Neste segundo artigo sobre John Stuart Mill, vamos destacar suas principais contribuições para a filosofia.
Na obra Sobre a liberdade, Stuart Mill começa dizendo que, se não há plena liberdade não pode haver progresso político, jurídico ou científico. Ademais, chega a incluir a livre discussão das ideias entre as causas da evolução das sociedades humanas.
Para ele, a liberdade individual está acima de qualquer tipo de coletividade, e o indivíduo deve ser defendido tanto de tirania estatal quanto de pessoas que restrinjam a busca do cidadão por seu bem-estar.
Stuart Mill defende também o direito de todo cidadão ter a liberdade de buscar seu próprio bem. É do desenvolvimento do indivíduo, afirma, que depende o desenvolvimento da sociedade. Assim sendo, quanto maior a liberdade do indivíduo, maior o bem-estar da população.
Stuart Mill defende também o direito de todo cidadão ter a liberdade de buscar seu próprio bem. É do desenvolvimento do indivíduo, afirma ele, que depende o desenvolvimento da sociedade. Assim sendo, quanto maior a liberdade do indivíduo, maior o bem-estar da população.
No entanto, a liberdade, considera Stuart Mill, tem um limite: não deve causar danos a terceiros, o que ele qualifica de “princípio do dano“. Isto é, jamais o uso da liberdade individual pode pôr em risco a liberdade ou a felicidade dos outros indivíduos.
A competição entre ideias, diz o filósofo, é o que leva à verdade e ao progresso intelectual. Consequentemente, conclui, até mesmo opiniões que não condizem com a verdade devem ser protegidas.
Sistema de Lógica Dedutiva e Intuitiva. Nesta obra, considerada importante para a história da ciência, Stuart Mill formula os cinco princípios do raciocínio indutivo, ou “métodos de Mill”, como também são chamados. É também nesse livro que ele delineia os princípios empíricos que usaria para justificar suas ideias sobre a moral e a política.
Princípios de Economia Política. É sabido que um certo estudioso teria dito o seguinte após ler essa obra de Stuart Mill: “Este livro é um dos compêndios econômicos mais importantes do século XIX.” Considerado, de fato, um dos principais trabalhos de Mill, o celebrado “compêndio” sobre economia política tornou-se um “livro didático padrão” na época.
A Sujeição das Mulheres. Convicto de que as mulheres são tão capazes quanto os homens e por isso devem ter os mesmos direitos que eles, inclusive o de votar, Stuart Mill estava muito à frente de seu tempo. Para ele, as leis sobre o casamento vigentes na época escravizavam a mulher, razão por que deveriam ser reformuladas, extraindo-se da legislação matrimonial o que tornava o casamento um contrato comercial. Propôs também mudança nas leis sobre herança, de modo que permitissem à mulher manter suas propriedades, bem como trabalhar fora de casa, obtendo assim sua independência e sua estabilidade financeira. Em seus escritos reivindicando tais direitos para as mulheres, Stuart Mill teve a colaboração de Harriet Taylor, sua esposa.
Democracia representativa. Mill destacou-se também como um dos principais defensores da democracia representativa e do “governo limitado”, tornando-se assim uma das figuras exponenciais do liberalismo clássico.
Três ensaios sobre religião. Nesses três ensaios – Natureza, Utilidade da Religião e Teísmo –, Stuart Mill faz comentários desfavoráveis aos tradicionais pontos de vista religiosos. Mas não se limita a criticar os “efeitos morais da religião”, critica também a preguiça intelectual que permite a crença em um Deus de poder infinito e infinita benevolência. Ele achava que o mundo como nós conhecemos não poderia ter surgido desse Deus, caso contrário não existiria o mal desenfreado que atormenta a vida dos seres humanos. Conclusão de Stuart Mill: ou o poder de Deus é limitado ou limitada é sua benevolência.
“Quando começamos a nos ver como participantes desse drama maniqueísta” diz Stuart Mill, “combatendo ao lado de Sócrates, Newton e Jesus para assegurar a vitória final do bem sobre o mal, nós nos tornamos capazes de maior simpatia e de um sentido enobrecido do significado de nossas próprias vidas.”
Stuart Mill viveu seus últimos anos na cidade francesa de Avinhão, onde morreu, em 8 de maio de 1873, aos 67 anos. Foi sepultado no Cemitério Saint Véran, nessa cidade, ao lado de Harriet Taylor, que fôra para ele não só esposa, mas também “sua alma gêmea”.