Nesta reflexão não temos a pretensão de discorrer sobre todos os aspectos e causas do desequilíbrio psíquico e tampouco como superá-los, embora o Racionalismo Cristão tenha sido fundado, através de Luiz de Mattos e Luiz Thomaz, principalmente para normalizar pessoas que sofriam desse mal e desconheciam suas causas e como curá-lo. Vamos procurar nos ater somente no enunciado da questão, ou seja como resistir aos reveses da vida e reencontrar a positividade.
Mas, primeiramente, nos cumpre falar sobre o significado de desequilíbrio psíquico na ótica do Racionalismo Cristão: trata-se de uma perturbação mental que pode ser sutil, amena, periódica, permanente, branda ou violenta. Nas formas sutis e amenas, manifesta-se por manias, pavores, esquisitices, fobias, cacoetes, exotismos, paixões, fanatismos, covardia, indolência e por todos os excessos, como os sexuais, os de comer, os de rir ou de chorar, e muitos outros. Já nas formas periódica, permanente, branda ou violente, há sempre o concurso de forças espirituais externas. O que não as impede de serem atraídas nos desequilíbrios sutis e amenos, como esclarece o livro Racionalismo Cristão, de autoria de Luiz de Mattos.
Assim, à medida que os seres humanos se esclarecem, passam a compreender melhor as causas dos desequilíbrios psíquicos e mais preparados estarão para enfrentá-los, sejam quais foram suas causas, inclusive nos casos dos reveses da vida, pois saberão buscar dentro de si mesmos a força necessária para reencontrar a positividade e a alegria de viver.
Uma boa parte dos reveses pelos quais passam os seres humanos estão relacionados às decepções pelas frustações face ao imediatismo nas expectativas de resultados pelo esforço empreendido na conquista do chamado sucesso e outros tantos à questões de saúde, própria ou de entes queridos, inclusive falecimentos.
Os bens materiais, em qualquer perspectiva considerada, pertencem ao planeta Terra e devem ser utilizados pelo ser humano de maneira consciente e responsável, visando o progresso coletivo. Proceder egoisticamente, reduzindo a amplitude dos recursos planetários ao benefício próprio, é fraqueza moral, que escraviza a pessoa aos valores puramente materiais. Os únicos bens que a pessoa leva consigo, ante o impositivo natural da morte, são os legítimos e imperecíveis valores morais conquistados ao longo da existência, precisamente pela boa aplicação que fez dos recursos materiais.
Quanto ao falecimento de um ente querido, o sentimento de saudade é normal ao ser humano que experimenta uma separação física. A expressão de sentimentos é própria da vida humana, e até certo ponto a ela necessária, razão pela qual são criados os vínculos afetivos, notadamente nos ambientes familiares. No entanto, há imperiosa necessidade de o ser humano convalescer da dor moral prolongada e mortificadora, de modo a evitar a ocorrência dos perniciosos males causados por desequilíbrios psíquicos.
Outro fator que predispõe grandemente ao desequilíbrio psíquico e suas consequências são as questões sociais, ou seja, quando o indivíduo subjuga a inteligência às convenções sociais, ele distorce os valores autênticos do espírito, entorpece a consciência perante seus deveres e se torna alheio às intuições que revelam o verdadeiro sentido da existência.
A positividade está relacionada a forma como direcionamos nossos pensamentos, pois sabemos que quem bem pensa, bem atrai. Assim, devemos direcionar toda a nossa força mental para o bem, pensando com otimismo e trabalhando firmemente para obtermos os resultados necessários. A positividade está relacionada também com a nossa maneira de encarar os reveses e as adversidades.
Se olharmos para os fatos da vida como oportunidades de desenvolvimento dos nossos atributos espirituais, como a inteligência, que é o atributo mestre do espírito, o raciocínio para analisarmos os fatos à luz da razão, a vontade para subjugar o desânimo, a timidez e as fraquezas, a consciência do que somos para não dispersarmos nossas energias querendo ultrapassar nossos limites naturais, o domínio próprio para evitarmos atos impulsivos e a nossa capacidade de concepção para fazermos uso de nossa capacidade criativa, estaremos tirando o melhor proveito de nossas vidas e, consequentemente, iremos alimentar pensamentos e sentimentos positivos diante das adversidades.
A realidade da vida também nos faz refletir muito mais diante dos reveses, que podem identificar algo que tenhamos negligenciado ou esquecido diante da pressa em solucionar problemas. Também, pode nos mostrar algum aspecto desconhecido no processo, criando uma experiência que jamais será esquecida, fato que, muitas vezes, no sucesso, poderá passar despercebida.
Assim, para concluirmos, podemos afirmar que, quanto mais estivermos cientes do que somos como parcelas do Princípio Inteligente e corpo físico, laborando mais uma etapa do longo processo evolutivo em nossa atual estada nesse planeta-escola, tanto mais teremos condições de superar nossas adversidades, mantendo o nosso equilíbrio psíquico que provém da apuração dos nossos sentidos, do temperamento bem ajustado às realidades da vida, da compreensão exata das possibilidades e da justa apreciação dos fatos. Portanto, calma, serenidade, moderação, atitudes ponderadas, reflexão, critério e bom senso revelam o nosso equilíbrio psíquico que nos permite enfrentar os reveses da vida e nos mantermos positivos diante dos acontecimentos.
Muito Obrigado!