Duas palestras que empolgaram

O incansável presidente da Filial Santos, Jorge Fares, que na véspera havia presidido a reunião cívico-espiritualista e feito discurso com ênfase nos jovens e no ingresso para a militância, apresentou duas palestras e, na manhã seguinte, presidiu reunião de militantes e outra para médiuns.

As palestras versaram, uma, parte do VII Curso Atributos do Espírito, da Filial Santos, sobre Decência; a outra, dentro do IV Ciclo de Palestras de Jovens, também da Casa-Berço, sobre “O que os pais esperam dos filhos?”. Foi um sucesso, haja vista as pertinentes perguntas e intervenções efetuadas no final das apresentações.

Decência. Jorge Fares levou à assistência a conceituação e o significado de decência: dignidade, modo de agir de quem segue as regras morais e éticas. E citou como sinônimos pudicícia, respeitabilidade, integridade, honradez, honestidade, decoro, dignidade, probidade, retidão, seriedade.

Destacou quatro sentidos para a palavra decência:

  1. Compostura: modos, modéstia, maneiras, equilíbrio, compostura, discrição, circunspeção, comedimento.
  2. Pudor: decoro, pejo, moralidade, pudor, recato, reserva, resguardo, vergonha, virtude.
  3. Honestidade: dignidade, honestidade, honradez, integridade, probidade, brio, respeitabilidade, seriedade, correção, honra, lisura, nobreza, retidão.
  4. Asseio: asseio, higiene, limpeza, mundícia, mundície.

Decência está em conformidade com o sistema de crenças de uma cultura, e, portanto, seus padrões podem variar ao redor do mundo. É também o recato, a compostura. O conceito, explicou, permite fazer referência à dignidade nos atos e nas palavras.

Decência opõe-se a desonestidade, desvergonha, imoralidade, torpeza, depravação, impudência, despudor. O palestrante apontou exemplos:

“Não gosto nada dos espetáculos que ultrapassam os limites da decência”,

“Encontrar um político com decência é tão difícil como achar uma agulha num palheiro”,

“Se o treinador tivesse um pingo de decência, pediria a sua demissão”.

“Reparem naquela mulher, é evidente que não tem qualquer sentido de decência”,

“Desculpa que te diga, mas esse traje de banho não preserva nada a tua decência”,

“Talvez eu não tenha sido promovida na empresa porque conservei sempre a minha decência e nunca aceitei jantar fora com o patrão”.

Pais e filhos. Jorge Fares discorreu também sobre relação familiar, com a palestra O que os pais esperam dos filhos, e começou com recomendações:

Vivam todas as fases da vida com segurança; eduquem-se, sejam honestos e bons profissionais; se constituírem família, sejam bons pais e mães; nas fases da infância, adolescência e juventude, levem em consideração os conhecimentos e exemplos transmitidos pelos pais; saibam caminhar com “as próprias pernas”; mantenham a reputação e o nome da família, não os desonrando; sejam pessoas de bem; reconheçam o que os pais fizeram pelos filhos e demonstrem gratidão; amparem os pais na velhice em tudo que estiver ao seu alcance; estejam presentes sempre que possível, não esquecendo de suas raízes; não briguem por herança, visto que não foram os filhos que trabalharam para conseguir o que foi deixado; procurem preservar o patrimônio da família, porventura herdado, para o próprio desenvolvimento e dos descendentes.

Lembrou os riscos que ocorrem nas diferentes fases: acidentes, intoxicações, desaparecimentos; drogas, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis; velocidade, alcoolismo, esportes radicais; más companhias, más assistências; não valorizar o estudo; não avaliar os conselhos dos pais.

Apontou os caminhos irreversíveis; atitudes passionais e irredutíveis em relação à maioria dos assuntos; rebeldia excessiva; labilidade de humor e de posições; revoltas sem motivos.

Jorge Fares incluiu na palestra a visão do Racionalismo Cristão sobre o tema e destacou os conhecimentos espiritualistas: nascer é uma oportunidade e necessidade para evoluir; nascer na sua família não foi ao acaso, existem compromissos evolutivos entre todos os membros da família; com estes conhecimentos não cabe a frase: ‘não pedi para nascer”.

Citou ainda o papel ativo na evolução dos familiares, lembrando o não cumprimento do papel que cabe a cada familiar acarreta dívidas espirituais, e se referiu ao que os filhos esperam dos pais: compreensão, amor e carinho; educação e exemplos; convivência cordial entre pais, filhos e entre os cônjuges; respeito e consideração; incentivo; apoio; delicadeza; autoridade e abertura para dialogar.

Jorge Fares buscou apoio de citações de textos de Olga Brandão, Maria Cottas e Luiz de Souza. Por exemplo:

“A educação dos filhos exige dos pais grande dose de abnegação, trabalho, esforço, renúncia, sacrifício, dedicação e cuidados”.

Luiz de Souza. A felicidade existe; Pág. 88.

“A educação dos filhos é uma arte difícil de executar e, por isso, grandes falhas morais que se observam nos adultos, têm origem na ineficiência da orientação inicial”.

Luiz de Souza. A felicidade existe, Pág. 87

“Quando os que têm o dever de educar, deixam de cumprir as suas tarefas, o mundo educará, e o mundo não educa com amor, da forma que os pais devem educar”

Maria Cottas. Clássicos do RC, vol. 3. Pág. 21