Por que existem médiuns?

Os médiuns são úteis para a humanidade? Por que eles existem? Recebem algum treinamento antes de encarnar? Três perguntas que achamos interessantes. Vamos às respostas. Comecemos, antes, com outra pergunta: o que é um médium?

Nos meios espiritualistas médium é uma pessoa que pode intermediar comunicações entre espíritos desencarnados e encarnados. Por ter essa faculdade, serve de conexão com o mundo espiritual permitindo, portanto, que um espírito se manifeste no mundo físico. Um médium pode, contudo, ter a capacidade de fazer mais do que apenas intermediar comunicações. Ele pode estar atendendo a uma finalidade ou a um propósito, com veremos.

Mediunidade. A essa faculdade se dá o nome genérico de mediunidade. Por que genérico? Porque, em geral, cada médium tem uma “especialidade”, pois há diferentes tipos de mediunidade. Os mais comuns estão explicados na obra Racionalismo Cristão [1]. Mesmo sendo a mediunidade um tema importante, não vamos tratar dela neste artigo. Remetemos o interessado à obra mencionada.

Em sua caminhada constante e inevitável rumo à espiritualidade, todo espírito se depara com várias situações. Todas elas necessárias para o aprimoramento de suas faculdades psíquicas. Não somente se depara com situações diversas como também cria, com suas atitudes e algumas atividades peculiares, oportunidades para o aprimoramento de outros. Atividades peculiares? Como assim? Vamos mencionar apenas uma como exemplo.

Teorias científicas. A ciência progride graças ao trabalho de homens e mulheres que observam a natureza e procuram explicar, por meio de teorias que elaboram, os fenômenos que nela ocorrem. Ainda que muitas vezes incompletas, essas teorias lançam alguma luz sobre as leis evolutivas. Há alguns fenômenos que ocorrem mesmo sem intervenção humana. Por exemplo, a gravitação. Outros necessitam que se criem situações especiais para provocar algum tipo específico de fenômeno. As reações químicas provocadas em laboratórios são exemplos.

Os fenômenos estão aí para ser observados, ou provocados, mas… Mas o que? Expliquemos: há fenômenos que não ocorrem naturalmente. Como exemplo podemos citar a levitação, que consiste em pessoas ou objetos erguidos e movidos no espaço sem ajuda de forças já conhecidas pela Ciência, contrariando a lei da gravidade. Por este motivo, nem ocorre aos pesquisadores tentar provocá-los em laboratório. Sem serem revelados, esses fenômenos não ofereceriam oportunidade para serem estudados, com prejuízo para a Ciência e, portanto, para a humanidade.

Fenômenos especiais. Como preencher esta lacuna? Com médiuns, por exemplo. Ao longo dos tempos, e com especial menção ao século XIX, médiuns produziram fenômenos notáveis que não ocorrem usualmente na natureza. Muitos desses fenômenos  estão discutidos na literatura. Entre os muitos pesquisadores que se dedicaram a estudá-los citamos William Crookes [2] e Ernesto Bozzano [3].

Antes de encarnar, um espírito não recebe treinamento para ser médium, mas é preparado por espíritos mais evoluídos. Um médium de fenômenos físicos – como a levitação, por exemplo –, não é capaz de provocar o fenômeno por si mesmo. Ele é apenas um instrumento utilizado por espíritos desencarnados. Imagine um violão. Ele é incapaz, por si mesmo, de produzir um som sequer sem ser manipulado por alguém.

Além de ser útil à humanidade na forma que mencionamos, um médium pode ser útil apenas a si mesmo. Como assim? Vejamos.

Sucesso ou fracasso. A evolução de um espírito se faz com muitas e muitas vindas à Terra. Algumas dessas vindas podem resultar em fracasso, causando muita dor ao espírito. Quando os fracassos ocorrem com muita frequência e continuamente, o espírito decide reencarnar com a faculdade mediúnica manifestada. Nestas condições sabe que a todo momento estará em contato com a vida espiritual alertando-o para esta realidade. Diminui, assim, a chance de perder novamente mais uma encarnação.

Faltou dizer alguma coisa? Sim, faltou. A decisão de ser um médium pode ser tomada por um espírito depois de ele encarnar. Em dado momento de sua vida ele pode decidir, por exemplo, desenvolver uma mediunidade para trabalhar em colaboração com as Forças Superiores nas suas atividades em uma casa racionalista cristã. É uma respeitável decisão altruística, e de muito valor.

[1] Racionalismo Cristão, 45ª edição, capítulo 10, editado pela sede mundial do Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, 2015.

[2] Fatos espíritas, William Crookes, Federação Espírita Brasileira (disponível na biblioteca do site valdiraguilera.net)

[3] Fenômenos de transporte, Ernesto Bozzano, Editora O Clarim, Matão, SP (disponível na biblioteca do site valdiraguilera.net)