Este artigo busca aclarar o que é desequilíbrio psíquico, seu mecanismo, caminhos e fatores que levam a ele, origem, sinais, sintomas, abordagens para prevenção e correção tratados na ótica dos princípios e práticas da filosofia racionalista cristã, que estuda, pratica e difunde o autêntico espiritualismo.
A obra essencial Racionalismo Cristão, 45ª edição, não mais utiliza o termo “obsessão”, que foi substituído por “desequilíbrio psíquico”, por este carregar significado mais amplo, lógico e racional. Desequilíbrio psíquico é estado de anormalidade na ordem psíquica, mental ou cognitiva provocado por diversos fatores “físiológicos”, “psicológicos”, “genéticos”, “ambientais/sociais” e “espirituais” que afetam consideravelmente a vida pessoal, profissional e social, além de provocar comorbidades em diversos órgãos do corpo. O desequilíbrio psíquico pode surgir em qualquer pessoa e em qualquer fase da vida. É um fenômeno comum e ocorre com frequência e intensidade maior do que a humanidade imagina e compreende.
Automatismo da lei de atração e repulsão. Para compreender o mecanismo do desequilíbrio psíquico é primordial o entendimento do que é a lei de atração e repulsão, seu automatismo, pois são nossas vibrações de pensamentos, superiores ou inferiores, que acionam de imediato, automaticamente, essa lei. Toda força vibra, o espírito, como força que é, também vibra, gerando uma sequência de eventos: pensar, vibrar, irradiar ondas-pensamento que se propagam em meio fluídico acionando, automaticamente, a lei de atração e repulsão, que se encarrega de fazer a sintonia por afinidade através da frequência de vibrações de pensamentos emitidos por inteligências (espíritos). A conexão é formada, o processo de comunicação se estabelece em via de mão dupla, de um lado o emissor, do outro o(s) receptor(es).
De uma ponta a outra desse processo de comunicação os envolvidos se comunicam através da linguagem universal que é pura vibração de pensamentos. Quando um não quer, dois não se falam. Nesse aforismo (ditado) está o entendimento para a autoproteção que se consegue de forma plena com esforço próprio, sabendo vibrar o pensamento, diuturnamente, de forma elevada (bem pensar) repelindo as vibrações inferiores e atraindo as superiores. A lei evolutiva de atração e repulsão como também a lei de causa e efeito não permitem privilégios e exceções e, ambas são implacáveis, imparciais, justas, equânimes e insensíveis às súplicas e aos apelos ilógicos e irracionais.
Dúvida recorrente -1. Pode a pessoa já tendo certo nível de esclarecimento perturbar-se e entrar em desequilíbrio psíquico? A resposta a essa questão é “sim”. O ponto chave para se prevenir do desequilíbrio psíquico é buscar entender nossa composição astral e física como parcela-força (espírito) que organiza, incita e movimenta seus agregados de matéria (corpos fluídico e físico) e entender o significado das leis evolutivas. Esse entendimento é fundamental, mas o passo maior, primordial, é ter esse conhecimento sediado na prática.
É de se esperar que o esclarecido deva repudiar todos os atos incoerentes, indignos, ilógicos, irracionais, mas se vacilar em seus pensamentos, sentimentos e ações pode jogar tudo ou parte a perder de sua existência terrena em que tem a oportunidade de se expressar na forma humana, por deixar-se chegar ao estado de desequilíbrio psíquico. O agente responsável principal pelo desequilíbrio psíquico é a própria pessoa, que chega a esse estado de perturbação devido à aplicação indevida de seu livre-arbítrio e vontade mal-educada. Somos responsáveis pelas nossas escolhas, tomadas de decisão, ações e seus efeitos.
Sinais e sintomas. Numa abordagem simplificada, “sinais” são tudo aquilo que a pessoa não sente, mas que é observado por outras e “sintomas” são tudo que a pessoa sente e revela. O desequilíbrio psíquico pode ser comparado a um prisma multifacetado, em que as faces representam causas, efeitos, sinais e sintomas gerando múltiplas combinações. São muitos caminhos, múltiplos fatores que levam ao desequilíbrio psíquico, que se configura em sinais e/ou sintomas que vão desde leves perturbações até se transformar em graves perturbações e comorbidades como manias, medo, sinais depreciativos de si mesmo (autodepreciação) ou de outras pessoas, evidências de mistificações, enganar, cacoetes, nervosismo e autoritarismo irrefreados, aborrecer constantemente o semelhante, paixões, adotar práticas viciosas, possessividade, culto ao corpo e a personalidades.
Entenda o mecanismo…
Acrescentem-se às perturbações provocar ou alimentar discussões, indolência, demonstrar fanatismo, intolerância, ter ideias fixas sobre algo ou alguém, aplicação incorreta de modalidades mediúnicas infringindo leis evolutivas, desejos insuperáveis, ambição desmedida, temperamento voluntarioso, desregramentos de toda ordem e todos os tipos de excessos até se transformar em graves perturbações como loucura, fobias, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno depressivo, mania de perseguição, Transtorno Generalizado de Ansiedade (TGA) e outras patologias (doenças) mentais.
Podemos citar outros fatores causais do desequilíbrio psíquico, como dores decorrentes de traumas e enfermidades físicas, má formação congênita cerebral ou do sistema nervoso central, distúrbios psicológicos como dores morais, dificuldades de relacionamento social (ambiental), como fobia social, síndromes diversas, como a do pânico, e tantos outros fatores causais. Todos esses sinais ou sintomas indicam estar o ser a caminho ou mergulhado num processo de desequilíbrio psíquico.
Agentes externos. Quando a pessoa apresenta sinais e/ou sintomas de desequilíbrio psíquico nem sempre esse estado está associado à influência de agentes externos (espíritos), como muitos pensam. Na maioria dos casos, provavelmente, o desequilíbrio psíquico começa com uma leve perturbação, num primeiro momento, tendo o próprio ser como o responsável principal, pois é quem cria, viabiliza e dá vida aos pensamentos de baixas vibrações, alimentando-os e irradiando-os.
Procedendo, continuamente, com essa maneira de pensar, pouco a pouco, suas vibrações vão ficando conhecidas de outras inteligências (espíritos) e, através da lei de atração e repulsão, se casam com as vibrações desses que são os agentes externos. Neste caso, passa a acontecer uma sintonia, conexão, uma reciprocidade na forma de pensar entre o emissor e o receptor, gerando coparticipação, uma verdadeira e intensa troca de fluidos nocivos entre seus corpos fluídicos, possibilitando, assim, o segundo momento, que se configura num quadro de desequilíbrio psíquico de intensa perturbação, quando passa a acontecer a influência da ação externa, contumaz, persistente, de uma inteligência, que subjuga outra inteligência, o espírito que se deixa perturbar, para influir sobre este negativamente. Portanto, no momento inicial do desequilíbrio psíquico pode ainda não existir a figura do agente externo, que passa a interagir, num segundo momento, como ator corresponsável no processo.
Dúvida recorrente-2. Pode um humano atuar como agente externo influenciando de forma persistente, contumaz, subjugando outro humano que se deixa perturbar acarretando um quadro de desequilíbrio psíquico? A resposta é “sim”, tanto um espírito do astral inferior quanto um espírito que se expressa na forma humana podem atuar como agente externo, como atores tendo coparticipação no processo de desequilíbrio psíquico, lembrado que ambos os tipos de agentes externos têm algo em comum – são espíritos, inteligências, parcelas-força. Somos responsáveis pelas nossas escolhas, tomadas de decisão e seus efeitos. É nossa própria consciência que gera, produz, nossa realidade.
Prevenção e correção. A prevenção e a correção de desequilíbrio psíquico se processam de forma segura e eficaz através da aplicação de duas abordagens: a do fortalecimento; a outra, a do esclarecimento. Ambas as abordagens são distintas, mas indispensáveis e se complementam para o pleno equilíbrio psíquico. As abordagens do fortalecimento e do esclarecimento são hábitos e condutas seguras e precisas recomendadas pela filosofia racionalista cristã para se ter uma vida profícua, harmoniosa, equilibrada e produtiva.
Fortalecimento. A abordagem do fortalecimento compreende a permanente higiene mental e física, trata-se da disciplina e hábitos saudáveis na forma de pensar e viver. A limpeza psíquica é uma prática de higiene mental, um método, que consiste em fazer o portador ou não de transtornos psíquicos compreender, assimilar e pôr sistematicamente em prática as irradiações nas reuniões espiritualistas, presenciais e/ou a distância, das casas racionalistas cristãs e fora destas como no lar, em momentos recomendados pela Prática do Racionalismo Cristão (PRC) edição atualizada, e a remodelação de si mesmo, se esforçando para aprender a educar, ordenar e disciplinar seus pensamentos e sua maneira de pensar, sentir e agir.
A abordagem do fortalecimento é focada na importância da disciplina, de se ter horas para tudo, de manter o tempo ocupado, dedicando-se de forma saudável ao estudo, trabalho, lazer, alimentação e a formação de uma sinergia através do convívio respeitoso, franco e amoroso com a família, os amigos e a sociedade na qual se está inserido.
Esclarecimento. A abordagem do esclarecimento trata-se de incentivar o portador ou não de desequilíbrio psíquico para o estudo sério e compreensão do autêntico espiritualismo, do significado e de como atuam as leis evolutivas que não são punitivas e sim educadoras, da necessidade do desenvolvimento das faculdades e dos atributos espirituais, de aprender a raciocinar com acerto, da compreensão do binômio Força e Matéria como ponto de partida de todo o raciocínio para se investigar as causas, os efeitos, o porquê de tudo que acontece consigo mesmo e com outras parcelas-Força em evolução, dos fenômenos físicos e metafísicos que ocorrem em nosso entorno e no Universo – físico e astral. A compreensão precisa dos conhecimentos contidos no arcabouço teórico-prático da filosofia racionalista cristã, difundidos através de suas reuniões espiritualistas presenciais e a distância, de seus grupos de estudos, do jornal, rádio e TV A Razão, de seus programas interativos de esclarecimentos, orientações e debates disponibilizados nas apropriadas redes sociais, todos esses recursos do conhecimento e tecnológicos são disponibilizados à humanidade, aos portadores ou não de desequilíbrio psíquico, orientando-os e capacitando-os a pôr em prática um código de conduta racional e eficaz para a prevenção e correção de transtornos psíquicos e a construção de uma existência terrena profícua, produtiva e de qualidade.
Responsável principal. O portador de desequilíbrio psíquico precisa se fortalecer e se esclarecer para poder libertar-se das amarras internas que o prendem a esse estado de perturbação psíquica, buscar entender como se dá o mecanismo do desequilíbrio psíquico, seus riscos e consequências, e passar a alinhar sua vida às próprias metas traçadas por ele mesmo em seu planejamento astral. Precisa compreender que ele próprio é o agente responsável principal pelos transtornos e experiências que está vivenciando e a ele cabe a reação e o esforço maior para a remodelação de seus pensamentos, sentimentos e atitudes para a prevenção e a correção definitiva do estado de desequilíbrio psíquico em que se encontra. É como se dissesse: o doente, que é o portador do desequilíbrio psíquico é o responsável principal pela sua própria cura.