Nossa razão de ser
A vida na Terra se nos apresenta no seu duplo aspecto: drama ou comédia. Sendo que os artistas somos nós, embora, às vezes, variando de gênero de acordo com a ocasião e as dificuldades que temos que enfrentar durante o período que permanecemos em luta no planeta. O mundo é um grande palco, no qual somos os atores. Sejamos, então, bons artistas na arte de viver. Nos momentos de serenidade, de tranquilidade que a vida nos oferece, necessário se torna que nos preparemos para os embates que surjam repentinamente em nosso caminho.
Felizes os homens que aprenderam a rir de si próprios, porque rindo de si não terão tempo de rir dos outros. Acho que todos, através de um descuido, já comeram gato por lebre, ou seja, já deram suas ratas na vida. A pessoa querendo, não faltará oportunidade para se recrear e dar um alento ao espírito, para que ele não sucumba nos vendavais que surjam no mínimo tempo de um piscar de olhos.
Na parte dramática da vida, a morte é o fenômeno que mais abate o ânimo dos parentes e amigos dos que partem, principalmente quando estes, desconhecendo que a morte não interrompe a vida e que o espírito, que é a partida do grande ser que garante a vida um todo Universo é imortal e prossegue na sua trajetória evolutiva.
Parassem esses insensatos para pensar e chegassem à conclusão lógica de sua própria constituição espiritual e física, não se deixassem abater tanto diante dessas circunstâncias. Uma vez que descobrissem que o que tem valor é o espírito, e que a matéria só serve de invólucro, de carro para o espírito angariar esclarecimento através das lutas e sofrimentos por que todos passam nessa vida efêmera em relação à verdadeira, que é a espiritual.
Já é tempo de deixarem de adorar, e falar tanto em nome de Jesus Cristo. É tempo de meditar com o raciocínio liberto de qualquer crença, que o embota, e analisar sua frase que na casa do pai existem diversas moradas.
Apontava Jesus as estrelas como mundos habitados por espíritos em escala ascendente para a evolução. O mundo só se tornará melhor quando os seus habitantes se conscientizarem, do que são e do que valem; tornarem-se sabedores de que no Universo, depois da inércia do corpo, não existe um Deus para nos julgar: O juiz dos juízes é a nossa própria consciência, que não nos poupará dos mínimos erros praticados, durante o período de nossa estada aqui na terra, pois as leis são justas e foram traçadas pelo Grande Foco, e elas são naturais e imutáveis e elas ninguém escapava.
Publicado em 20 de setembro de 1975.