Espaço-tempo na ótica da filosofia espiritualista

Tempo e espaço são duas grandezas relativísticas características de mundos físicos, como a Terra, que inexistem nos campos superiores da espiritualidade. Para os espíritos, nas dimensões sutis, diáfanas, não há espaço nem tempo e estes podem estar simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo, em diversos planos ou campos de manifestação da Força. No plano físico Terra a ocorrência desse fenômeno é possibilitada quando é formada entre inteligências, espíritos encarnados e desencarnados, conexão que se estabelece através da linguagem universal entre espíritos que se dá através de irradiações de pensamentos.

O entendimento desses conceitos, com maior profundidade, facilita a compreensão racional do significado do termo “Presente eterno”, que, para a maioria dos seres, é limitada. Tempo e espaço são dimensões próprias do mundo físico, diferentes daquelas existentes no mundo espiritual, onde só há uma espécie de presente eterno. Para muitos encarnados é difícil a compreensão do Espaço-tempo, mas o estudo sério da espiritualidade acrescido de investigações da ciência experimental amplia nosso conhecimento, nossa consciência, expandindo com precisão nosso entendimento.

Espaço-tempo é o referencial em que todos os fenômenos ou eventos de natureza física acontecem. Costuma-se definir o referencial Espaço-tempo, interligando estes termos através de hífen, como a combinação da estrutura tridimensional formada pelas três dimensões do espaço (comprimento, largura e profundidade), que dá a sensação de relevo, de volume, acrescido da dimensão única de tempo. Essa necessária junção de espaço e tempo forma uma estrutura que nos fornece uma descrição única para espaço e tempo que denominamos “Continuum do Espaço-tempo”, que nos permite melhor entendimento dos fenômenos relativísticos. A estrutura do Espaço-tempo é quadridimensional, ou seja, possui quatro dimensões, três espaciais e uma temporal. Portanto, é necessária a junção de espaço e tempo para a percepção, investigação, mensuração e interpretação precisa de eventos (fenômenos) físicos, inclusive, para diferenciá-los dos fenômenos metafísicos. Portanto, nossa percepção e compreensão exige que tenhamos três dimensões espaciais para descrever a posição de um corpo no espaço e uma dimensão temporal para descrevermos as equações da dinâmica, trajetória e evolução temporal dos sistemas físicos.

Eventos são os elementos básicos do referencial Espaço-tempo. Um evento é qualquer fenômeno que ocorre no Espaço-tempo. Em qualquer dado espaço-tempo um evento ocorre em uma posição única e em um instante de tempo único. Portanto, um evento marca um ponto no Espaço-tempo. Se a trajetória ou processo físico descrito por esse evento evolui ao longo do tempo ele será representado sob a forma de uma linha no Espaço-tempo onde cada um de seus pontos representa a evolução temporal do evento, ou seja, uma sequência de posições e instantes de tempo que mostram como uma dada situação física evoluiu. Número de dimensões superiores a quatro compõem uma gama de teorias e modelos complexos de difícil percepção e entendimento para a maioria dos humanos devido ao grau de maturidade intelectual e espiritual alcançado.

Os graus de evolução espiritual e intelectual, a forma como o espírito aplica seus atributos e faculdades, a constituição de matéria em seu corpo fluídico se mais ou menos diáfana, todas essas propriedades somadas às condições dos meios ou campos de manifestação da Força formados por variedade de densidades de matéria astral e física que fornecem os recursos necessários para o espírito processar sua evolução, são indicadores determinantes de maior ou menor capacidade de expansão de sua consciência e, respectivamente, de aumento ou diminuição do seu poder de vibrar em variados modos. É esse conjunto de indicadores que amplia ou limita o poder do espírito de adquirir conhecimentos, expressar-se, perceber, raciocinar, compreender, conceber, inovar, realizar eventos físicos e metafísicos e dentro de seu raio de ação poder quebrar a barreira do referencial Espaço-tempo.

A ação vibratória da parcela da Força ou espírito gera irradiações que produzem ondas que se propagam através da ilimitada expansão fluídica gerando efeitos nos agregados de matéria fluídica e, através destes, dependendo da natureza do fenômeno, em cadeia, nos agregados de matéria física (estruturada, atômica). Esta capacidade permite ao espírito, circunscrito em sua esfera de ação, estar vibratoriamente em vários planos ou dimensões ou campos de manifestação da Força, que compõem o Universo físico e metafísico, de forma simultânea. Exemplo dessa ação vibratória que ocorre de forma simultânea e relevante para os seres humanos acontece em todas as reuniões espiritualistas das casas racionalistas cristãs, que inseridas num integrado sistema espiritual de campos vibracionais formam fortíssimos polos atrativos das Forças Superiores na constante diafanização da atmosfera fluídica da Terra, pois estas trabalham ininterruptamente, visto que tempo e espaço são relatividades do mundo físico não aplicadas no mundo espiritual. Para quebrar a barreira do Espaço-tempo e sobrepor as limitações que este nos impõe, basta que haja pontos de conexão ou apoio que são os campos vibracionais gerados por espíritos que sabem vibrar pensamentos de elevada frequência. Daí a necessária conscientização sobre a importância do pensamento bem irradiado.

Tempo-espaço…

O espírito na condição de encarnado precisa do referencial Espaço-tempo para se situar neste plano físico e processar sua evolução. Todas atividades nossas em plano Terra são permeadas pelo fator Tempo e Espaço. A maioria dos humanos se deixa levar pela ilusão de tempo e espaço, sente-se desanimado, desestimulado, chegam até declinar-se intelectual, moral e espiritualmente por verificar que seus objetivos ainda estão longe de serem realizados, pensando assim, se perde quanto ao cumprimento de suas metas traçadas em seu planejamento astral. Esse desânimo acontece porque passam a raciocinar apenas considerando em suas tomadas de decisões e ações o referencial do Espaço-tempo, diferente do referencial utilizado pelos espíritos que se encontram em campos elevados da espiritualidade onde as grandezas espaço e tempo não se aplicam, outros referenciais regem os planos diáfanos. Nós encarnados temos que nos esforçar para compreender e aprender a operar, simultaneamente, dentro do que nos é possível, o referencial Espaço-tempo para executar nossas tarefas típicas de plano físico Terra e a operar, em paralelo, outros referenciais fora da estrutura Espaço-tempo. Deve estar pensando o Leitor, como isto é possível? A resposta é: através da ação irradiativa de pensamentos bem vibrados que transpõem a barreira do referencial Espaço-tempo, passando a se sintonizar e acionar outros referencias, outros planos ou campos vibracionais, através dos quais são regidos os eventos ou fenômenos metafísicos.

Na ótica dos espíritos dos campos elevados da espiritualidade, a existência na Terra é muito rápida, uma vez que tempo e espaço são dimensões próprias do mundo físico, diferentes daquelas existentes no mundo espiritual, onde só há uma espécie de presente eterno. Na ótica da maioria dos encarnados a percepção é limitada, ofuscada, quanto a duração da existência na Terra. A escola filosófico-espiritualista racionalista cristã, a mais de um século, vem se desdobrando em estudos e trabalhos para que a humanidade possa ter melhor entendimento do que sejam os referenciais físicos e metafísicos a que os seres humanos estão sujeitos, a fim de que os encarnados não se sintam presos aos referenciais da matéria, ou seja, apenas dos planos físicos como a Terra, pois quando ficam presos a esses referenciais, embotam, limitam, a consciência e o poder de vibração de pensamentos além de tenderem a se inclinar para o desânimo de tocar a vida e de ter que esperar para alcançar e realizar seus ideais, projetos e metas.

Espíritos do Astral Superior possuem outros referenciais no plano em que se encontram, enquanto nós espíritos encarnados estamos sujeitos ao referencial Espaço-tempo, mas essa diferença de referenciais não é motivo para desanimar-se no cumprimento dos deveres e impedir a hegemonia e sinergia do trabalho em conjunto, pois os grupos formados pela plêiade do Astral Superior e os estudiosos racionalistas cristãos convictos, cada grupo realizando com empenho o que lhe compete, juntos, damos exemplos de como operar esses  referencias de forma integrada, colaborativa e produtiva somando esforços e recursos do plano físico e metafísico para a aquisição de conhecimentos, do fortalecimento e esclarecimento da humanidade.