1. Conceito e classificação: o que é e o que não é. É impossível falar de tristeza sem focar em suas ligações com situações de perdas, morte de parente, separação, sofrimentos, decepções, culpas, solidão, cansaço, angústia ou dor crônica e generalizada. A tristeza é classificada como uma das seis emoções básicas que todos os seres humanos têm, sendo as outras medo, felicidade, repulsa ou nojo, surpresa e raiva. É um sentimento agudo, momentâneo. Instala-se, consuma-se e vai embora, quase sempre naturalmente. Ou seja, faz parte da vida de todos nós. Ela se caracteriza por baixa autoestima, ausência de satisfação pessoal e indica fragilidade ou falta de resiliência aos acontecimentos intempestivos e inesperados que nos tira de nossa zona de conforto, de nosso humor padrão. Quando a superarmos, com certeza estaremos mais fortalecidos emocionalmente.
A tristeza dura mais do que muitas outras emoções, porque tendemos a gastar mais tempo pensando nela. Contudo, ruminar ou repassar nossas tristezas repetitivamente pode levar ao aparecimento da depressão e evitar que você supere a tristeza. A boa notícia é que existem várias técnicas e conselhos para você superar essa tendência psicológica. É o que pretendemos com o desenvolvimento desse tema. Todavia, se a tristeza não desaparecer em momentos ou em curto prazo e se acentuar, então, estaremos diante de uma situação de tristeza profunda ou melancolia que normalmente é antecedida de angústia e é seguida por um vazio que não desaparece sem uma atenção especial de nossa parte ou até mesmo de um psicólogo/psiquiatra. Suas causas são variadas: relação de perda de ente querido, término de relacionamentos muito fortes, relações familiares, conflitos insuperáveis, traumas, frustrações no trabalho etc. Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 120 milhões de pessoas sofrem de depressão profunda no mundo.
Como dissemos, caso não seja superada e prolongada além do esperado, pode ocasionar o aparecimento da depressão, e isso é muito sério. Nesses casos, torna-se necessário dar uma atenção especial a esses surtos, bem como à sua durabilidade, pois tal diagnóstico confirma a existência de depressão e a condução do tratamento muda de figura por ser uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente que requer indicação do acompanhamento psicológico, e até mesmo, com intervenção medicamentosa, caso os sintomas perdurem por mais de 15 dias.
2. Como identificar os sintomas. Vários sintomas caracterizam a depressão. O principal é a negatividade em relação a si mesmo, ao mundo e aos acontecimentos futuros. A pessoa depressiva só vê e se fixa nas coisas negativas. Ela não acredita que coisas boas possam acontecer na sua vida. Elencamos, a seguir, 12 sintomas comuns na ocorrência da tristeza profunda ou melancolia:
1. Reconheça seus sentimentos de tristeza e os enfrente
2. Lembre-se constantemente de seu valor próprio e importe-se
3. Sua linguagem pode estar precisando de mudanças
4. Verifique sua alimentação quanto ao uso de alimentos depressivos
5. Vida sedentária
6. Tarefas indesejáveis
7. Falta de atenção plena: pratique a autorreflexão
8. Ambiente perturbado
9. Uso de cores escuras: preto e cinza
10. Vida solitária
11. Rejeitar fazer terapia
12. Falta de gratidão: não ter o hábito de agradecer
3. Recomendações e dicas. Todo mundo almeja a alegria por representar, entre outras emoções positivas, uma das medidas de nossa felicidade. Ao contrário disso, a tristeza assinala uma recusa diante da vida, uma insatisfação que acompanha nosso mau humor diante das dificuldades de aceitar aquilo que não nos traz felicidade. Mas essa contraposição ocorre em ciclos porque ambas são naturais e até necessárias em nosso viver. O que temos que fazer é redirecionar nossos pensamentos para enfrentar as dificuldades de forma positiva e superá-las. É nos conhecermos, aprendendo a administrar melhor nossas emoções, bem como saber a importância que devemos dispensar a cada um dos nossos sentimentos e emoções.
O importante é lembrar sempre que a tristeza é um sentimento natural, mas a tristeza profunda ou melancolia não o é. É de nossa inteira responsabilidade compreender e conduzir ambas essas emoções. Ao conseguimos identificar o que desencadeia uma forma da outra, como donos de nossa própria vontade e construtores de nossa realidade, tomamos consciência da responsabilidade sobre nossos pensamentos e como devemos administrar nossas emoções. É de especial importância recorrer à terapia com um psicólogo/psiquiatra de sua confiança nos casos extremos, ressignifcando os sentimentos e emoções na sua vida.
Eis dez dicas ou recomendações:
1, Procure ficar próximo de quem você se sente bem;
2. Estabeleça laços de confiança;
3. Aceite ajuda;
4. Conecte-se aos seus sentimentos;
5. Pratique o autocuidado, o equilíbrio, a meditação;
6. Pratique exercícios físicos regularmente:
7. Tenha uma alimentação saudável;
8. Faça atividades prazerosas;
9. Compreenda a si próprio e valorize-se; e
10. Faça terapia, procure ajuda psicológica se persistir a melancolia.
4. Conclusão. Conclui-se, então, que a melancolia está diretamente ligada ao estado de espírito, de humor do ser humano. Sua disposição para enfrentar as vicissitudes da vida, evitando cair na ociosidade e se entregar aos efeitos nocivos dos maus pensamentos, sentimentos e emoções corrosivas é um escudo seguro para livrá-lo do risco de iniciar um processo de tristeza profunda ou melancolia e cair nas redes da solidão e da depressão. Então, a solução é não ser solitário, nem ser ocioso.
Portanto, não sejamos solitários. Se formos solitários, que não sejamos ociosos.