Conheci o Racionalismo Cristão há pouco tempo e gostei muito. Senti grande afinidade com os conhecimentos em que acredito. Venho de uma família católica e umbandista, cresci com base na fé em Jesus Cristo, e ao conhecer o RC me surgiram dúvidas, porque vejo que não menciona os ensinamentos de Jesus, e sim o raciocínio, pensamentos. Deus? Como vocês explicam? Não existe Deus? Santos que muitos conhecemos na Igreja Católica, quando fazemos um pedido, direcionado a um específico santo, eles não existem? Será tudo uma utopia?

São muitas as dúvidas. Sou uma pessoa em busca do meu melhor aqui neste plano terreno, busco conhecimentos, e procuro sempre estudar a espiritualidade.

Resposta: Prezada, você se identificou com os ensinamentos do Racionalismo Cristão, e como esta Filosofia espiritualista recomenda, já está procurando respostas, através de um atributo espiritual, bastante valorizado em suas orientações que é o raciocínio. E esse atributo do ser humano, como espírito, só é desenvolvido por meio do esforço e do estudo em múltiplas existências.

Esta Filosofia nos leva a meditar sobre a lei maior do Universo: a evolução, mas para que esse processo evolutivo se processe são necessários dois elementos: Força e Matéria.

Em todo o Universo, iremos constatar a atuação da Força sobre a Matéria: desde a matéria fluídica e a mais ínfima partícula atômica, até a formação mais complexa: o ser humano. Atrás dessa contínua evolução através dos domínios da natureza, constatamos a atuação de um Princípio Inteligente, que alguns denominam Deus, idealizando uma figura humana distribuído castigos e perdões.

Na realidade, somos uma emanação desse Princípio Inteligente, dessa Inteligência Universal, que nada possui de material. Como espíritos que somos, somos também uma Força imaterial, comandando uma matéria organizada. Possuímos, portanto, todos os atributos inerentes ao Todo, mas, de forma latente, a serem desenvolvidos em uma infinidade de existências em corpo humano.

Entre os principais atributos espirituais a serem desenvolvidos, podemos citar a inteligência, o raciocínio, a vontade, e o domínio próprio, entre muitos outros.

Esse Princípio inteligente rege o Universo através de leis evolutivas como a lei de causa e efeito, a lei da atração e a lei de múltiplas existências. A cada existência física nos subordinamos a essas leis evolutivas, principalmente à de atração, vinculada aos nossos pensamentos.

Os pensamentos exercem força atrativa tanto para o bem quanto para o mal. Para o bem, quando vibrados no sentido da prática de boas ações, exercendo assim atração de forças benéficas favoráveis ao nosso crescimento espiritual; mas, quando direcionados no sentido do mal, promovem a atração de forças maléficas que podem conduzir a pessoa ao desequilíbrio psíquico e consequente sofrimento.

Sem pedidos. Como vê, não precisamos pedir, apenas lutar por aquilo que podemos mudar, utilizando os nossos atributos espirituais, ou aceitar com coragem as exigências das leis evolutivas para aquilo que não podemos modificar.

Quanto a Jesus, foi um espírito de elevado grau de evolução que não precisava vir até nós, mas assim o fez para difundir seus ensinamentos, orientando-nos a amar nossos semelhantes como a nós mesmos. Ensinava o caminho da Evolução pela lei de vidas sucessivas, visando ao aperfeiçoamento, que é a forma mais justa de corrigir nossos erros pelo cumprimento das leis de causa e efeito; e não o da salvação.

Certamente antes de chegar ao grau evolutivo que chegou, teve de retornar várias vezes ao mundo-escola seguindo os princípios das leis naturais que regem o Universo.

Por ser um espírito de grande simplicidade e de um grau de entendimento superior, não gostaria de ser adorado; pregava a igualdade entre os seres e não o favorecimento de uns em detrimento de outros, pois isto contraria as leis que regem este incomensurável Universo, como a lei de causa e efeito. Tinha consciência disto, pois dizia: “Não as faças que as pagas”, (as más ações).

Muitos de seus ensinamentos foram deturpados visando à detenção do poder em seu nome. O Racionalismo Cristão procura apenas transmitir um código de conduta deixado por ele, para um melhor viver neste planeta. Por isso esta Filosofia espiritualista tem em seu nome a palavra Cristão; por seguir seus verdadeiros ensinamentos.

Ele ensinava, também, a lei da atração: “Conforme se pensar, assim será”. Nesta convicção do que queremos, pela força do pensamento somos conduzidos ao sucesso sem precisar de peditórios.

Como vê, esta Filosofia é simples para aqueles que têm a coragem de raciocinar, sem medo de castigos ou presos a dogmas e misticismos, ao incentivar somente a utilização do  atributo da razão, do raciocínio e sem a preocupação de arrebanhar adeptos, mas sim esclarecer sobre aquilo que somos e o que estamos fazendo neste planeta, que é como uma escola para a qual nos deslocamos de nossos campos de estágio a cada nova existência física.

Por ser uma filosofia espiritualista de caráter racional e científico, assim se expressa na 45ªedição de seu livro essencial Racionalismo Cristão, quanto ao vocábulo “Deus”:

“Na codificação de seus princípios, o Racionalismo Cristão afirma ser o Universo composto de Força e Matéria. A Força – que incita e movimenta todos os corpos (Matéria) – é o princípio inteligente que interpenetra todo o Universo. Esse princípio inteligente é compreendido pela maioria das pessoas como Deus, que o Racionalismo Cristão prefere denominar Força Criadora, Grande Foco ou Inteligência Universal, da qual somos uma partícula que contém os mesmos atributos em forma latente, para serem desenvolvidos”.