Li no jornal A Razão do mês de novembro de 2024 matéria sob o título Trajetória evolutiva do espírito entre o campo de estágio e a Terra, em que o professor Marclei Barbosa Santiago conduz habilmente o seu tema, pelo que fico muito feliz em ter tido a oportunidade do acesso. Então quero dividir com uma dúvida a respeito deste tema: já que o espírito planeja cuidadosamente sua próxima existência física no planeta Terra, até com suporte do Astral Superior, modela e constrói seu corpo humano desde a concepção, o que justifica ou explica as imperfeições que afetam tantos recém-nascidos que os impedem de ter o livre-arbítrio e serem totalmente dependentes dos responsáveis?
Resposta: Estimado, o espírito em campo de estágio realiza seu planejamento, alinhado às leis evolutivas, especificando e mensurando com precisão as metas de seus projetos pessoais, familiares, profissionais e humanitários para serem cumpridos em plano Terra expressando-se na forma humana. Tudo é feito através de autodeterminação consciente, por parte do espírito, tendo seu livre-arbítrio respeitado durante a elaboração de seu planejamento em campo de estágio. Todas as metas de seus projetos são permeadas pela lei de causa e efeito, objetivando seu desenvolvimento e aperfeiçoamento intelectual, moral e espiritual na Terra.
O espírito em campo de estágio tem a compreensão clara de que estará sujeito às injunções típicas de um mundo de relatividades como a Terra, mas ele vem determinado a executar seu planejamento astral e a tudo enfrentar, utilizando acertadamente seus atributos e faculdades. Em princípio, todo espírito deve ter seu livre-arbítrio respeitado e é responsável por suas escolhas, mas na Terra podemos ser vítimas do mau uso do livre-arbítrio por parte de terceiros.
Caso o espírito na forma humana seja portador de anomalias que causem declínio físico e/ou mental que o impeçam de se locomover e/ou raciocinar e utilizar seu livre-arbítrio para tomar suas próprias decisões, ele fica totalmente entregue aos cuidados e à compreensão dos responsáveis e na dependência da aplicação do livre-arbítrio de terceiros. Isto é uma realidade que o espírito poderá vivenciar.
Durante a gestação ou mesmo depois do nascimento, na infância, mocidade, madureza e velhice, vários eventos, circunstâncias, alterações patológicas podem ocorrer com os humanos, como resultado de doenças congênitas causadas por diversos fatores, como infecções, genética e fatores ambientais que se manifestam antes (feto) ou durante o nascimento, afetando a saúde da criança desde o primeiro dia de vida. Podemos citar outros fatores, como a dependência química e/ou doenças infectocontagiosas, por parte da gestante, transferindo ao feto toxinas, infecções viróticas e bacteriológicas; maus tratos físicos e psicológicos aplicados à gestante pelo cônjuge ou outras pessoas que afetem drasticamente o feto; as possíveis vibrações nocivas geradas pela gestante, pai e entes familiares quando acontece por parte destes a rejeição ao feto; e, após o nascimento, maus tratos físicos e psicológicos à criança que podem arrastar-se por todas as fases da existência física gerando sequelas e traumas. Diversos outros fatores, em qualquer fase da existência física, alheios ao livre-arbítrio da pessoa, podem ocorrer e afetar sua formação física e mental, tornando-o dependente parcial ou total do livre-arbítrio de terceiros.
O espírito, ao realizar seu planejamento em campo de estágio, armazenando-o em seu corpo fluídico por deliberação própria, pode decidir passar por determinadas situações em plano Terra, nas fases de gestação, infância, mocidade e velhice, não para sofrer, mas para vivenciar experiências necessárias que o impulsionem a sobrepujar suas inclinações e padrões de comportamento inferiores, adquiridos em anteriores existências físicas, para poder desenergizá-los, aprender e se desenvolver, com o propósito maior de evoluir. Portanto, além dos fatores e circunstâncias a que todos os humanos estamos sujeitos em plano Terra, não podemos descartar em nossa análise e ponderações à questão supracitada, a permanente aplicação da lei de causa e efeito em nosso planejamento feito em campo de estágio e, também, na sua execução em todas as fases da existência física; não como lei punitiva, mas educadora.