Aura, o espelho da alma – 3

Em prosseguimento ao tratamento que vimos dando a este importantíssimo tema, no presente artigo, que finaliza e conclui nosso entendimento sobre o assunto, apresentaremos nossos comentários sobre a “máquina Kirlian” e seu emprego em Medicina alternativa para diagnosticar doenças psicossomáticas e acompanhar o tratamento, bem como em outras áreas do conhecimento humano. Além disso, apresentaremos os esforços de outros pesquisadores modernos que estão trilhando a esteira de Kirlian com máquinas fotográficas digitais, como a máquina GDV (Gas Distribution Vizualization, em português, Visualização por Descarga de Gás) de Konstantin Korotkov, de São Petersburgo, também pesquisador russo, inventor da câmera Bio-Well.

A câmara Kirlian foi oficialmente reconhecida pela União Soviética na década de 1960. A partir de então, o invento passou a despertar o interesse de criminologistas, médicos, biofísicos e outros especialistas soviéticos. S. M. Pavlenko, presidente do Departamento de Patologia e Fisiologia do Primeiro Instituto de Moscou reconheceu, na altura, que “a fotografia Kirlian pode ser empregada no diagnóstico de doenças, sobretudo para o câncer”.

Kirliangrafia

Em seguida, o processo, que recebeu o nome de kirliangrafia, difundiu-se pelos países da Europa e nos Estados Unidos e, por volta de 1970, as primeiras câmeras foram introduzidas no Brasil. Tem sido grande, desde então, o esforço do pesquisador brasileiro prof. Newton Milhomens, que desenvolveu uma máquina com padrão próprio, utilizando o princípio do “efeito Kirlian”, com uso principalmente em Parapsicologia e Medicina. A padronização das máquinas Kirlian tornou-se necessária para permitir comparações dos fotogramas tirados, por exemplo, em diversos estados de saúde de pacientes submetidos à kirliangrafia.

A máquina consiste em uma pequena câmera escura colocada dentro de um campo eletromagnético de alta tensão. Ela é, portanto, um gerador de pulsos elétricos de alta tensão e com frequência bem elevada. Ligando-se a máquina em uma fonte de energia elétrica, ela é preparada com o filme que será sensibilizado pelo objeto a ser observado. Entre os corpos a serem fotografados podemos incluir folhas, plantas, pequenos seres vivos em geral e o dedo humano. Este foi um tremendo avanço no registro do halo energético, reduzindo de tamanho a máquina e, portanto, o custo das imagens. Assim, a focalização dos objetos deslocou-se para o dedo humano em vez de todo o corpo ou mesmo a cabeça, como acontecia nas primeiras máquinas Kirlian, que eram enormes e custosas.

Muitos investigadores, usando o “efeito Kirlian”, deram continuidade aos seus trabalhos na União Soviética, como foi o caso de V. M. Inyuschin, da equipe de Alma-Ata, no Casaquistão, hoje uma república independente. Ele teria comentado num texto apresentado num seminário organizado em Moscou, em 1969:

“Então foi descoberto o quarto estado da matéria, chamado plasma, no qual as partículas estão ionizadas e carregadas com elétrons livres misturados com elas; poderemos ter plasma quente, tal como acontece nas estrelas, e plasma frio, que, de acordo com as doutrinas do bioplasma, pode ser encontrado nos organismos vivos. Pelo fato de que as partículas se acham carregadas, elas podem afetar os campos elétricos usados na fotografia Kirlian e, assim, tornarem-se visíveis no filme fotográfico”.

Vemos, assim, que foi V.M. Inyuschin quem deu o nome de bioplasma a esse plasma frio, que é encontrado em todos os organismos vivos, constituído por matéria ionizada e carregada com elétrons livres. Outra informação interessante é que a equipe de investigadores de Alma-Ata, usando emulsões fotográficas especiais, teria registrado emissões oriundas dos olhos humanos, capazes de atravessar finas lâminas metálicas!

Essa mesma equipe, fazendo experiências sobre contaminação, descobriu, também:

“A possibilidade de transportar informação de uma cultura contaminada para outra sã, através de radiação portadora emanada da primeira, ocasionando danos à segunda. O mesmo Inyuschin chegaria à conclusão de que a ‘radiação bioplásmica é a estrutura básica do organismo vivo, que assegura os seus processos energéticos’. O conceito básico consiste na suposição de que existe no organismo uma substância – plasma – cujas propriedades se aproximam daquelas atribuídas aos plasmas cristalinos ou aos semicondutores sólidos. As complexas relações mútuas entre elétrons e prótons criam uma entidade única sob o ponto de vista organizacional”.

O engenheiro Vladimir Maspoust (da ex-Checoslováquia) afirmou que o plasma biológico encontra-se em todas as células animais e vegetais como uma irradiação que recobre as células nucleares – o que foi confirmado com um microscópio eletrônico montado numa câmara Kirlian. A perda dessa energia representaria depressão e mesmo a morte das referidas células.

Bem antes do pesquisador Semyon Davidovitch Kirlian, em 1904, no Brasil, foi o gaúcho de Porto Alegre (RS) Padre Roberto Landell de Moura, também físico e engenheiro, quem inventou uma máquina que fotografava um halo luminoso (bioeletrográfico) em torno do corpo humano, das plantas, dos animais e até mesmo de objetos inanimados. Mas o Padre Landell não explorou comercialmente seu invento.

Máquina brasileira

Ainda no Brasil, foi o professor, pesquisador e físico Newton Milhomens que, a partir de 1968, começou a pesquisar sobre o assunto, desenvolvendo sua própria máquina, que ficou conhecida como o padrão Milhomens de análise das fotos bioeletrográficas, tipo Kirlian. Falecido em 8 de julho de 2007, sua esposa, Dra. Selma Milhomens, deu continuidade ao comércio de sua máquina no Brasil e no exterior, utilizada por médicos que praticam a medicina alternativa, por psicólogos, parapsicólogos e por profissionais de outros ramos científicos. Newton Milhomens nos deixou um livro intitulado Fotos Kirlian – Como interpretar – 7ª edição, 1988, da Editora Ibrasa. O livro contém uma coleção de fotos com as respectivas interpretações.

A câmera de Konstantin Korotkov, conhecida com o nome de Bio-Well, é um equipamento que trouxe para o mercado uma poderosa tecnologia conhecida como Visualização por Descarga de Gás (GDV). O equipamento consiste uma câmera e respectivo software que permite ao usuário analisar tanto a energia humana quanto a energia do ambiente de forma rápida e fácil. Os resultados obtidos com o Bio-Well se baseiam nos conceitos da Medicina Tradicional Chinesa e Ayurveda e foram verificados em mais de 20 anos de avaliações clínicas em milhares de pacientes. Korotkov publicou mais de 40 artigos no campo da eletrofotônica durante 40 anos de pesquisas e tem sete patentes registradas.  Esse equipamento permite fazer avaliações rápidas das várias influências internas e externas sobre o campo de energia emitida pelas pessoas.

A técnica GDV, com base rigorosamente científica, envolve a coleta e análise de emissões eletrofotônicas dos dedos humanos e também de diferentes espécies biológicas.  O processo de digitalização é rápido, simples e não invasivo. Ao realizar uma varredura, uma corrente elétrica fraca é aplicada nas pontas dos dedos por menos de um milésimo de segundo. A resposta a este estímulo é a formação de uma “nuvem de elétrons” que emite fótons, energia luminosa. Esse “halo” luminoso é impactado pelas vibrações do corpo e capturado pelo sistema de câmera que registra essa imagem (biograma). Em seguida, um software converte essa imagem em parâmetros que são processados comparando com valores estatísticos normativos (resultado de anos de pesquisa) para apresentar graficamente, em um notebook, diagramas de nível de energia, estresse, equilíbrio etc.

No Brasil, muitos médicos estão usando tanto a kirliangrafia como a eletrografia em máquinas GDV para diagnosticar seus pacientes. É, também, aplicada aos casos de regressão a vidas passadas de pacientes submetidos à hipnose. Esta técnica permite o registro das emoções, como sustos, alegrias, tristezas e preocupações que ocorrem durante o procedimento. Aliás, muitos pesquisadores que estão estudando fenômenos paranormais, só encontram explicação científica por intermédio do corpo bioplasmático.

Finalizando esta série de artigos sobre a aura, devemos dizer que nem as fotos das máquinas Kirlian nem os biogramas das máquinas GDV de Korotkov são fotos da aura. Mas está fora de dúvida que elas detectam a existência de um campo vibracional ao redor dos corpos dos seres vivos e até das substâncias minerais. Esta conclusão decorre do fato de que o que é realmente fotografado é um efeito misto composto do efeito corona somado ao efeito que decorre das vibrações emitidas pelos corpos biológicos e até mesmo pelos corpos não biológicos, como os átomos, moléculas, cristais e objetos inanimados em geral, devido às suas vibrações atômicas e moleculares específicas.