A vida é dividida em algumas fases: a infância, que corresponde ao período do aprendizado, onde se firma o caráter, em que os exemplos fortalecem os atributos, sejam eles bons ou ruins. Nesse período, os pais representam nosso alicerce cabendo a eles a formação e educação primária, que inclui respeito, cortesia e autonomia. Compete aos professores a educação secundária, em que será acrescentado o lúdico e a aprendizagem aos futuros alunos; a adolescência refere-se à etapa em que o intelecto se desenvolve e os objetivos são amplos, existe a busca pelo direcionamento do que se quer, mas ainda assim alguns se acham suficientemente capazes de fazer e saber tudo, dispensando conselhos. Nessa fase, a paciência de pais e professores precisa ser redobrada, pois o ciclo é longo, entre 10 e 21 anos, quando ocorre a emancipação e desobrigação dos pais.
A fase adulta revela maturidade no empenho em cumprir os objetivos aprendidos e apreendidos. O indivíduo passa a ser responsável pela sua formação acadêmica, pelo trabalho para seu sustento e pela formação profissional. Caracteriza-se, ainda, como a época em que se decide formar grupos ou famílias, o que, na maioria das vezes, significa deixar a casa dos pais. O novo ciclo, com novos comprometimentos, faz com que se tornem cada vez mais raras visitas e telefonemas aos pais, deixando-os em segundo plano.
O tempo passa e a velhice chega junto com a carência e lembranças da dedicação e esforços depositados aos filhos. São poucos aqueles que olham para trás e pensam em acolher, dar atenção, abrigo e cuidado a quem abdicou de tantas coisas em favor da criação e educação dos filhos. Esse cenário provoca sensação de abandono e uma urgência de carinho e consideração.
O sentimento de ingratidão pode, por vezes, ser revertido em doença, resultando em enfraquecimento e perda da vontade de viver, transformando-se em transtorno para os filhos. O “problema” geralmente é resolvido com internações dos pais em asilos, deixando a responsabilidade por conta dos cuidadores e abandonados à própria sorte. As visitas continuam sendo ocasionais ou até mesmo nenhuma. Os pais, já fragilizados, ficam deprimidos e entram em um processo degenerativo, o que acaba refletindo no falecimento. Essa transição entre a madureza e a velhice, a falta de afeto, carinho e amor é muito difícil para os pais.
O Racionalismo Cristão nos ensina como deve ser a evolução humana, nos previne sobre as consequências de quem faz o mal. Alerta acerca da lei de causa e efeito. Devemos, portanto, ter muito cuidado com nossos atos e na forma como tratamos o outro, sobretudo aqueles que renunciaram a si próprios em prol dos filhos, da família, pois é sabido que cavaremos dívidas espirituais.