Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tange e range, cordas e harpas, timbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia. – Autor desconhecido.
O perfeito desempenho de uma peça musical depende da união dos instrumentos que, juntos, produzem harmonia, melodia e ritmo no tempo certo, ou seja, um bom trabalho de equipe. Cada instrumento possui um roteiro a ser seguido na música e partes individuais dizem quando devemos tocar, ficar em silêncio, nos mover rapidamente e quando desacelerar. Para que uma orquestra desempenhe com excelência uma sinfonia, depende da afinação de todos os instrumentos que a compõem.
Esta é a dinâmica de uma orquestra. Assim somos nós, como em uma orquestra. Espíritos na posse de um corpo físico e em processo evolutivo pelo planeta-escola Terra, aprimorando nossos atributos, aparando arestas, fortalecendo nossa essência transcendente para que todos os componentes dessa grande orquestra (atributos) possam vibrar harmonicamente e afinados. Essa afinação e harmonia demanda trabalho, empenho e esforço de cada um. O ser humano compõe sua estrutura espiritual e adquire maior evolução, através das experiências vividas nas inúmeras existências, e à medida que cresce espiritualmente também se consolida e ganha maior fortalecimento de seus atributos.
Atributos são dotes morais conquistados e configuram como reservas, riquezas espirituais, qualidades reveladoras do caráter bem formado, e desenvolvem-se numa inter-relação fluídica emanada dos preceitos onde figuram as normas de bem viver. São patrimônio conquistado e disponível ao espírito para ser acessado sempre que necessário, mantendo-o em solo firme e a passos seguros, vendo e sentindo a vida como ela realmente é, com fundamentos lógicos, sem ilusões, sem ideias preconcebidas de dogmas e visões místicas.
Este papel é representado pelos atributos da inteligência e da lógica como base sólida do raciocínio.
A espiritualidade é libertadora como libertadora é a sua essência. Vivenciar a espiritualidade é agregar valor e conhecimento ao viver, é entender que sua vontade é soberana, é a força motriz que move o ser humano em direção às suas realizações e aspirações e que, aliada ao domínio próprio e à consciência de si mesmo, permite ao espírito dar combate às próprias imperfeições ajustando-se psiquicamente, superando as adversidades. Conquista então o equilíbrio mental que subjuga o abatimento moral, causa de tantos distúrbios psíquicos que se instalam no ser humano, dificultando a serenidade tão necessária à sensibilidade, condição essencial para que o espírito consiga identificar as influências desagregadoras do meio e volte a focar-se efetivamente em seus objetivos evolutivos.
O tempo todo as pessoas estão ligadas aos campos vibracionais através dos pensamentos, daí a importância de saber pensar e saber sentir, para manter abertas as vias psíquicas da esperança, do otimismo e do crescimento espiritual a fim de que sejam ampliados os atributos através de uma existência mentalmente saudável expressada por um caráter retilíneo. Afloradas então as virtudes espirituais, relacionam-se umas às outras, amplificam-se e desenvolvem-se a cada tomada de decisão e resoluções que necessitem acuidade, perspicácia, ideias reformadoras, construtivas e de progresso em favor do bem comum, funções essas atribuídas à percepção à capacidade criativa.
Os momentos de reflexão íntima exigem serenidade, que exprime domínio próprio, autocontrole, concentração e força de vontade desenvolvida para fazer trabalhar o raciocínio. Como se pode observar, os atributos são ferramentas de que o espírito dispõe para auxiliá-lo sempre que necessário por ocasião das vicissitudes e obstáculos próprios do viver terreno. Essas virtudes espirituais se relacionam mutuamente, ampliam-se e expandem-se à medida que vão sendo requisitadas para êxito nas lutas diárias.