Dicionaristas dizem que meritocracia se trata de conquistas segundo o merecimento ou promoção por mérito pessoal. Nas definições filosóficas, meritocracia pode ser interpretado de duas maneiras: na abordagem espiritualista e a materialista. Na concepção espiritualista a realidade é compreendida pela composição de Força e Matéria. Porém, ambos são elementos diferentes, pois enquanto a Matéria transforma-se, a Força evolui. Portanto, tratando-se de evolução espiritual na Terra, a Força é manifestação espiritual, que se utiliza da Matéria, o corpo humano, para processar a trajetória evolutiva na Terra por um limite de tempo necessário até que as parcelas da Inteligência Universal possam evoluir para planos espirituais mais evoluídos.
Na concepção materialista, por sua vez, Matéria e Força são nomes diferentes que definem a mesma coisa. Os materialistas entendem que os atributos e os sentimentos são manifestações regulados pela matéria orgânica, ou seja, pelo cérebro. Sendo assim, os atributos e os sentimentos não são espirituais, mas sim reflexos da atividade orgânica.
Diversos autores materialistas, ao analisarem o tema meritocracia, escreveram obras restringindo as suas abordagens aos devaneios da ciência predominante materialista de seus respectivos tempos, ou como é o caso dos sociólogos contemporâneos, aos âmbitos político e econômico, e disseram que maioria das pessoas que nascem em determinadas classes sociais jamais conseguirá ocupar alguns cargos, pois está em situações desfavoráveis se comparados a outras pessoas.
Como não conheceram ou desconsideram a existência da vida fora da matéria, esqueceram de associar que espíritos são eternos e que em cada existência física escolhem nascer em determinadas classes sociais por deveres espirituais irrevogáveis e que terão chances de realizar o que almejam no processo evolutivo.
Daí ser necessário recorrer aos ensinamentos edificantes e altruístas disseminados pelo Racionalismo Cristão, que, ao pautar-se de uma compreensão mais ampla e complexa sobre Universo, espiritualista, entende que a realização e satisfação seja possível desde que os seres humanos passam usar o livre-arbítrio para o bem e utilizem os atributos e as faculdades espirituais para alcançar seus respectivos objetivos e metas planejados em seus campos de estágio espirituais.
Vontade e pensamento. O mérito está associado predominantemente à vontade e pensamento. Em conjunto, ao utilizarmos esses dois recursos espirituais, fazemos escolhas, decidimos e idealizamos mentalmente metas e planos para, com isso, procedermos na vida com ações altruístas e valorosas.
Deste modo, cada vez mais as emoções, os impulsos e as banalidades terrenas deixam de ter sentido e valor. Ou seja, cada pessoa passa a trabalhar para o seu aperfeiçoamento e ao mesmo tempo não esquece de participar da responsabilidade coletiva para com a humanidade, respeitando as diferenças existentes entre os nossos irmãos em essência.
O mérito é alcançado valendo-se de sentimentos intrínsecos ao espírito como constância e esforço, que, associada à vontade e ao pensamento, são capazes de sobrepor-se aos reveses e desafios da vida contemporânea. Além disso, esforço e constância implicam subjugar o tédio, a melancolia e a tristeza, e sem eles não se consegue o que se almeja em qualquer atividade que se faça.
A parcela da Inteligência Universal acelera a sua jornada quando se conhece como Força e Matéria, ou seja, ao se reconhecer como individualidade espiritual. Individualidade espiritual é entender que cada um é único no Universo e não está relacionado com o individualismo, quase sempre associado a sentimentos negativos como o egocentrismo, a vaidade e a luxúria.
Enquanto a parcela da Inteligência Universal não se conhecer, interpretar as suas tendências para o bem e para o mal, nada conseguirá fazer de útil para si mesmo e para o semelhante.
Para se autoconhecer é necessário mergulhar profundamente na própria consciência, não ter medo de ficar dentro de si mesmo, procurando silenciar momentos antes de dormir fazendo a análise das experiências vivenciadas durante o dia para que, diante de nossos jardins e ruínas, possamos emergir das profundezas do nosso eu sabendo mais quem somos do que anteriormente pensávamos e imaginávamos.
Quem muito se conhece basta-se a si mesmo, torna-se seu próprio psicólogo e senhor de si mesmo, dos seus pensamentos e atos. Com isso, saberá entender as suas preferências e ambições, o que quiser ser e se tornar. Qual profissão escolher. Os tipos de amigos pelos quais terá preferência. Qual pessoa irá preferir para envelhecer junto.