Muitas vezes, acusamos a casa em que moramos como a responsável por nossas insatisfações. Detectamos defeito em tudo: no chão que não brilha; na luz fraca; no barulho do assoalho; nas paredes feias e sem graça. Discutimos com vizinhos, reclamamos do lixo que é jogado em frente à nossa porta e das conversas e risos altos que atrapalham nossa tranquilidade.
Criticamos o trânsito frenético e o estampido dos carros, com suas buzinas estridentes; o ambulante que grita para atrair compradores para seus produtos. A enxaqueca se manifesta com o rádio do filho ligado a noite inteira, com o ronco do marido, com a queda do sinal da internet, com as faturas caras chegando e o custo de vida aumentando. Tudo, absolutamente tudo, incomoda.
Primeira tentativa. Então, achando que o problema irá resolver-se, mudamos de casa, alugando ou comprando outra. Renovamos a mobília, testamos se há barulho no piso, distanciamo-nos de pessoas e carros, e o que acontece? A vida continua ruim, a insatisfação persiste e novos defeitos são encontrados na casa considerada perfeita.
Fácil constatar que o problema não está nos objetos, mas em nós mesmos, em nossos pensamentos. São os pensamentos, comportamentos e modo de viver que devem ser revistos e que precisam de uma boa reforma. Enquanto fingirmos que estamos limpando e colocando a sujeira debaixo do tapete, não haverá casa que nos agrade, porque independente do lugar que estivermos os problemas irão junto conosco.
Devemos renunciar a maus pensamentos, praticar a limpeza psíquica diariamente, em busca do equilíbrio do corpo e da mente.
O estudo das obras do Racionalismo Cristão nos propicia saber onde estamos negligenciando e como podemos corrigir nossos erros. Aceitar o erro é um bom começo, pois aqueles que se acham perfeitos ficam estagnados e não conseguem evoluir espiritualmente.
O descontentamento vai ampliando-se, hoje com a casa, a vizinhança e o trânsito, amanhã com o emprego em que o chefe é chato e inoportuno, a função exercida é ruim, os colegas de trabalho são desorganizados, entre tantos. Portanto, a cegueira e a instabilidade do pensamento fazem com que tudo ao redor esteja deficiente, não permitindo que identifiquemos as próprias falhas.
Não existe perfeição humana na Terra, todos somos imperfeitos, o que muda é o tipo e o grau de comportamento inadequado. A divergência de opiniões e pensamentos acarretará, sempre, contrariedade e aborrecimentos para alguns, por isso é necessário realizar um exame de consciência para admitir nossos erros e, dessa forma, aceitar as falhas dos outros.
Adaptação. Sugere-se ao indivíduo buscar trabalhos equivalentes ao que gosta ou tentar adaptar-se às diversidades, amar a si próprio para conseguir seus ideais, reverenciar a família e amigos. Somente assim os infortúnios começarão a reduzir-se até ajustar-se. Exercitemos a empatia, a paciência, o altruísmo e a tolerância para neutralizar nossos erros e dificuldades.
As obras editadas pelo Racionalismo Cristão precisam ser lidas regularmente, pois trazem diversos exemplos de pessoas que venceram obstáculos ao usar ordem, método e disciplina como pilares para atingir um pensamento firme elevado às dimensões astrais superiores e conseguir, assim, amar-se e, consequentemente, amar sua profissão, sua casa e suportar os dissabores que a vida oferece. Sejamos felizes e vivamos bem!