Possa esta reflexão ser ao nosso leitor um convite a deixar que a luz dos princípios racionalistas cristãos da ética, do benquerer, da honestidade e, sobretudo, da superação ilumine sua mente e lhe forneça o vigor necessário para testemunhar na própria vida a felicidade de concretizar iniciativas sublimes e concluir tarefas iniciadas. Tal comprometimento comporta, às vezes, não poucas dificuldades e decepções; estas, porém, com a virtude do empenho e a faculdade da força de vontade, poderão ser positivamente contornadas pela pessoa de bem.
O ser humano que se mostra receptivo às diversas lições que a vida fornece em todas as circunstâncias fomenta de maneira sensata e frutuosa não somente sua liberdade, mas a consciência da força e da grandeza que residem no empenho sincero de autoaperfeiçoamento com vistas ao benefício próprio e coletivo. Usar bem a força de vontade significa empregá-la na promoção e no cultivo das virtudes, bem como no aprimoramento dos atributos espirituais.
O ideal de fortalecimento da vontade não deve apenas ser acalentado na mente, mas também transposto para as relações sociais, exteriorizado em uma conduta elevada e sincera, produtiva e autêntica.
Quando as ideologias ou filosofias materialistas, que estimulam a lamentável tirania dos impulsos irrefletidos, proclamam que a liberdade deve ser convertida em prazer e que livre é aquele que faz o que quer, assim agem para justificar a manifestação dos sentimentos mais primitivos e dos equívocos mais desprezíveis com que se comprazem e se retroalimentam.
O materialismo, que é, por assim dizer, a negação do conceito de transcendência, tem introduzido nas gerações mais jovens uma forma de pensar que se caracteriza pela valorização do comodismo e de reações consideradas – inadequadamente, lembramos – espontâneas, que desprezam a reflexão e a disciplina, enquanto valorizam uma fantasia oriunda de um mundo virtual em que se destacam a facilidade, a manipulação e a irresponsabilidade.
A profusão de desafios com que o ser humano se depara ao logo da vida e os ambientes conturbados e hostis com que costuma entrar em contato pelas mais variadas razões não devem, de forma alguma, anular o dever moral que cada um tem de agir com lisura. Devemos nos empenhar em ser íntegros e honestos em todos os lugares e em todos os momentos. As influências negativas, tão comuns e próprias deste planeta, conspiram, por assim dizer, contra o afloramento das qualidades e potencialidades humanas, encobrindo-as com a densa malha da preguiça e da pusilanimidade.
Para que o ser humano possa se abstrair dessa influência obscura, é imperioso que ponha em atividade a força de vontade, escoimada de preconceitos, esclarecida pela experiência do bem e isenta de outros propósitos que não o de viver com ética, simplicidade e humildade – pilares da moral e sustentáculo de inúmeras virtudes.
Como todos os nossos artigos, também este foi escrito com o mesmo princípio unificador e o mesmo objetivo em mente: manter uma unidade coerente de propósito, com intensa concentração na perspectiva espiritual explanada pelo Racionalismo Cristão. E por que insistimos tanto na importância da força de vontade? Porque não basta que os pensamentos e os ideais sejam elevados e sublimes; é imperioso que tais formulações abstratas se materializem por meio de ações efetivas, o que só pode ocorrer quando o ser humano aprende a bem direcionar e estimular sua força de vontade.
A abundância de incentivos externos e o carisma da mensagem sincera e terna no processo de espiritualização do ser humano representam, sem dúvida, fatores válidos e oportunos. Todavia, sobre todos esses valiosos aspectos e dignos recursos é preciso força de vontade, empenho firmeza de caráter e disposição férrea para não se deixar levar pela imprudência e pela angústia que permeia o mundo. Retomamos o convite feito na introdução. Reflitam sobre ele e deixem-se penetrar cada vez mais pelos salutares princípios da espiritualidade proposta pelo Racionalismo Cristão, pois estes são os mais potentes combustíveis da força de vontade e do empenho para a prática do bem.
Muito Obrigado!