A perseverança é um dos pontos mais importantes na vida de quem, ao invés de se deixar conduzir pelas circunstâncias – qual folha seca levada pelo vento –, resolve assumir o protagonismo de sua própria existência. Do correto entendimento e aplicação da perseverança depende, em boa parte, não apenas o equilíbrio psíquico e pessoal, mas a saúde emocional como um todo.
A transformação interior, tão desejável quanto necessária, em sua paulatina adequação aos valores éticos e morais, representa condição essencial para a estruturação de uma personalidade valorosa que enalteça a constância e a perseverança, pressupostos reais para o cumprimento de metas e a conquista dos mais alevantados objetivos.
Qualquer referência à virtude da perseverança que não destaque o valor da disciplina é incompleta e, mais do que isso, ilusória, pois uma vida que não contemple o método e a organização tende à desordem e, consequentemente, leva ao exaurimento das energias físicas e mentais. Nesse sentido, mesmo quando o ser humano espiritualizado é exposto a um ambiente demasiado estressante e desorganizado, ele não se deixa desequilibrar, pois mantém ordenado em seu íntimo o fluxo de suas ideias e pensamentos.
Uma triste marca de nosso tempo é, sem dúvida, o egoísmo, que, cada vez mais enraizado na estrutura humana, obscurece o entendimento e a razão, dificultando – e até mesmo impedindo – a visão clara e objetiva das coisas. Quando o amor-próprio atinge um grau superlativo, o indivíduo subverte o autêntico sentido da perseverança, confundindo-o com a tola insistência em se comprazer na satisfação de seus instintos mais grosseiros. O desejo imoderado e constante de buscar compensações materiais e sensíveis não se traduz na verdadeira virtude da perseverança, mas representa, antes, a atitude desinteligente e autossabotadora de quem ainda não iluminou a consciência com os valores do espírito.
A perseverança, sustentada pela humildade e pela abertura ao aprendizado contínuo, é uma bela e eloquente demonstração da inabalável convicção de que os desafios e dramas, adversidades e contrariedades representam, no mais das vezes, a mola propulsora do desenvolvimento humano. A pessoa que persevera alimentada por essa convicção desenvolve, a cada embaraço que experimenta e na medida do possível, seus atributos e faculdades, compreendendo que da ininterrupta ampliação e atualização de suas potencialidades dependem, em grande parte, sua felicidade e sucesso.
A simples observação dos fatos que nos circundam nos faz concluir, sem a necessidade de profundas abstrações intelectuais, que os desafios humanos se transformam no sentido de uma maior complexidade à medida que o tempo passa. Para fazer frente à multiplicidade de demandas e desafios característicos da vida moderna, o ser humano deve entender a perseverança como a adesão racional a uma realidade transcendente e benfazeja, que exclui todo impulso ao pessimismo, à preguiça e à procrastinação.
São admiráveis os efeitos que produz na mente humana o cultivo da virtude da perseverança. Assuma, pois, caro amigo e estudante dos ensinamentos de vida do Racionalismo Cristão, os subsídios e informações dispersos nesta reflexão com afeto e perseverança. O sucesso na vida sempre pressupõe uma “positiva teimosia”, sobretudo o estudo da espiritualidade, que, em última análise, é o estudo de nós mesmos.
Muito Obrigado!