A sextilha da razão

Por Wilson Pôrto

Preste atenção ao que digo

E não se porte revel

O assunto é diferente

Daquele que toda a gente

Espera de um cordel.

Há um certo fetichismo

Que imita o Espiritismo

Cheio de superstição

Muita gente se ufana

Sem saber que se engana

No lar fazendo sessão.

Espiritismo é Doutrina

Muito séria e se destina

Ao estudo da Verdade

A pessoa que pesquisa

Tem cuidado e analisa

Sem a curiosidade.

Estudei Espiritismo

Dito Racionalismo

Científico e Cristão

É uma Doutrina perfeita

Se estudada é aceita

Porque nos mostra a Razão.

Comecei meu ABC

E descobrindo o “porque”

Cheguei até LUIZ DE MATTOS

A sua Causa se esmera

No rumo da nova era

Seus argumentos são fatos.

Não atrair pensamentos

Se não tiverem isentos

Do Astral Inferior

Ter a plena consciência

Ao receber assistência

Do ASTRAL SUPERIOR.

Os problemas da Natura

São de tal envergadura

Ainda sem solução.

Através do pensamento

Virá o conhecimento

Tendo boa intuição.

Só poderá ir além

Baseando-se alguém

Na lei da evolução

Teremos muita demora

Mas um dia chega a hora

De provar da REDENÇÃO.

A ninguém vou ocultar

O meu modo de pensar

Minha firme opinião

Pois o homem esclarecido

Paga tudo que é devido

Sem precisar de “perdão”.

Quem é JUSTO não perdoa

Só por que lhe tecem loa

Através duma oração

Quem for à sua presença

Se conforme com a sentença

Vá pagando a prestação.

Nós estamos na infância

Na fase da ignorância

E queremos saber tudo

Pra desvendar os arcanos

Precisam bilhões de anos

De pesquisas e estudo.

Se for alvo de pesares

Não pense que foi azares

Tratemos de olvidá-los

Não há dor que não termine

O homem só se redime

Quando sabe superá-los.

Pensar que tudo vai bem

É um método que ninguém

Deve jamais desprezar

O valor do otimismo

É fonte de realismo

Da dúvida vem nos livrar.

Não há demanda ou questão

Que não tenha solução

Não há sorte nem azar

Tudo está na dependência

De saber se a ocorrência

É possível desvendar.

Quando alguém lhe enganar

E tristezas lhe causar

Despreze logo o autor

Não ligue o seu pensamento

Nem sequer por um momento

Ao agente causador

Isto é muito importante

Porque a gente garante

Ficar livre da maldade

Devemos privar da estima

Daquele que se arrima

No Dever e na Verdade.

A vida só tem valor

Quando vencemos a dor

Misérias, ingratidões

Quem só vive de prazeres

Pondo de lado os deveres

É carente de lições.

O livre-arbítrio afinal

Sendo usado para o mal

Os pensamentos atiça

O melhor é ponderar

Suas ações moderar

Com valor e com justiça.

O livre-arbítrio porém

Quando usado para o bem

Tem força de coesão

O ser fica esclarecido

Por si mesmo é defendido

Na trilha da redenção.

Quem faz bem ou mal percebe

Que cedo ou tarde recebe

Troco certo a que fez jus

O galardão ou a pena

Terão entrada na cena

Ante o pretório da LUZ.

O culpado que se assusta

Com uma sentença justa

É covarde e incapaz

Devia antes pensar

Para a Lei não violar

Com atitudes fatais.

Todo mortal tem seus erros

Não há reclamos nem berros

Para não os resgatar

A Lei é sempre imutável

O TRIBUNAL é estável

Não se exime em julgar.

Não se deve utilizar

O “médium” só pra mostrar

Da Doutrina o seu valor

Quem quiser acreditar

Estude e vá comprovar

Nas casas do REDENTOR.

Aí sim, é a escola

Não tem “fila”, não tem “cola”

Tudo é fiscalizado

A alma aflita desperta

E a sua descoberta

Tem um sentido elevado.

Essas sextilhas escrevo

Difundi-las eu não devo

Sem ordem do REDENTOR

Respeito muito a DOUTRINA

Obedeço à disciplina

Como simples seguidor.

Já que envolve renomes

Respeitáveis cujos nomes

São os esteios da paz

Precursores da ciência

Ecléticos de cuja essência

Não duvidamos jamais.

Quem sabe se nas Cruzadas

Brandindo lanças, espadas

Não estivemos a lutar?

Somente o Espiritismo

Num trabalho de ecletismo

Poderia desvendar.

E ainda era possível

Numa pesquisa incrível

Regredir até Adão

Mostrando por uma tela

Que a lenda da costela

Nunca passou de ficção.

Pra isso a alma imortal

Usaria o corpo astral

Concentrando os elementos

Com métodos apropriados

Colheria os resultados

Na câmera dos pensamentos.

Essa visão do futuro

Ainda está no escuro

Cedo ou tarde há de chegar

Os tempos estão mudados

Os caminhos preparados

Só falta a hora soar.

E quando houver a franqueza

De se afirmar com certeza

Que a morte é liberdade

Dizer a todos com calma

Sou feliz porque minh’alma

Do mundo não tem saudade.

Entre os seres que ficaram

E os que desencarnaram

Não deve haver ligação

Quem morreu tem seu lugar

E se alguém o chamar

Vai haver obsessão.

Quem pensar vai atrair

E a alma vai sentir

A força do pensamento

O melhor é esquecer

Trabalhando pra vencer

A causa do seu tormento.

Quem desencarna quer paz

SE por si só não é capaz

De fugir a um chamado

Só se for esclarecido

Não se dará por vencido

Quem evocar é frustrado.

Quando a alma o corpo deixa

As asas ela as enfeixa

E à sua esfera ela vai

Se porém é atraída

Sabe por quem foi detida

E em desespero ela cai.

Portanto é bom não pensar

Para não aproximar

Aquele que nos deixou

Quem morre e fica no lar

Os seus fluidos vão pesar

E ele à luz não chegou.

Fica dentro deste esquema

Quem não lê e tem problema

Não quer ouvir e nem ver

Atrelado ao fanatismo

Enleado no ateísmo

Vive assim até morrer.

Depois da morte ele fica

Vagando sem qualquer “dica”

Que lhe dê consolação

Ficando na atmosfera

Terá uma longa espera

Até achar solução.

A vida tem seus enredos

A morte sem seus segredos

Difíceis de explicar

Se contar com a razão

E o estudo em ação

Na certa a luz vai brilhar.

Na Terra há muitas respostas

E certas teses expostas

Já estão diminuindo

A Doutrina demonstrou

A grande hora soou

A dúvida está sucumbindo.

Tudo que é importante

O progresso nos garante

Que teremos solução

Há vida depois da morte

Todo mundo se conforte

Que futuro é redenção.

Agora o que é preciso

É não ficar indeciso

E saber se comportar

Ser um homem ponderado

Justiceiro, moderado

E com valor se afirmar.

Talvez seja sacrifício

Deixar de lado o vício

De beber e de fumar

Não ligar o pensamento

A fato que no momento

Só prejuízo lhe dá.

Jamais pensar em doentes

Quando fora das correntes

Isto só com disciplina

Fazer sessões no seu lar

Só pode contrariar

Os princípios da Doutrina.

E para gozar saúde

Não jogue fora a virtude

Cuide de sua moral

Tendo horas para tudo

Nunca despreze o estudo

Assim se foge do mal.

Foi no século dezenove

Que a cultura promove

O estudo do além

Consegue falar à alma

E esta com muita calma

Vai respondendo também.

Jamais termina a pesquisa

O homem após realiza

Novo método, nova ação

Dos feitos do Espiritismo

Nasce o RACIONALISMO

Denominado CRISTÃO.

Estudo FORÇA E MATÉRIA

E numa análise séria

Deu um passo para a frente

A matéria é importante

Mas a FORÇA é dominante

Corpo mental consciente.

Seguindo a Doutrina à risca

Ninguém jamais se arrisca

A garantia é total

Se às sessões assistir

Vai decerto adquirir

A paz espiritual.

Se falo aos homens de “fé”

Ficam de orelha em pé

Querem um JESUS exangue

Já vão quase dois mil anos

Esses vampiros tiranos

Chupam de Cristo o seu sangue.

Iguais a Iscariotes

Como lobos aos magotes

Não se contentam jamais

Só falam na “salvação”

Partidários da traição

Não deixam Jesus em paz.

Quanta tristeza ao vê-los

Fingindo tantos desvelos

Apegados à matéria

Em vez de amor à ciência

Ficam na inconsciência

De gozadores em féria.

Deixemos pois essa gente

Com a sua intransigente

Maneira de repetirem

Textos, bulas e capítulos

Carolas cheios de títulos

Vaidosos sem se unirem.

Jesus-Cristo é tão perfeito

Que alcançou seu direito

Hoje vive em plena paz

Como homem ele esperou

À última etapa chegou

Aqui não volta jamais.

Ele não pode afinal

Vir aqui em corpo astral

Na Terra o fluido é grosseiro

Como mortal é incrível

Regredir não é possível

O seu grau é derradeiro.

Se hoje vivo contente

É porque ultimamente

Descobri outros sentidos

O mundo tem seus prazeres

Mas a alma tem deveres

Que urge serem cumpridos.

Não devemos desprezá-los

Porém decerto acatá-los

Com respeito e atenção

A vida passa depressa

Depois da morte começa

O busílis da questão.

A cobrança dos defeitos

A que todos estão sujeitos

Seja pobre ou grão senhor

Ninguém escapa rezando

Vão logo se preparando

Para enfrentar o credor.

Não se paga de uma vez

Os grandes delitos talvez

Se dividem em prestações

Se o devedor não divaga

A conta pode ser paga

Em poucas encarnações.

Se o devedor é “carroça”

E leva tudo na troça

Se esquece das prestações…

O débito vai aumentando

A inflação vai chegando

Com juros e correções.

Ai daquele que é esperto

Tudo, tudo é descoberto

Começa a execução

Nada de choro nem vela

Vai ter início a novela

E não se fala em “perdão”.

Muita gente obsedada

Quase sempre é a culpada

Por teimar e atrair

Quem morreu tem seu lugar

Ninguém o pode tomar

ELE não vai permitir.

Tenhamos pois a coragem

De concluir a viagem

Até a reta final

Outrora involuímos

Agora evoluímos

No Concerto Universal.