O limiar da felicidade

No planeta Terra, onde vivemos, é muito relativa a felicidade e muitos seres humanos não chegam a conhecê-la nem mesmo nos padrões dessa relatividade. Quem vive indiferente ao conhecimento da verdade acorrenta-se na ignorância e, com isto, marca passo no caminho da sua evolução.

A felicidade, almejada por tantos, só pode ser aqui alcançada pelas criaturas com o aproveitamento das oportunidades de espiritualizar-se, de subir, degrau por degrau, a escada infinitamente significativa da trajetória evolutiva do espírito.

A alma é uma centelha de luz, e, quando desce do seu mundo espiritual para encarnar neste mísero planeta, traz traçado o caminho a seguir, mas, aqui chegando, cegam-no as coisas materiais, levando-o a esquecer-se do compromisso assumido perante a sua própria consciência. Daí, advém nova perda de encarnação, tendo, pois, de voltar novamente à Terra para resgatar o tempo perdido.

Quando ela, no entanto, não se deixa levar pelas paixões terrenas nem se afasta da linha de conduta traçada no mundo de onde procedeu enfrenta cruentas lutas pela conquista do que há de melhor no encadeamento da vida: a sua evolução. Nesta situação, a alma trabalha, produz, esclarece-se através do estudo e da observação racional na certeza e na compreensão da sua unidade com o Poder Criador.

Nesse afã, enche-se de luz, cuja intensidade de brilho está na proporção do aproveitamento feito na encarnação. Esse aproveitamento é percebido em seu quadro fluídico, quando retorna ao mundo correspondente à sua categoria espiritual. Ali vislumbra a sua felicidade, e esta é ainda maior se, após o exame de suas realizações terrenas, constatar que aqui não precisará mais voltar e pode, portanto, seguir caminhos mais amplos em direção à suprema inteligência governante dos mundos. A maior felicidade é a glória do espírito conquistada por ele mesmo.

Publicado em 19 de março de 1985.