Alguém me fez essa pergunta, a qual darei resposta, talvez, não agradando pelo sentido como entendo o amor. O amor é sentimento espiritual que está associado a outras virtudes benfazejas: dedicação, renúncia, abnegação, desprendimento. O amor leva a criatura a tudo suportar com valor e resignação; é sentimento puro cujas vibrações são extremamente benéficas, tais como o perfume que a flor exala. Não se compreende amor, interesse, egoísmo, injustiça ou ingratidão, porque sendo irradiação de ajuda, proteção, tem um sentido de confraternização e amizade.
O amor começa e se desenvolve no ser humano em contato com as pessoas de boa formação moral, ele se estende ao lar, à pátria e à humanidade. No lar se forma o arcabouço dos sentidos fraternais e de carinho que se propagam pela sociedade e pelo solo pátrio. Daí se compreende que a família bem constituída tem grande importância no desenvolvimento dos dons que a natureza tão sabiamente nos proporcionou.
As vibrações do espírito nas quais se apoia a matéria para cumprir a lei da reprodução, não é amor, mas vida anímica em desenvolvimento para conservação da espécie. A vida instintiva é de origem animal e através dela podem nascer e fortalecerem-se os sentimentos superiores que pertencem à alma, prisioneira de um corpo físico.
A atração física para concretização de uma lei natural, não deve ser compreendida como amor, porque amor é algo de mais sublime e grandioso, que vem da alma, de que todos somos dotados e que se expande com o cultivo da virtude, dos sentimentos elevados de bem-querer.
Se observarmos a natureza, vemos os reflexos das irradiações superiores tudo animando e dando vida. Assim, as criaturas humanas, em estágio mais elevado que os outros seres, são também receptíveis de acordo com os seus pensamentos, de efluviações vindas do espaço infinito, as quais beneficiam, amparam e refletem os sentimentos de amor, compreensão e amizade.
O Universo está repleto de vibrações de sentimentos benéficos, dependendo exclusivamente da criatura saber atraí-las com pensamentos afins.
Publicado em 20 de maio de 1975.