É inegável que cada um de nós anseia por uma vida melhor tendo por objetivo alcançar a felicidade relativa neste mundo-escola Terra. O alcance desse objetivo depende da forma como os seres inserirem-se nas regras e leis da sociedade em que vivem. Qualquer que seja o esforço que venham realizar neste sentido, tudo passa pelo trabalho para o qual estejam vocacionados de acordo com suas faculdades inatas trazidas em seu projeto de vida. O fator propulsor reside na motivação que, por sua vez, está ancorada na força de vontade.
Desdobramento. Num esforço de definir o que é motivação, os cientistas chegaram à conclusão de que “motivação é a energia propulsora que desperta e mantém os nossos esforços até conseguirmos atingir um determinado objetivo”. Do ponto de vista da pessoa, há diferentes maneiras de usar a motivação, que é função da idade, do meio em que vive a pessoa, do seu interesse, do seu projeto de vida, do lugar que quer ocupar no seio da sociedade etc. Do ponto de vista das empresas, estas buscam construir equipes de trabalho poderosas e se esforçam muito para contratar e treinar pessoas para trabalharem em equipes conduzidas por supervisores que têm por objetivo entregar aos proprietários os melhores resultados para seus investimentos.
Teorias sobre motivação. Dada a importância da motivação, algumas teorias motivacionais foram criadas por pesquisadores, filósofos e psicólogos. Elas foram chamadas de teorias de conteúdo e têm por objetivo descrever e caracterizar as necessidades que realmente motivam as pessoas nas diversas etapas de suas vidas. Aqui, vamos nos limitar às três principais, a saber:
1. teoria de hierarquia de necessidades, de Abraham Maslow (1908 – 1970);
2. teoria do behaviorismo, de B. F. Skinner (1904 – 1990); e
3. teoria da existência, relações e crescimento – ERG, de Clayton Paul Alderfer (1940 – 2015 ).
A teoria de hierarquia de necessidades, de Abraham Maslow, contemplou cinco tipos de necessidades que foram apresentadas em forma de uma pirâmide colorida, que são, contadas da base para o topo da pirâmide: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança íntima (física e psíquica), necessidades de amor e relacionamentos (participação), necessidades de estima (autoconfiança) e necessidades de autorrealização.
Essa classificação hierárquica descortinou uma nova visão sobre o comportamento humano, permitindo não só atender as necessidades físicas primordiais à vida, mas também as necessidades de crescimento e desenvolvimento psíquico do indivíduo (autorrealização). As três primeiras, a partir da base da pirâmide, são chamadas de necessidades deficitárias e as duas últimas, mais no topo, são chamadas de necessidades de crescimento. As necessidades deficitárias são usadas para alcançar algo que falta e as necessidades de crescimento são usadas para obter algo mais desejável.
Para dispensar colocar aqui a imagem da pírâmide, itemizamos como Maslow idealizou a hierarquização de suas ideias em níveis enumerados a partir da base da pirâmide.
1º nível: Fisiologia, abrangendo respiração, comida, água, sexo, sono, homeostase, excreção
2º nível: Segurança, incluindo segurança do corpo, de emprego, de recursos, da moralidade, da família, da saúde, da propriedade
3º nível: Amor e relacionamentos
4º nível: Estima; Autoestima, confiança, conquista, respeito dos outros, respeito aos outros
5º nível: Realização pessoal: moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceitos, aceitação dos fatos
Teoria do condicionamento. Essa teoria, criada por B. F. Skinner (1904 – 1990), psicólogo norte-americano, é baseada no condicionamento humano. Nela, a frequência de repetição ou interrupção de um determinado comportamento é determinada por suas consequências. Assim, um comportamento que leva a conse- quências positivas será mais repetido em detrimento daquele que traz consequências negativas. Essa é a lógica da preferência. Essa teoria não leva em conta a parte emocional cognitiva da mente humana. Apesar de muito criticada, essa teoria é usada por pedagogos e psicólogos.
Teoria ERG. Essa é uma simplificação da teoria de necessidades de Maslow. Seu criador foi o psicólogo norte-americano Clayton Paul Alderfer (1940-2015) que, em 1969, expôs sua teoria reduzindo as cinco necessidades humanas de Maslow em apenas três categorias: existência, relação e crescimento (daí o acrônimo ERG: existence – relations – crescimento ou growth em inglês). Para ele, as diferenças entre os indivíduos e as variáveis como o nível de educação e cultura, e os antecedentes familiares também devem ser levadas em consideração. Ele introduziu também o conceito de frustração: quando a pessoa falha em uma motivação, pode concentrar-se em uma motivação mais baixa dentro de sua escala.
Dessas necessidades, as de crescimento referem-se ao desejo intrínseco de autoestima e autorrealização (desejo de ser criativo, produtivo e de alcançar valores de crescimento espiritual, correspondendo ao quinto nível da escala de Maslow).
Ponto de vista espiritual. As pessoas espiritualizadas têm o potencial de transcender suas aspirações e motivações para transformar sonhos em realidade usando a inteligência, a força de vontade, o bom senso e o livre-arbítrio coerente e conscientemente. Vencendo a inércia de suas decisões, as pessoas adotam atitudes concretas sem medo de errar, colocando o foco de seus objetivos na obtenção dos resultados desejados e não os largando enquanto não conseguirem realizá-los por inteiro. A isso damos o nome de perseverança sustentável. Cada êxito obtido reforça a certeza de ser bem sucedido nas próximas empreitadas. Essas atitudes transformam pessoas comuns em pessoas extraordinárias, colhendo a felicidade relativa que merecem. Suas autoestimas evitarão o surgimento da ansiedade e depressão e as transformarão em líderes bem sucedidos.
Conclusão. Quando uma pessoa se conecta com sua espiritualidade, tende a desenvolver maior consciência de si mesma e do mundo ao seu redor. Essa consciência pode inspirar mudanças positivas em comportamentos, atitudes e relacionamentos. A motivação espiritual pode também incentivar a busca por conhecimento e crescimento pessoal, levando a uma vida de aprendizado contínuo e evolução. Além disso, essa motivação pode servir como uma fonte de inspiração para ajudar os outros, promovendo um ciclo de amor e compaixão que beneficiará tanto o indivíduo quanto a comunidade. Ao abraçar a motivação espiritual, as pessoas podem tornar-se agentes de mudança em suas próprias vidas e nas vidas daqueles ao seu redor.