“Que mudanças duráveis os jovens antecipam para o após-pandemia e o que fariam os Milenários e a Geração Z no comando? São os jovens desta geração que amadurecem e se tornarão futuros líderes e consumidores, trabalhadores e eleitores. As gerações passadas devem ouvi-los”.
Com este apelo, o fundador e presidente executivo do Foro Econômico Mundial, Klaus Schwab, lançou, há um ano, o Laboratório Davos, teoria e prática de aprendizado para redefinição do ativismo político e social, diante do afluir asfixiante da desigualdade sistêmica. Que o futuro seja inclusivo e justo, com o fim da crise entre as gerações e o sistema que gerou, gratificando desproporcionalmente uns poucos. O diálogo proposto gira em torno de grandes questões que afligem as comunidades. Por que as estruturas são e estão como são e estão? Como aproveitá-las ou desmontá-las? Menos conversa e mais ação, mesmo que o diálogo incomode, embarace, desafie. E um pensamento uníssono: “Seremos autênticos, vulneráveis e radicalmente inclusivos”. Um ativismo amadurecido, de ação coletiva e alcance.
A geração atual já sofreu dois choques globais em curto espaço: o financeiro, em 2008, e a pandemia de agora. Perdeu a fé nas lideranças políticas, na decantada solidariedade. Apoia-se no tripé meio ambiente, justiça social, governança saudável. Quer fazer seu próprio futuro. Denotativa a experiência do Lab, coletando, em 187 países, respostas para os temas tidos pelos jovens como os mais prementes. A começar pelo consumir consciente, que incide sobre “o cuidar de nós, dos outros e do ecossistema”. O acesso digital tem a ver com aptidões, educação, ensino – e direito. O futuro da política prende-se à desconfortável governança do “faço o que quero”; não o que devo. Mercado de trabalho, de impacto social, deve ater-se à qualificação, oportunidades e segurança de emprego – inclusão. Saúde mental e pública arrastam-se, atreladas às incompetentes e corruptivas políticas sociais e de negócios. A recuperação econômica vem de exigir maior engajamento e apoio aos governos solidários. Segurança pública traça o perfil – racista, policial e militarizado, violento – dos países empenhados em submeter os “dissonantes” pela força. (Austrália e Brasil registram, juntos, 40% das respostas).
Por assim dizer primórdios do Lab Davos, desde 2014 os hubs – vocábulo consagrado em Palavras sem Fronteira, do diplomata e historiador, fardão acadêmico, Sergio Corrêa da Costa – disseminam-se por 148 países, com mais de 10 mil jovens “formadores” de líderes e quase 4 mil alumni, estes cidadãos do mundo com a missão de erigir pontes. São voluntários nos hubs, baseados em cidades, notadamente as capitais. Como posso me doar à minha comunidade? Contam estórias diferentes, gratificantes. Há hubs em destaque quanto às migrações na Europa. Urbanismo extravasa nos Estados Unidos, Ásia e África. Água para todos é uma constante mundial; sobressai em hubs na América Latina e África. De tudo um pouco e às vezes muito, no lidar com as áreas de maior impacto: participação cívica, emprego, discriminação e violência de gênero, clima. Até as máscaras – seu uso apropriado – surtiram o interessante projeto em Dubai “faça e costure bondade”, do inglês m.a.s.k. – make and sew kindness.
Aqui calcamos em exemplos brasileiros, porquanto afetivos, próximos. Brasília expõe projetos que atendem a diversidade da origem populacional. Bagagem nitidamente política, sobretudo educação política, mas também desincentivo ao consumo. O Hub São Paulo aposta na Praça Skating, espaço público aberto à cultura, artes e esporte – uma área de impacto que comove também Belo Horizonte. Rio de Janeiro volta-se à vida sustentável e à luta pela igualdade, ainda definindo projetos. Manaus ressalva (como era de esperar) as respostas à pandemia – alvo da maioria dos hubs mundo afora, trazendo à tona muita diversidade, a partir do solidário, da filantropia e do empenho em atividades permanentes com foco em saúde. Fortaleza, por exemplo, projeta a economia do mar e o #DendiCasa para suportar quarentenas; Salvador, com a mão na massa, faz acontecer o que é bom para o lugar. Curitiba, sempre pensando na cidade: o amanhã pode ser diferente, vamos revitalizar e construirClecy Ribeiro, jornalista, professora.
“Que mudanças duráveis os jovens antecipam para o após-pandemia e o que fariam os Milenários e a Geração Z no comando? São os jovens desta geração que amadurecem e se tornarão futuros líderes e consumidores, trabalhadores e eleitores. As gerações passadas devem ouvi-los”.
Com este apelo, o fundador e presidente executivo do Foro Econômico Mundial, Klaus Schwab, lançou, há um ano, o Laboratório Davos, teoria e prática de aprendizado para redefinição do ativismo político e social, diante do afluir asfixiante da desigualdade sistêmica. Que o futuro seja inclusivo e justo, com o fim da crise entre as gerações e o sistema que gerou, gratificando desproporcionalmente uns poucos. O diálogo proposto gira em torno de grandes questões que afligem as comunidades. Por que as estruturas são e estão como são e estão? Como aproveitá-las ou desmontá-las? Menos conversa e mais ação, mesmo que o diálogo incomode, embarace, desafie. E um pensamento uníssono: “Seremos autênticos, vulneráveis e radicalmente inclusivos”. Um ativismo amadurecido, de ação coletiva e alcance.
A geração atual já sofreu dois choques globais em curto espaço: o financeiro, em 2008, e a pandemia de agora. Perdeu a fé nas lideranças políticas, na decantada solidariedade. Apoia-se no tripé meio ambiente, justiça social, governança saudável. Quer fazer seu próprio futuro. Denotativa a experiência do Lab, coletando, em 187 países, respostas para os temas tidos pelos jovens como os mais prementes. A começar pelo consumir consciente, que incide sobre “o cuidar de nós, dos outros e do ecossistema”. O acesso digital tem a ver com aptidões, educação, ensino – e direito. O futuro da política prende-se à desconfortável governança do “faço o que quero”; não o que devo. Mercado de trabalho, de impacto social, deve ater-se à qualificação, oportunidades e segurança de emprego – inclusão. Saúde mental e pública arrastam-se, atreladas às incompetentes e corruptivas políticas sociais e de negócios. A recuperação econômica vem de exigir maior engajamento e apoio aos governos solidários. Segurança pública traça o perfil – racista, policial e militarizado, violento – dos países empenhados em submeter os “dissonantes” pela força. (Austrália e Brasil registram, juntos, 40% das respostas).
Por assim dizer primórdios do Lab Davos, desde 2014 os hubs – vocábulo consagrado em Palavras sem Fronteira, do diplomata e historiador, fardão acadêmico, Sergio Corrêa da Costa – disseminam-se por 148 países, com mais de 10 mil jovens “formadores” de líderes e quase 4 mil alumni, estes cidadãos do mundo com a missão de erigir pontes. São voluntários nos hubs, baseados em cidades, notadamente as capitais. Como posso me doar à minha comunidade? Contam estórias diferentes, gratificantes. Há hubs em destaque quanto às migrações na Europa. Urbanismo extravasa nos Estados Unidos, Ásia e África. Água para todos é uma constante mundial; sobressai em hubs na América Latina e África. De tudo um pouco e às vezes muito, no lidar com as áreas de maior impacto: participação cívica, emprego, discriminação e violência de gênero, clima. Até as máscaras – seu uso apropriado – surtiram o interessante projeto em Dubai “faça e costure bondade”, do inglês m.a.s.k. – make and sew kindness.
Aqui calcamos em exemplos brasileiros, porquanto afetivos, próximos. Brasília expõe projetos que atendem a diversidade da origem populacional. Bagagem nitidamente política, sobretudo educação política, mas também desincentivo ao consumo. O Hub São Paulo aposta na Praça Skating, espaço público aberto à cultura, artes e esporte – uma área de impacto que comove também Belo Horizonte. Rio de Janeiro volta-se à vida sustentável e à luta pela igualdade, ainda definindo projetos. Manaus ressalva (como era de esperar) as respostas à pandemia – alvo da maioria dos hubs mundo afora, trazendo à tona muita diversidade, a partir do solidário, da filantropia e do empenho em atividades permanentes com foco em saúde. Fortaleza, por exemplo, projeta a economia do mar e o #DendiCasa para suportar quarentenas; Salvador, com a mão na massa, faz acontecer o que é bom para o lugar. Curitiba, sempre pensando na cidade: o amanhã pode ser diferente, vamos revitalizar e construir