Estoicismo e espiritualidade

Estamos vivendo um momento de grandes transformações no mundo, tanto materialmente quanto espiritualmente. Cresce aceleradamente a evolução material enquanto a evolução espiritual tem ritmo muito mais lento. Se as pessoas seguissem muito mais a razão e a lógica a humanidade não cairia nas armadilhas das ilusões materiais.

Acompanhando os movimentos sociais pela mídia digital vemos que duas filosofias atualmente disputam espaço para aumentar o conhecimento humano: a espiritualidade e o estoicismo. É disso que vamos tratar objetivamente nesse artigo nos tópicos a seguir.

Estoicismo. O fundador do estoicismo foi Zenão. Zenão que, nasceu em Eleia (da antiga Magna Grécia, cidade ao sul da Itália, hoje chamada Vélia), mas ele é considerado um filósofo grego pré-socrático. Seu interesse pela Filosofia se deu com os ensinamentos de Parmênides, o fundador da Escola Eleática e um dos principais pensadores da época.

Zenão foi mercador, quando residia na ilha de Chipre, na antiga Grécia, por volta do século III antes de Cristo. A história nos conta que, após um naufrágio em que perdeu tudo o que possuía, ele foi para Atenas, a cidade cosmopolita grega, capital da Grécia. Ali conheceu as filosofias de Sócrates, Platão, Aristóteles e seus seguidores, abraçando suas ideias fundamentais que se fundamentavam na ética, lógica e costumes, com as quais criou uma visão unificada do mundo.

Ao longo dos séculos essas ideias se expandiram para se fixar nos seguintes preceitos: razão, virtude, sabedoria e aceitação das circunstâncias da vida que passamos a detalhar:

Razão. Para o estoicismo o uso da razão é fundamental e sugere que os erros na forma de ver o mundo são os causadores das emoções destrutivas.

Virtude. o estoicismo explana e divulga que o desenvolvimento do caráter e das virtudes é necessário para se viver uma vida plena. Os estoicos têm por base de suas ações as quatro virtudes cardeais, que são sabedoria, coragem, temperança e justiça.

Aceitação das circunstâncias. o estoicismo ensina às pessoas aceitar as circunstâncias como elas se apresentam com muita serenidade e calma, enfatizando a necessidade de manter o controle sobre as emoções (paixões), ou seja, a aceitar aquilo que não se pode mudar.

Sabedoria. O estoicismo propõe a busca pela sabedoria, não vacilando entre a virtude e o vício.

Controle sobre as emoções. O estoicismo ensina às pessoas controlar as emoções e paixões e a não se deixar levar por elas.

O estoicismo floresceu durante dois séculos na Grécia Antiga, e, por volta do ano 100 a.C., ganhou popularidade em Roma. Os textos e ensinamentos dessa filosofia que ainda existem datam dessa época em que Sêneca foi um dos pensadores mais proeminentes.

Sêneca foi conselheiro de Nero, cruel imperador romano. Em uma carta a seu amigo Lucílio, o filósofo fala sobre um dos componentes centrais da virtude: a habilidade de nos blindarmos contra o infortúnio.

Segundo Sêneca, a “maioria dos homens se apequena em miséria entre o medo da morte e as dificuldades da vida; eles não estão dispostos a viver, e ainda não sabem como morrer. Por essa razão, devem tornar a vida como um todo agradável para si mesmo, banindo todas as preocupações com ela. Nenhuma coisa boa torna seu possuidor feliz, a menos que sua mente esteja harmonizada com a possibilidade da perda; nada, contudo, se perde com menos desconforto do que aquilo de que, quando perdido, não se sente falta. Portanto, encoraje e endureça seu espírito contra os percalços que afligem até os mais poderosos.

Marco Aurélio, imperador romano altamente respeitado, Cícero, o grande tribuno e Epiteto foram outros grandes luminares do estoicismo romano da época. Epiteto ponderava: “aceite as coisas que estão além de seu controle e que já aconteceram”, e ainda, “o que tiver que ser será, mas, se não tenho que lidar com isso agora, vou fazer outra coisa.”

Espiritualidade. De 20 anos para cá, o tema espiritualidade vem ganhando terreno na Internet, seja através de artigos, seja através de numerosos vídeos que estão disponíveis através do Youtube. São muitas as diferentes correntes filosóficas ou doutrinárias que tratam do assunto. Contudo, aqui nós estamos nos referindo aos ensinamentos criados e divulgados pelo Racionalismo Cristão desde 1910, cujo livro essencial tem o mesmo nome de nossa filosofia – Racionalismo Cristão, já na 46ª edição. Quem quiser realmente despertar e se aprofundar no conhecimento transcendental da espiritualidade faça-o através das obras e demais publicações do Racionalismo Cristão. Se puderem, não deixem de frequentar a Sede Mundial, no Rio de Janeiro – RJ ou uma de suas Filiais no Brasil e no mundo.

A espiritualidade trabalha com o conhecimento do preceito evolutivo, que pode ser definido como algo que nos transforma ao longo de todas as nossas múltiplas vivências nos mais diversos campos vibratórios do Universo. A evolução é a lei maior do Universo. Do ponto de vista da espiritualidade, evolução é quando o nosso espírito vibra cada vez mais potente do que nosso próprio ego. Em cada instante, estamos crescendo e aprendendo.

Algumas vezes, muitas pessoas, que ainda não despertaram para a espiritualidade pensam que suas vidas andam para trás. Ledo engano, pois o espírito nunca regride, mas pode estacionar quando negligencia no cumprimento de seus deveres.

Complementando e finalizando essa parte, saibam que evoluir é, progressivamente, deixarmos tudo que nos aprisiona no mundo-escola Terra e nos libertarmos de nossos apegos e medos. Evoluir é nos convencermos de que todos nós somos iguais em essência e descobrirmos que somos parcelas da Inteligência Universal. Enfim, evoluir é descobrir que, a cada dia, nos tornamos mais espiritualmente esclarecidos e potentes.

Conclusão. Sempre utilize seus dois maiores poderes, o arrojo e a resiliência e conheça os seus limites. Opere seu livre-arbítrio sempre para o bem dentro desses limites e você sempre colherá tanto materialmente como espiritualmente os melhores resultados em cada uma de suas vivências no mundo-escola Terra.