Consciência de nossos erros

Todos podem errar, mas teimar no erro é persistência vaidosa e nada mais.

Luiz de Mattos

 Pode-se desculpar quando o ser humano erra por falta de esclarecimento espiritual, quando não tem compreensão da verdadeira vida, das leis evolutivas que tudo regem e tampouco do que são e o que fazem neste mundo. Existem, porém, os erros conscientes, que são os que provêm da deformação moral e do caráter, pois o indivíduo tem consciência do que é certo e do que é errado, do que pode e do que não pode fazer porque essa premissa está em seu subconsciente. Teimosamente, ou por rebeldia, contudo, insiste em cometer atos errôneos e andar na contramão da espiritualidade, contraindo débitos espirituais.

Os indivíduos prejudicam a marcha evolutiva quando cometem erros por falta de raciocínio adequado, livre-arbítrio mal orientado e inoperância dos atributos espirituais. Erram por abandono dos princípios éticos e morais que a ele são inatos, os orientam e comandam pelo caminhar neste plano terreno. Não é tarefa fácil o ser humano colocar-se diante das próprias imperfeições e erros, porque os admitir é como estar diante de um espelho, enxergando o próprio lado sombrio com falhas, defeitos e deslizes, fazendo com que saia de sua zona de conforto e o transportando para um campo de batalhas onde terá de lutar consigo mesmo, dando seu melhor.

Admitir os próprios erros frente aos outros é sinal de fraqueza para os menos esclarecidos sobre a vida espiritual. Pensam de maneira equivocada que admitir os próprios erros é inferiorizar-se, pondo-se abaixo daquilo que procuram demonstrar para que sejam aceitos pelos outros. Conscientemente sabem de seus erros, porém só os admitem para si  mesmos.

Vida de aparências. Difícil o indivíduo reconhecer seus erros, pois a vaidade, o orgulho e o egoísmo, que nunca foram bons conselheiros, aliados ao receio dos julgamentos alheios, prejudicam e interferem no discernimento do que é ser verdadeiro e autêntico. Viver de aparências, deixando visível apenas o que convém, é como cultivar no íntimo um jardim de ervas daninhas que vão interferir negativamente no processo de evolução espiritual. Assim é também quando a pessoa deixa falar mais alto a materialidade e dá de ombros ao que é correto para fazer apenas o que lhe convém, procurando ocultar onde falhou.

O ser humano é recuperável, basta estar imbuído de vontade inabalável em reeducar-se espiritualmente, recuperando as virtudes, abandonando as inclinações desonestas, reforçando suas convicções morais, retomando o controle de si mesmo, ouvindo a voz da consciência e lançando mão nesta batalha de seus recursos mais eficazes que são seus atributos e faculdades espirituais, retomando as práticas espiritualistas para sagrar-se vencedor. É uma batalha longa e difícil mas necessária. Só devemos satisfação à nossa própria consciência e quem assume e responde por seus próprios erros não deve preocupar-se com o julgamento alheio, pois o bom julgador por si mesmo se julga, dizia Luiz de Mattos.

Perfeição na Terra não existe porque os seres humanos são imperfeitos, tendo em vista que aqui estão para aprender neste mundo de escolaridade nesta inter-relação com nossos irmãos em essência, onde lições são fartamente oferecidas, porque cada um age de acordo com seu nível de espiritualidade.

Portanto, cabe a nós observar os erros alheios, que não devem ser seguidos, e refletir sobre os nossos próprios para que não tornemos a praticá-los. Essa prática de instrução espiritual favorece uma existência com menos erros e mais acertos. O indivíduo erra por abandono dos princípios éticos e morais que a ele são inatos, orientam e comandam o caminhar evolutivo do espírito pelo plano terreno. Os bons hábitos, as práticas morais alinhadas pelo bom senso, equilíbrio, razão e justiça alimentam a consciência que, uma vez respeitada e consultada, configura como mecanismo de direcionamento, de rota segura e de orientação, pois mantém o indivíduo em consonância com as leis evolutivas, promovendo bem-estar crescimento espiritual. O estudo da espiritualidade e sua prática, em todas as situações e meio onde o ser humano estiver inserido, é portanto o caminho pelo qual o indivíduo aperfeiçoa suas virtudes e encontra eco em planos superiores.