Ao planejarmos nossa encarnação nos nossos respectivos mundos de estágio, temos como objetivo o autoaperfeiçoamento espiritual. Esse aperfeiçoamento requer interação com os demais espíritos que nos cercam durante a nossa estadia neste mundo-escola.
Quer no trabalho, quer no seio familiar, encontramos meios propícios ao aprimoramento do nosso caráter. A interação social favorece condições indispensáveis ao nosso progresso espiritual evolutivo. O intercambio no seio familiar destaca valiosa importância para o indivíduo e deve, portanto, ser visto com valor.
Tendo em conta o valor que representa, devem os cônjuges preservar o lar com, principalmente, fraternidade, compreensão, renúncia e amizade. Dessa união nascem os filhos, que são os frutos do amor conjugal. A visão espiritual nos permite compreender a interação entre pais e filhos como uma oportunidade de troca de conhecimentos entre ambos, tendo em conta que possuem uma bagagem espiritual distinta um do outro. Logo, cabe aos pais, como rei e rainha do lar, a responsabilidade de orientar os filhos e contribuir para que tenham boa formação moral.
Através de bons exemplos, diálogos saudáveis, serenidade e disciplina conseguirão os pais conduzir os filhos para uma conduta moral retilínea. A boa formação moral será a chave para uma adaptação favorável à verdadeira vida, que é a vida espiritual. Em contraposição a isso, pode a ausência de uma boa formação moral desencadear o fenômeno que se designa de efeito dominó, ou seja, quando uma causa desencadeia uma série de efeitos semelhantes em sequência.
O efeito dominó poderá, no âmbito da educação moral mal orientada, estar relacionado a um círculo vicioso de atitudes ou tendências, neste caso negativos, que podem levar a dificultar o processo evolutivo do indivíduo quando teve a ausência de uma base equilibrada na fase inicial da sua vida.
É preciso então afirmar que a boa interação familiar destaca um significativo papel para os seus componentes. Aos genitores cabe a tarefa de auxiliar os filhos desde o berço a seguir uma boa conduta moral, a fim de haver progresso espiritual.
O indivíduo irá refletir na sociedade o que aprendeu no lar. Se as suas experiências vividas no seio familiar forem negativos, é muito provável que este exprima as mesmas tendências fora do lar.
O comportamento mal educado será observado nos bancos escolares, no trabalho que tiver que exercer, e muitas vezes irá o indivíduo levar essa conduta para o futuro lar que constituir.
Por este padrão, vai o ser encarnado direcionando a sua vida para um círculo destrutivo que se compare com o efeito dominó. Porém o Racionalismo Cristão nos ensina que somos dotados de força interior, e que esta, quando bem utilizada, pode auxiliar-nos a fazer boas escolhas, seja qual for a nossa base educacional.
O ser humano terá então sempre a sua luz interior para conduzi-lo a alterar o seu rumo de vida e submeter-se a novos princípios que revelam regeneração e clareza.
Quando um lar é bem formado e os genitores são esclarecidos da vida espiritual, os filhos estarão aptos a enfrentar as lutas terrenas e o êxito será mais fácil de atingir.
As suas convivências com os demais que os rodeiam se sentirão mais amenas.
O interrelacionamento das pessoas está geralmente compatível com suas necessidades próprias de evolução, o que indica que temos que ter compreensão com a diversidade humana que nos cerca e amar o próximo. Os erros por eles praticados hoje foram os nossos erros de ontem. De forma que temos que exercitar a tolerância. Por vezes, mesmo tendo os pais bem desempenhado a tarefa que lhes foi confiada, acabam os filhos por desviar-se e seguir outro rumo por terem livre-arbítrio. Contudo é bom constatar que os bons exemplos nunca se perdem, estarão guardados no subconsciente dos filhos e, se não os puserem em prática na presente encarnação, o farão nas vindouros, no tempo oportuno.
Sejamos então pais com maturidade espiritual suficiente a ponto de passar para os filhos bons exemplos e boa conduta moral porque isso, sim, é a riqueza que a sociedade carece e clama do seu povo.