A dificuldade que se costuma estabelecer na vida de algumas pessoas em obter melhores e mais profícuos resultados nas realizações e nos empreendimentos a que se dedicam não está tão relacionada com sua motivação ou entusiasmo inicial, mas sobretudo com a maneira com que dirigem seus esforços e canalizam suas energias. Relaciona-se, em síntese, com a autoconfiança. Procuramos reunir nesta reflexão subsídios e informações para o desenvolvimento da autoconfiança, certos de sua importância como instrumento eficaz na edificação de uma existência produtiva, autônoma e feliz.
O desenvolvimento da autoconfiança parte da seguinte premissa: o autoconhecimento. Sem conhecer sua estrutura integral, suas capacidades, seus talentos, suas faculdades e sua essência, o ser humano jamais poderá se tornar autoconfiante. Tendo a frustação como uma constante em sua vida, não gozará de independência e autonomia. Quando, contudo, se reconhece portador de múltiplas potencialidades, compreendendo a imaterialidade e imponderabilidade de sua essência, é invadido por uma força e uma energia tão positivas quanto autênticas. Sabendo manejá-las com disciplina e raciocínio, será capaz das maiores realizações, mormente se estas confluírem para o bem e para a elevação dos seres humanos.
Tomando consciência de sua estrutura e convicto de sua dúplice natureza – espiritual e material –, o ser humano passa a enxergar a realidade a sua volta por uma perspectiva mais ampliada, o que lhe facilitará reconhecer o valor e a importância de seus atributos e faculdades espirituais como mecanismos eficazes na interpretação e na compreensão da realidade transcendente, bem como em sua aplicação prática nos campos pessoal e social.
Compreender a própria realidade existencial é extremamente importante, mas não é tudo no que concerne ao desenvolvimento da autoconfiança. Quantas pessoas já entenderam que são algo mais que um conjunto de trilhões células, mas que, mesmo sabendo que possuem uma essência espiritual, claudicam na vida e não se sentem fortes e confiantes?
A autoconfiança, que põe fim à tirania do pessimismo, do derrotismo e dos condicionalismos internos e externos, depende da confluência de dois fatores fundamentais: a convicção e a ação. Sem elas, a autoconfiança não se estabelece. A convicção se firma pelo pensamento estruturado na lógica e na razão, enquanto a ação somente é possível com o bom direcionamento da força de vontade. A autoconfiança depende da feliz conjunção do querer com o realizar. Eis a chave para seu desenvolvimento real e sustentável.
O desenvolvimento da autoconfiança tem uma conotação austera, e nele não se avança sem renúncia e tenacidade, pensamentos elevados e ações efetivas. Identificá-lo com um dom ou um privilégio constitui um enorme e sombrio engano; o progresso na confiança em si mesmo e o sucesso que por intermédio dele eventualmente se adquira é fruto da constante dedicação a uma vida ativa e fecunda, em que se revigora a seiva das ideias com força de vontade posta a serviço do desenvolvimento espiritual.
O que vale sempre e acima de tudo é o querer, um querer inteligente e equilibrado, robustecido pela certeza de que o pensamento, a que tudo antecede é temperado pela força do caráter. Querer conhecer cada vez mais os ensinamentos divulgados pelo Racionalismo Cristão com o propósito de estimular a autoconfiança para auxiliar desinteressadamente o próximo é garantia de êxito e sucesso na vida.
Muito Obrigado!