A consciência da imortalidade da alma e de sua indestrutibilidade comunica vigor a toda pessoa espiritualmente esclarecida, constituindo, por conseguinte, o fundamento de uma experiência de vida produtiva, coerente e feliz. Tal consciência implica, na vida cotidiana, o ajuizamento pessoal da prática do bem e do distanciamento das situações malfazejas. Dessa forma, o conhecimento da transcendência tem o incalculável valor de mostrar que o ser humano não deve esmorecer diante dos desafios, precisamente porque sua essência ultrapassa as perspectivas temporais e históricas.
Para evitar resoluções equivocadas, atitudes autossabotadoras e sentimentos negativos, é imprescindível educar o pensamento, coisa que se dá por meio da assimilação de princípios espiritualistas divulgados pelo Racionalismo Cristão e da observação atenta dos fatos, que nos apontam que as situações concretas que os seres humanos vivenciam são, quase sempre, consequências dos pensamentos previamente emitidos.
Auxiliam bastante a formação de consciência da realidade transcendente a autoanálise, o cultivo das virtudes – sobretudo a humildade –, a confiança nos atributos do espírito, a convivência com pessoas sábias e de caráter e a leitura regular de obras espiritualistas de cunho ético-moral, como soem ser as editadas pela sede mundial do Racionalismo Cristão.
As pessoas devem, por meio de um ato de racionalidade e lucidez, compreender, por um lado, a transitoriedade das situações que as envolvem e, por outro lado, a perenidade de sua essência. Desta forma, passam a se mover substancialmente na direção do aprimoramento de seus talentos e faculdades espirituais, o que lhes permite investir seu tempo e energia no que realmente lhes interessa, consolidando dia a dia a certeza de que estão trilhando o caminho correto, a senda que lhes conduz à tranquilidade espiritual.
Valorizando a consciência da perenidade de sua essência espiritual, os seres humanos consolidam seu equilíbrio psíquico e fomentam seu fortalecimento espiritual. À medida que moldam a vida em bases éticas que ultrapassam os condicionalismos impostos pela materialidade, rompendo as amarras do preconceito mesquinho e desinteligente, descortinam um vastíssimo campo de possibilidades de crescimento e aprimoramento moral. Animados por essa diretriz, põem-se em condições de realizar os mais dignificantes projetos de vida.
Para o ser humano contemporâneo, imerso em uma realidade complexa e convulsionada, hostil à receptividade das ideias e conceitos transcendentes, o enfrentamento e a superação das crises morais só é possível quando ele se ancora no cultivo das virtudes e na certeza do valor de seus atributos espirituais, que, imperecíveis e imorredouros, o impelem a preencher a vida com metas e pensamentos sublimes e edificantes.
O assunto que tomamos como tema para esta reflexão é amplo e profundo. Logo, falar sobre a consciência da imortalidade da alma é falar de um princípio de vida a partir do qual a pessoa estrutura sua própria personalidade psíquica, tornando-se capaz de exteriorizar os atos mais conscientes, mais deliberados, mais autênticos, mais seguros.
Não seria exagero afirmar que é na certeza de que a morte não interrompe a vida que reside a possibilidade do uso adequado do livre-arbítrio, que, enquanto produz intenso aperfeiçoamento no ser espiritualizado, torna o materialista livre de pensamentos e sensações sedimentados por uma visão reducionista e mórbida da realidade. A consciência da perenidade da essência espiritual comum a todos dá sentido à vida e torna audíveis os mais íntimos pensamentos, ao mesmo tempo que os fortalece e os encoraja.
Muito Obrigado!