Lindo prédio, autêntico lar

É com imensa satisfação que celebramos no dia 20 de outubro de cada ano, a passagem de mais um ano de construção da sede mundial do Racionalismo Cristão. Devo confessar-lhes que, devido à escassez de palavras e expressões para descrever tão sublime momento, é a maior dificuldade por que passamos em ocasiões como esta.

Todavia, impulsionados por um conjunto de sentimentos elevados, dos quais ressaltamos a gratidão e o entusiasmo, preparamos com destacado apreço a presente reflexão, que visa, a um só tempo, comemorar uma data magna e congraçar laços de amizade e respeito, sentimentos que entre nós tendem a consolidar-se cada vez mais.

Pessoas dos mais diversos setores da sociedade adentram o recinto da Sede Mundial em busca de respostas e de refrigério espiritual. Ali os mais abastados e os menos abastados, os jovens e os longevos, os eruditos e os leigos, os cosmopolitas e os provincianos, enfim, todos os seres humanos, independentemente de sua condição social ou etnia, recebem o mesmo tratamento respeitoso, o mesmo calor humano: todos são bem-vindos e mesmo esperados.

Os que chegam buscando o aperfeiçoamento do caráter e a ampliação de suas virtudes encontram estímulos e orientações precisas no sentido de alavancar seus legítimos ideais. Aqueles, porém, que tendem a identificar-se apenas com quem lhes exalte a personalidade e lhes fale em tom meloso recebem um choque de realidade terno, mas também vigoroso, muito útil às almas, mormente às que, mesmo trilhando a senda da insensatez, possuem internamente os germes da honestidade e do apreço pela justiça.

Outros há ainda que, entorpecidos pelo materialismo obscurantista, ao ouvir as palestras proferidas, fundamentadas no bom senso e destituídas de artificialismos, iluminam a consciência, dando-se conta de que a vida não se finda no túmulo.

Toda menção à sede mundial do Racionalismo Cristão suscita em nós – como já tivemos ocasião de mencionar – e naqueles que nos leem notas de enlevo e gratidão. Enlevo porque as memórias recolhidas naquele ambiente nos deleitam a alma e nos fazem experimentar emoções sublimes e elevadas. Gratidão, em primeiro lugar, porque essa virtude é uma das lições ali ministradas com grande ênfase; em segundo lugar, porque não há como não ser grato aos generosos líderes de nossa Instituição, que tanto se empenharam e se sacrificaram, sob a batuta do Consolidador, Antonio Cottas, para que atualmente pudéssemos fruir da segurança, do conforto e da beleza que o prédio da Sede Mundial nos proporciona.

Para bem compreendermos a grandiosidade e a magnitude da obra que aniversaria, como já destacado, a cada 20 de outubro, faz-se necessário, antes de tudo, valermo-nos de uma visão ampliada, de uma visão transcendente, como é próprio do modo como olhamos a vida, como nos ensina o Racionalismo Cristão, o que faz suscitar nossa atenção e sensibilidade.

Asseveram alguns sábios que um prédio que abriga histórias de vida, encontros frutuosos e momentos únicos não deve ser considerado como uma edificação propriamente dita, porquanto se enquadra na definição de lar, que, diga-se de passagem, é muito mais significativa e ampla. Há outros que dizem – e com razão – que todo lar, diferentemente de um prédio, é uma estrutura viva e dinâmica.

Sem pretender inovar no campo literário ou poético, nem mesmo criar metáforas e muito menos paradoxos, ousamos dizer que nossa Sede Mundial é uma estrutura pulsante e viva, verdadeiro lar no que concerne à sua essência, magnífica obra no que tange à sua arquitetura.

Ao findar esta sintética reflexão comemorativa, permitimo-nos exteriorizar o anseio que ora nos mobiliza, ou seja, queremos muito que as emoções extremamente positivas que ora experimentamos não se esvaiam com o fim desta reflexão no transcurso das próximas horas, mas que, à semelhança da boa semente lançada em terreno fértil, possam elas se converter em propósitos de vida e nos acompanhar ao longo de nossa trajetória, orientando-nos e estimulando-nos.