de lógica e matemática.

Ou seja, Stuart Mill, com apenas 15 anos, já possuía formação intelectual equivalente ao nível universitário de sua época.

 Utilitarismo. O interesse dele pelo utilitarismo teve início bem cedo: era ainda um garoto. Isso realmente confirma que o fato de o pai ter assumido o papel de professor de Stuart Mill seria de grande influência e valor para o filho. Haveria, inclusive, de incentivá-lo a crescer disposto a juntar-se aos chamados “filósofos utilitaristas”, dentre os quais o próprio pai, chefiados pelo pensador inglês Jeremy Bentham.  

Segundo os estudiosos já citados, as ideias das quais resultou a teoria do utilitarismo são produto da filosofia liberal inglesa, especialmente de seus dois maiores representantes: Jeremy Bentham e Stuart Mill.

Doutrina de cunho moral, o utilitarismo defende que o bem deve estar ligado ao que é útil, e o interesse particular ao coletivo, de modo que a satisfação pessoal vincula-se ao prazer que se obtém quando agimos em benefício da coletividade.

Depois de uma breve carreira política, Stuart Mill assumiu, em 1867, a reitoria da Universidade de Saint  Andrews.

Após um período que também não teria sido longo, ele desligou-se da universidade, porém não permaneceu no país. Deixou sua “amada Inglaterra” e foi viver na “querida França”.

Mas não ficou em Paris. Foi morar noutra cidade francesa, Avinhão, onde também tinham residido os papas no século XIV, tempo em que, disse alguém, eles ainda não sabiam que eram homens “infalíveis”.