Obra de muitos, comando espiritual

Toda iniciativa que se propõe promover o progresso da coletividade precisa do engajamento de um conjunto de pessoas dispostas a colaborar com sua parcela de saberes.

Assim é no plano material, quando os objetivos estão alinhados ao incremento de conceitos e de métodos que irão facilitar e aprimorar a convivência humana – representados pelo avanço das tecnologias – e também nas iniciativas de cunho transcendental, quando a obra que se propõe visa esclarecer e fortalecer disposições  elevadas, também relacionados ao aprimoramento da convivência humana, com vistas à evolução espiritual.

Como pilares da estrutura de toda organização, situam-se, para seu bom funcionamento e perenidade, valores estabelecidos como essenciais que, exatamente por esse motivo, requerem rigoroso cumprimento.

Na vertente das iniciativas de cunho espiritual o Racionalismo Cristão está posicionado em lugar de destaque, por Filosofia sui generis que .

Muito se diz que a Filosofia é da humanidade e isso é verdade, mas dizer que o Racionalismo Cristão é da humanidade não significa dizer que ele está à mercê dessa mesma humanidade.

Luiz de Mattos empregou toda sua inteligência, sensibilidade e capacidade criativa na construção dos alicerces do Racionalismo Cristão, que é da humanidade pois existe para ela, mas teve o cuidado de ressaltar que seu comando está no plano superior da espiritualidade.

Essa característica que mescla o esforço humano sob comando espiritual merece acurada análise. Por esse aspecto e para ilustrar a afirmativa, ressalte-se a concepção que determina que o instrumento chave para a boa realização dos trabalhos é o médium, mas subjacente a esse fato está consolidado o entendimento de que a Filosofia não é nem pode ser mediúnica. Por que? Porque o ser humano, não obstante sua dedicação, sua boa vontade, sua seriedade, instrumento mediúnico ou não, é falho, é imperfeito.

Ao médium, assim como a todos os instrumentos, cabe obedecer na condução das atividades a disciplina estabelecida, com o cuidado de não promoverem, sob nenhuma hipótese e a bem do respeito que se deve ao comando superior, qualquer alteração intencional ou desvio no cumprimento das normas determinadas.

Por isso e para a unificação da divulgação das emanações vindas do alto, foi estabelecido que à Casa-Chefe – sede mundial do Racionalismo Cristão – cabe o encargo sistematizar, de cumprir e de fazer cumprir as orientações espiritualistas da coordenação Astral Superior.

No Racionalismo Cristão a garantia da consecução dos sublimes fins a que se destina está fundado, portanto, na disciplina que deve ser observada por todos – militantes e assistentes – e no esforço pessoal que devem empregar no aprimoramento de si mesmos para se habilitarem à tarefa de contribuir, na medida das suas possibilidades  sempre em expansão, como instrumentos de um comando que demanda ordem, método e obediência aos princípios estabelecidos como regras.

E quando se fala em regras, em quaisquer circunstancias, é sempre prudente ter à vista que obedecer ao que foi instituído não depende do gosto pessoal, não é opção, é obrigação. Se assim o ser humano deve agir nos assuntos de ordem predominantemente materiais, muito maior deve ser a determinação de não descumprir preceitos vindos e estabelecidos pelos dirigentes astrais a que devemos obediência, dada a natural assimetria existente entre o plano superior da espiritualidade e os seres humanos em processo de desenvolvimento espiritual.