Manifestação vibrante de sinceridade humana, os movimentos de valorização da mulher que agem com honestidade de propósitos revelam anseios profundos e legítimos vivenciados por mulheres de todas as latitudes, muitas vezes hostilizadas e violentadas pela cerrada incompreensibilidade de alguns setores do meio social quanto à alta dignidade feminina e pelo preconceito fossilizado em certas estruturas institucionais.
O papel da mulher no mundo, analisado pelo prisma da espiritualidade defendida pelo Racionalismo Cristão, revela-se importantíssimo, sublime e único. Possa esta reflexão ser a um só tempo um preito de reverência às mulheres e um manifesto de indignação contra a violência que historicamente muitas delas têm sofrido.
Certas correntes ideológicas equivocadamente tidas como conservadoras são, na realidade, bastante injustas e isentas de traços de humanidade. Favorecem direta ou indiretamente o aviltamento da feminilidade e, portanto, devem ser combatidas e denunciadas. Não admitimos nenhuma expressão que diminua o importantíssimo papel da mulher no seio da sociedade.
A genialidade, a sensibilidade e a inteligência da mulher auxiliam a sociedade de formas as mais variadas e inesperadas; por esta razão, a atuação feminina deve se ampliar cada vez mais.
Toda mulher tem o direito de exercer uma profissão reconhecidamente legítima e importante no campo da economia nacional, recebendo a mesma remuneração que uma pessoa do sexo oposto que realize a mesma função. A independência econômica, a depender do temperamento e da personalidade da mulher, é condição de liberdade e dignidade, que em nada diminui seu brilho e seu valor.
As mulheres que se identificam mais com as ocupações familiares, como a criação dos filhos e a administração do lar, jamais pensem que lidam com coisas menores ou intranscendentes. Pelo contrário: são almas abnegadas, extremamente dignas e espiritualizadas. Se considerarmos – e temos de fazê-lo – a família como uma escola de espiritualidade, logo perceberemos a sublimidade do papel da mulher que se dedica aos seus.
A coabitação do homem e da mulher implica em respeito mútuo; não admite a primazia de opinião de um em relação ao outro. Na verdade, o homem inteligente não toma decisões importantes sem antes consultar sua mulher, posto que a alma feminina acentuadamente sensível é quase sempre fonte de sabedoria e bom senso.
Diante de tantos conflitos, agressões e hostilidades, perante o evidente desequilíbrio que presenciamos na atualidade, homens e mulheres comprometidos com o bem comum e com a expansão da espiritualidade podem e devem construir uma sociedade mais pacífica e igualitária. Isso depende da ação diária criteriosa, do envolvimento responsável com os preceitos da cidadania, do respeito e da tolerância aos diferentes pontos de vista, enfim, da expressão sincera do benquerer, que é capaz de despertar no semelhante sentimentos elevados que o podem conduzir a uma reflexão sobre a verdadeira finalidade da vida.
É sempre muito importante falar sobre o papel da mulher em nosso meio. Ao meditar sobre sua dignidade, reforçamos em nós a convicção em sua força e em seu poder transformador. Por meio do convívio com mulheres de valor, entendemos que sentimentos como a empatia, a humildade e o afeto não são, de forma alguma, características dos tímidos e fracos, mas qualidades dos fortes de espírito, que se realizam e se plenificam na prática do bem e no auxílio ao próximo. As grandes mulheres da história souberam, antes de mais nada, ser grandes amigas, mães e companheiras. A irradiação positiva da mulher direcionada à sociedade é capaz de iluminar e alterar as situações de maneira concreta.
Na verdade, o sentimento de gratidão que brota espontâneo da observação humilde do esforço das mulheres, sejam nossas mães ou não, que trabalharam arduamente para que hoje gozemos de melhores condições de vida, faz com que as relações que estabelecemos com o próximo sejam menos inflexíveis, soberbas, impacientes e exageradas na afirmação do próprio eu.
Muito Obrigado!