Alcides Ramos, militante espiritualista da Filial Avenida de Holanda, Cabo Verde
A liberdade é um dos valores mais estimados pela humanidade, frequentemente associada a direitos civis, políticos e sociais. No entanto, à luz do Racionalismo Cristão, esse princípio vai além dessas esferas e se revela como uma necessidade espiritual e existencial. A reflexão que inspira este texto – “Essa abordagem não surge de uma abstração teórica, de algo distante da realidade, mas de uma necessidade existencial…” – convida-nos a compreender a liberdade não como um conceito abstrato, mas como uma vivência prática e quotidiana, essencial ao progresso do espírito.
A liberdade no contexto do Racionalismo Cristão. Segundo o Racionalismo Cristão, o ser humano é, essencialmente, um espírito em evolução, temporariamente ligado à matéria com o propósito de aprendizado e aperfeiçoamento. Nesse processo, a liberdade é uma condição indispensável. Não se trata da liberdade irrestrita de fazer o que se quer, mas da liberdade de pensar, escolher e agir com responsabilidade, orientado pela razão e pela moral elevada.
Essa filosofia espiritualista rejeita dogmas, misticismos e superstições, propondo uma espiritualidade racional, fundamentada na observação, na lógica e na experiência. Assim, a liberdade não é um ideal distante, mas uma ferramenta prática de autoconhecimento e transformação interior.
A necessidade existencial da lberdade. Nesse contexto, a liberdade não é um luxo filosófico, mas uma necessidade vital do espírito na condição humana. É por meio dela que o ser humano exerce o livre-arbítrio, aprende com os próprios erros e acertos, e desenvolve virtudes como a disciplina, a coragem, a honestidade e a firmeza de caráter. Sem liberdade, não há responsabilidade; e sem responsabilidade, não há evolução espiritual.
Essa abordagem rompe com a visão limitada de que a espiritualidade se restringe a templos ou rituais. Pelo contrário, ela se manifesta na vida prática, nas decisões diárias, nos relacionamentos, no trabalho, nos desafios emocionais e morais. Cada escolha consciente é uma expressão da liberdade espiritual em ação.
A liberdade como caminho de elevação. Viver a liberdade à luz do Racionalismo Cristão é um exercício contínuo de disciplina mental e vigilância espiritual. É optar pelo bem mesmo diante das tentações do egoísmo, da vaidade. É agir com integridade, mesmo quando isso exige renúncias. É compreender que a verdadeira liberdade não está em seguir impulsos, mas em agir com consciência, lucidez e propósito elevado.
Essa liberdade é libertadora porque nos reconecta com nossa essência espiritual, com as Forças Superiores da espiritualidade e com os campos vibracionais positivos. Ela nos torna senhores de nós mesmos e nos capacita a contribuir para um mundo mais justo, harmônico e fraterno.
Conclusão. Portanto, a liberdade, segundo o Racionalismo Cristão, não é uma abstração filosófica, mas uma realidade vivida e necessária. É um princípio que se manifesta na prática diária, na forma como pensamos, sentimos e agimos. É uma necessidade existencial, pois sem ela o espírito não evolui, não aprende, não se fortalece.
Compreender e viver essa liberdade é um dos maiores desafios — e também uma das maiores conquistas — do ser humano consciente de sua natureza espiritual, composta por Força e Matéria, ou seja: espírito (imaterial, indivisível e eterno), corpo fluídico (matéria sutil e plasmável) e corpo físico (matéria densa e perecível). Viver essa liberdade é, portanto, viver em sintonia com a própria essência espiritual e com os propósitos superiores da existência.