É comum a pessoa que tem a modalidade mediúnica da premonição sentir algo estranho, que não consegue explicar, fica inquieta, angustiada e apreensiva, e somente relaxa depois de associar as suas intuições a algum fato correlato.
Como tudo o que ocorre na vida espiritual torna-se conhecido de todos, pessoas com mediunidade mais aflorada podem tomar conhecimento desses fatos ao mesmo tempo que todos os espíritos que estão fora da matéria, tanto aqueles que já ascenderam a seus mundos espirituais, quanto os que estão presos à atmosfera terrena, no astral inferior.
Na verdade, não estão vendo o “futuro”, mas podem perceber o que está ocorrendo e que terá a consequência A ou B mais adiante.
Vamos fazer uma comparação para tornar mais clara essa ideia.
Imagine que alguém está num andar alto de um edifício e de lá consiga ver uma linha de trem. De repente, vê uma pessoa andando nos trilhos calmamente. De cima, o observador vê, à distância, um trem que se aproxima. Ela pode prever o acidente com maior antecedência que a pessoa que está nos trilhos. Esta, se pega desprevenida, será atropelada. Mas, se estiver atenta, sairá dos trilhos a tempo de salvar-se.
Se ela for atropelada, a que estava lá no alto, vendo e observando o que se passava lá embaixo, pode dizer que “previu” o acidente. Isto é, observando o que estava ocorrendo, saberia que o resultado seria o atropelamento. Entretanto, se a caminhante desprevenida conseguir salvar-se, a “previsão” não ocorreu.
Em outras palavras, nos desdobramentos, nosso espírito se afasta do corpo físico e está em condições de perceber fatos que nos escapam quando usamos apenas nossos cinco sentidos físicos. E os desdobramentos podem ocorrer sem que estejamos dormindo.
Por isso, podemos tomar conhecimento de fatos que, às vezes, a própria pessoa envolvida desconhece. Quando esses fatos se concretizam, ficamos com a sensação de termos “previsto” o futuro. Na verdade, nossa sensibilidade espiritual tomou conhecimento de algo que está acontecendo e que todos na vida espiritual já sabem. O que não impede que vários fatos que pudemos perceber em plano astral e que trariam tais consequências não se realizem. Basta que haja uma ação, um pensamento que mude os fatos. No exemplo apresentado, o passante distraído pode pular dos trilhos no último instante e o atropelamento que era previsível, não se realizará.
Essa é a diferença entre podermos “prever” o que vai acontecer (por termos tido acesso a informações disponíveis em vida astral) e pensarmos que o futuro já está estabelecido e que algumas pessoas teriam o “dom” de prever, que tudo acontecerá de determinada forma e nada podemos fazer para mudá-lo.
Por isso, não convém ficar com o pensamento fixado naquilo que pudemos perceber em nossas previsões, pois o pensamento vai fortalecer a tendência de que aquele fenômeno ocorra.