Houve um tempo em que era comum religiosos de vários continentes matarem uns aos outros em nome da fé, homens se acharem superiores às mulheres, homens de 60 anos casarem com meninas de 12. São fenômenos culturais, e como as pessoas vão ganhando novas interpretações ao longo do tempo, à medida que há mais evolução, por uma via ou outra, eles tendem a serem abolidos.
Hoje, porém, ainda há muitas coisas que prevalecem, como a xenofobia, o racismo, a homofobia. Outro tema que também precisa ser discutido é o conceito de família. Antigamente era comum um homem ou mulher casarem novos, geralmente na faixa dos 20 anos, ou antes, terem filhos e viverem juntos até um dos dois falecer e depois dessa morte o outro continuar sozinho até a data de óbito chegar.
Hoje em dia, porém, as pessoas estão ganhando novas percepções sobre o conceito de família e as ideias estão sendo questionadas. Muitos jovens se conhecem, têm filhos e depois se separam. O motivo? Vários. Uma coisa é certa: o conceito de família mudou drasticamente da geração de nossos avós para a de nossos pais, e a destes para a nossa.
A começar pelos filhos, não existe mais ou está diminuindo cada dia mais o número de jovens que ficam morando na casa dos pais por muito tempo, após acabarem o curso universitário, vida nova… novos planos… mais liberdade…Também a questão do gênero, apesar das discussões diversas, poucos pais obrigam seus filhos a seguirem o gênero com o qual biologicamente nasceram. O que deve existir nesses casos é entendimento, diálogo, e se a pessoa quiser ser o que escolher, desde que tenha alcançado a maioridade ou idade suficiente para discernir a diferença entre a e b, que seja, porém aceitando com isso todas as consequências, sejam elas boas ou não, na vida adulta
Hoje em dia também pais cada vez mais estão divorciando-se mais cedo que na geração anterior. A razão? Casaram cedo demais e não sabiam profundamente quem era o outro; depois de anos de casados com a mesma rotina mais e mais as pessoas vivem acorrentadas nos anéis que elas colocaram em ambas e passam a almejar alcançar novos horizontes. Enfim, à medida que vão passando por novas experiências, mudam os planos de vida, os interesses, os projetos… tornando cada vez mais o axioma secular “até que a morte nos separe” em uma falácia.
Não há como desvincular essas ideias de um novo milênio, seja do reflexo de um mundo em que as “verdades eternas” que foram impregnadas nas pessoas por séculos não são mais motivos de gerar credulidade. O mundo repleto de informação e de ampla evolução científica torna as pessoas mais jovens questionadoras de tudo que passaram para elas mais por hábito do que por reflexão.
Quem nunca ouviu de um pai ou de outra pessoa que a evolução é uma farsa porque não acredita que o homem tenha vindo de um macaco, sem nem mesmo ter lido e entendido corretamente a ideia de Charles Darwin de um ancestral comum que nada tem a ver com os nossos primatas mais próximos, os chimpanzés?
Enfim, sobre o papel dos racionalistas cristãos diante dessa realidade? Aceitar e raciocinar. Avaliar a melhor situação para si mesmo e para os outros, desde que firmou compromisso de sempre ser transparente e racional em relação ao que está pensando fazer. E os pais com filhos jovens que já tenham senso crítico e idade para entender a realidade do mundo, passe a eles conhecimentos morais e princípios espirituais conforme os ditames da razão, sempre ensinando o respeito e consideração, e que elas mesmas serão responsáveis pelos seus atos.