Todo ser humano consciente de sua racionalidade procura estabelecer critérios que o permitam interpretar a realidade que o envolve, identificando-se com as mais diversas concepções de mundo. Muitos se convencem com as explicações e as justificativas de caráter eminentemente religioso sem o concurso da razão, outros desconsideram a parcialidade da abordagem científica e a colocam como a única solução para os problemas humanos. No Racionalismo Cristão não temos como objetivo combater ideologias, muito menos arregimentar seguidores, mas esclarecer espiritualmente aqueles que de boa vontade nos procuram buscando uma cosmovisão que atenda a seus anseios e responda a suas dúvidas mais fundamentais.
Como consequência da ênfase à materialidade, tão comum em nossos dias, alguns seres menos afeitos ao autoconhecimento e ao estudo da espiritualidade têm se tornado cada vez mais alienados, desenvolvendo estilos de vida profundamente patéticos e doentios. Aturdidos por uma falsa compreensão da realidade, potencializada pelos dramas característicos do momento histórico ora vivenciado, optam, muitas vezes, por isentar-se da busca por explicações racionais acerca da vida, incidindo, assim, em um equívoco de consequências imprevisíveis e desagradáveis.
Julgamos tão importante o estudo da espiritualidade divulgada pelo Racionalismo Cristão que afirmamos que o efetivo reconhecimento, respeito e tutela dos direitos humanos só conseguirão estabelecer-se de forma plena e universal quando todos os povos e nações se compenetrarem de sua essência espiritual, reconhecendo que formam, coletivamente, uma mesma comunidade.
O que sobressai na conduta de quem absorveu as verdades enunciadas pelo Racionalismo Cristão é a prática constante de movimentos otimistas em relação à vida e ao próximo. Tais movimentos têm o efeito de corroborar com o bom uso do livre-arbítrio e ensejar um assentimento consciente e refletido dos princípios espiritualistas da ética e da moral, causado por uma vivacidade marcada pela alegria e pela compressão.
A exigência de ultrapassar uma visão materializada de mundo e, portanto, reducionista e até mesmo irracional para alcançar a análise abrangente e espiritualista da realidade social possui destacado valor, sobretudo na época atual, em que o sentido de solidariedade e interdependência têm sido intensamente expostos.
A mentalidade materialista que reconhece e legitima a existência tão somente dos fenômenos e objetos apreendidos pelos limitados sentidos físicos é incapaz de atender às demandas psicológicas e emocionais do ser humano contemporâneo, uma vez que a proposta materialista de compreensão da realidade não possui argumentação racional, força persuasiva ou utilidade prática no que se refere ao aprimoramento do espírito, que deve ser o objetivo de vida de todos os seres humanos.
Infelizmente, não é desprezível o número de pessoas que reconhecem o valor dos preceitos que sempre defendemos, mas que se dizem despreparadas e imaturas para praticá-los no dia a dia. Na verdade, essas pessoas preferem, no mais das vezes, abandonar-se complacentemente aos pensamentos que lhe aguçam prazeres fugazes e sensoriais a conciliar as demandas da vida com os princípios divulgados pelo Racionalismo Cristão, que, de forma lógica e natural, evocam a superação dos instintos inadequados e a vivência da razoabilidade e do bom senso.
As grandes e elevadas aspirações dos seres de boa vontade não se realizarão sem a absorção dos princípios da espiritualidade defendidos pelo Racionalismo Cristão, muitos dos quais abordamos na presente reflexão. Quanto a nós, que estudamos tais princípios e nos empenhamos em vivenciá-los na vida cotidiana, não nos descuidemos de nossas responsabilidades; busquemos, antes, com nossa conduta, impactar positivamente a vida de nossos semelhantes, reduzindo neles a indiferença e o ceticismo quanto aos valores por que zelamos.
Muito Obrigado!