Antes de falar sobre “a prática do bem”, vamos refletir sobre “a prática das más ações”.
A falta de uma ação espiritualizadora eficaz e saneadora firmada nos princípios cristãos é como uma porta aberta às ações desabonadoras. Há os que deixam de praticar ações reprováveis pelo receio de receberem castigos posteriores. Outros, ainda, pelo medo de serem descobertos ou surpreendidos em suas atitudes incorretas.
Podemos observar que muitas vezes a prática do mal não se concretiza porque existe de certa forma algum mecanismo que a impeça e nunca uma vontade educada nos moldes de uma boa formação moral, fortalecida e imperiosa para repelir os impulsos e as intuições que levam à realização de atos que atestem ausência de espiritualidade.
Analisando a palavra praticar. Praticar significa cultivar, desenvolver, exercitar etc. Como podemos observar, trata-se de uma ação contínua, e na ótica espiritualista a prática do bem deve tornar-se um hábito, uma realização voluntária. Podemos então observar o trecho da irradiação B que diz …”e tenhamos consciência de nossos erros, a fim de evitá-los e nos fortalecer para praticar o bem”. A pessoa esclarecida e, portanto, consciente de seus erros, falhas e imperfeições empenha-se em fazer as devidas correções, sempre atenta para que não se repitam. Esse é o caminho do aperfeiçoamento espiritual. O indivíduo espiritualizado governa-se pelas bases sólidas da ética, da moral e da justiça, consciente de seus deveres e obrigações para consigo mesmo e para com a coletividade.
“Os seres humanos têm o dever espiritual de praticar o bem mediante atos construtivos e produtivos, que visem ao bem-estar da coletividade no meio social em que vivem.” – Humberto Rodrigues.
“Todos possuem qualidades e atributos inatos que favorecem as boas ações, porém a vigilância constante é fato de considerável relevância na busca pelo aperfeiçoamento espiritual para que a pessoa não se desvirtue do exercício diário das práticas cristãs”.
“Voltem-se para dentro de si mesmos. Reconheçam suas imperfeições, mas não critiquem as do próximo. Estendam-lhe as mãos, sem, contudo, alimentar ociosidade e vícios de qualquer espécie. Muitas vezes a palavra amiga, o encorajamento moral tira-o de situações desfavoráveis, dão-lhe ânimo, sendo um bem para quem o pratica”. – Antonio Cottas.
Fortalecer a vontade para a prática do bem é a recomendação número um na síntese dos princípios racionalistas cristãos. A vontade é um dos principais atributos do espírito que, quando fortalecida para o bem, impulsiona e estimula o que foi planejado e idealizado pelo espírito para que o êxito seja alcançado. E como fortalecer a vontade (para a prática do bem)? É no exercício diário com desempenho e dinamismo, colocando-a como requisito indispensável aos bons hábitos cotidianos, às ações construtivas e progressistas para nós mesmos e para a comunidade da qual fazemos parte. Os conceitos espiritualistas cristãos reforçam a prática do bem aos semelhantes, mas devemos estar alertas para o fato de que não devemos alimentar os vícios e a ociosidade de quem quer que seja. Muitas vezes o auxílio aos semelhantes se configura em palavras que levam conforto espiritual, ânimo e encorajamento revigorando a alma dos combalidos pelas batalhas próprias do viver terreno. Se cada um de nós fizer a sua parte pensando e levando o bem, seja em qualquer cantinho do mundo, onde estiver, certamente irá contribuir para minimizar o sofrimento dos carentes de espiritualidade, tornando mais límpida a camada fluídica da Terra.