Sabemos que o ser humano disciplinado é senhor de si mesmo e alcança seus objetivos à medida que planeja e organiza a própria vida. Sabemos também que quando um grupo de pessoas, motivado por sentimentos elevados e altruísticos, se une para a obtenção de um objetivo comum, as chances de sucesso crescem exponencialmente. Na presente reflexão procuraremos ressaltar e desdobrar, à luz da espiritualidade que nos proporciona o Racionalismo Cristão, a importância da conjugação dos esforços no campo das interações humanas, situando-a como uma garantia de êxito nos empreendimentos de valor.
Quando as pessoas se unem em torno de um objetivo comum, conjugando esforços de forma racional, disciplinada, organizada e honesta, todos os envolvidos, além de se beneficiarem espiritualmente, em razão da atmosfera de saudável intercâmbio que se estabelece, são capazes das mais brilhantes realizações, seja no campo das artes, da ciência, da educação, do empreendedorismo, da assistência social ou qualquer outro. É certo que a compreensão acerca do que fundamenta os projetos bem-sucedidos não pode jamais prescindir do exame dos valores espirituais envolvidos no processo.
O estudioso da espiritualidade, consciente do valor e da importância de seus atributos e faculdades espirituais, valoriza sua interioridade e subjetividade, contudo não se descuida do convívio social e dos anseios da comunidade que integra. Inimigo do egoísmo e incapaz de se fechar às necessidades alheias, está sempre pronto para estender a mão a quem precisa de seu apoio e, a depender das circunstâncias, ligar-se a quem tem ideais e projetos que sejam a um só tempo nobres e semelhantes aos seus.
Não haja dúvida: toda união de esforços humanos, para que promova benefícios recíprocos e sustentáveis, deve ter por fundamento a valorização da vida e do bem-comum; assim, à luz de uma interpretação espiritualista, pode-se afirmar que, quando um grupo de trabalhadores ou pesquisadores, independentemente do ramo do conhecimento a que estiverem ligados, se reúnem em torno de uma solução que beneficiará a coletividade, certo é que não apenas parte da sociedade será contemplada com tal decisão, mas sobretudo os próprios envolvidos.
Meditando sobre os conteúdos até agora expostos e analisados e utilizando-nos de uma interpretação extensiva, podemos dizer que, ao nos reunirmos, presencial ou virtualmente, com os pensamentos ligados pelo benquerer com a finalidade de estudar e divulgar temas tão elevados e importantes como o presente, além de ajudar o próximo, também ajudamos a nós mesmos – e muito, acrescentaríamos.
Estimular a união de pessoas em torno de ideais elevados consiste em um dos objetivos precípuos de nossos estudos filosófico-espiritualistas. Estamos convictos de que o individualismo deve ser combatido, visto que enseja comportamentos mesquinhos e contrários ao desenvolvimento do espírito. A pessoa que não busca interagir com o semelhante e estabelecer vínculos de afetividade e amizade torna-se alheia a sua própria finalidade na vida, perdendo suas raízes. Indiferente aos mecanismos sociais que a circundam, lembra uma pessoa vagando pela rua sem itinerário e sem saber bem para onde vai e aonde quer chegar.
Nossos estudos filosófico-espiritualistas, em sua constante evolução, a fim de acompanhar o dinamismo da vida e adaptar-se aos avanços sociológicos, vem, historicamente, dando especial destaque ao sadio convívio social, familiar, corporativo, profissional etc., pois temos a consciência da importância das relações interpessoais para o aprimoramento coletivo dos seres humanos. O estudo da espiritualidade autêntica, como nos propõe o Racionalismo Cristão, que se descortina generosamente à pessoa ávida de aprimoramento espiritual, além de exigir renovado empenho interpretativo em relação aos fatos da vida cotidiana, é estruturado em princípios que estimulam a ética nas relações e dão primazia à união e ao entendimento entre os seres humanos. Dessa forma, estamos certos de que esta reflexão representa uma fonte de estímulo à união de esforços para a promoção da paz, da fraternidade e sobretudo da vida. Meditemos, portanto, acerca de seu conteúdo e vivenciemos diariamente os princípios que a inspiraram.