Alguém poderá dizer que nos temas de nossos últimos artigos demasiadamente nos princípios racionalistas cristãos. Será necessário repetir a todo momento esse conteúdo? Sem dúvida, é imprescindível, porque são os princípios transcendentes que nos direcionam na vida e permitem perseverarmos no autoaprimoramento e na prática efetiva e constante do bem. Amor ao próximo, honestidade, sinceridade, abnegação e humildade, para além de virtudes, são princípios, que nutrem a vida do ser humano e o fortalecem para seguir sempre adiante, crescendo e amadurecendo cada vez mais.
Os romanos diziam que a repetitio est mater studiorum – “a repetição é a mãe dos estudos”. Com que razão o diziam! Com certeza, as pessoas que se destacam positivamente na vida, quer no campo profissional, quer na vida pessoal, distinguem-se pela contínua disposição em aprender e pela prática perseverante dos conceitos apreendidos.
No estudo dos ensinamentos oferecidos pelo Racionalismo Cristão, que se relaciona diretamente ao estudo de si mesmo, o ser humano muito avança quando persevera no diálogo constante consigo mesmo, na introspecção e na autoanálise, a fim de reconhecer os equívocos e acertos e estabelecer metas para eliminar aqueles e expandir estes. A referência utilizada em suas análises deverá ser sempre ditada pelos princípios da espiritualidade, alguns dos quais citamos anteriormente, e não em paradigmas materialistas transitórios e relativos.
A compreensão e a prática dos elevados conteúdos racionalistas cristãos devem dar-se de maneira tenaz. Sem dúvida, com a mesma insistência que os fatos e circunstâncias do mundo tentam subtrair nossa atenção das disciplinas construtivas da vida, devemos insistir na absorção dos magnos valores da espiritualidade, repetindo as lições aprendidas, reiterando condutas elevadas e perseverando no exercício da solidariedade e da humildade. Repetir o que é bom para se tornar cada vez melhor: eis a legenda do estudioso da espiritualidade.
Há uma grande vantagem em estudar os princípios racionalistas cristãos: trata-se da estabilidade, da imutabilidade e da perenidade que os singularizam. É reconfortante para o espírito saber que as concepções que estabelecem a rota segura que o conduz ao encontro de si mesmo e da felicidade não se alteram ao sabor das épocas e circunstâncias, mas que são perpétuas, indestrutíveis e permanentes.
Quando transportamos para o campo de nossos estudos conceitos como o da necessidade de repetição e perseverança para o verdadeiro aprendizado, queremos reforçar a ideia de que o aprimoramento espiritual, que se obtém pelo estudo e pela prática dos fundamentos imutáveis do Racionalismo Cristão, não deve significar para o ser humano um impulso momentâneo, mas uma determinação autêntica e corajosa na qual ele deve concentrar toda a sua energia.
Na obra Anna Karenina, o grande escritor russo Liev Tolstói inicia o primeiro capítulo dizendo: “Todas as famílias felizes são parecidas entre si. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira”. Não temos a disposição de considerar essa afirmação como uma verdade absoluta, mas tampouco podemos negar a grande sabedoria nela implícita. O mal se apresenta de diversas formas e assume diversos matizes; o bem, no entanto, assim como seus princípios e tudo o que a ele se relaciona, possui um brilho e uma leveza que são constantes e imperecíveis. Pensemos nisso e na necessidade de repetir sempre as boas lições, a fim de que nos tornemos hábeis construtores de nossa felicidade.
Muito Obrigado!