Se nos fosse dado rever todos os processos registrados na história pelos quais o espírito encarnado já passou, iríamos constatar que em nenhum deles o ser humano esteve sozinho. Ao contrário, os espíritos encarnam em lares, que formam comunidades que se completam na sociedade e esta acaba por somar-se a outras e ajuda a formar o total abrangente da humanidade.
Poderíamos reparar também que nos três reinos naturais nada está sozinho. Ao contrário, tudo se mescla para formar uma grande biodiversidade, que abriga poderoso ecossistema, cuja complexidade forma a base mais sustentável que o ser humano pode descortinar neste mundo.
No reino animal constatamos com mais clareza essa assertiva, pois em toda a sua extensão vemos que os animais estão em pares para que um complete o outro e haja, assim, a preservação, a perpetuidade de cada espécie.
Assim também acontece com os seres humanos. Ninguém nasce ou vem a este mundo para ser um eremita. Os humanos, já de posse do princípio inteligente, que é o espírito, necessita estar em meio a outros que lhes são afins. E é por isso que, movidos pelos bons sentimentos, homem e mulher se unem para construir um lar, uma vida. Baseados nos princípios e preceitos da boa moral, se conduzem vivendo felizes, mesmo que uma felicidade relativa, mas que pode ser intensa, quando há honestidade, amor, sinceridade, cumplicidade e outros sentimentos nobres que existem e fazem parte do arcabouço espiritual de cada um.
Tudo na vida terrena é passageiro e, assim como nascemos, crescemos, nos unimos e multiplicamos a nossa espécie, também um dia o ciclo de vida terrena cessa e é aí que, na maioria das vezes, as pessoas se sentem sós e não conseguem superar a solidão, mesmo que estejam envolvidas por outras pessoas, mas ela não consegue ver isso e se enclausura dentro dela mesma fechando para si todos os portais que a levaria a grandes horizontes a serem descortinados.
E todo esse processo vai complicando-se à medida que vai chegando a terceira idade, pois as pessoas idosas se tornam mais carentes, com tendência a depressões e alguns transtornos psíquicos neuróticos que as levam a uma condição de quase confinamento dentro de si mesmas.
Está comprovado cientificamente que pessoas vítimas de solidão na terceira idade são as mais propensas à intensificação do desgaste emocional, alteração da pressão arterial, desequilíbrio iônico, dores localizadas e outros males que podem levar até à desencarnação prematura.
Por isso é aconselhável que as pessoas idosas continuem a pensar na beleza da vida, em quanto vale a pena praticar atividades físicas, lazer salutar, chegar-se mais aos demais familiares e amigos, participar de eventos em que certamente estarão pessoas que lhes são afins e cujo convívio por momentos, que sejam longos ou curtos, mas intensos, lhes trarão alegria e felicidade.
O importante é viver cada segundo como se fosse a eternidade. Pois assim o espírito vai recuperando as suas forças anímicas que alimentaram o corpo físico através da filtragem pelo corpo fluídico, reacendendo cada vez mais a vontade de viver.
Não se pode deixar que a solidão invada a vida, pois se assim acontecer somente males trará para contribuir com o desequilíbrio físico e psíquico. Quando a pessoa é esclarecida jamais se deixa vencer pela solidão. Ao contrário, luta ferrenhamente para que ela não invada uma vida em que o espírito ainda precisa do corpo físico, não só para fazer a sua evolução, mas também ainda poder contribuir muito para o crescimento e a evolução dos vindouros inseridos em nossas vidas, sejam filhos, netos, bisnetos, naturais ou adotados. O importante é saber contribuir para que eles possam sentir um porto seguro, que poderá certamente com muita vivência e experiência de vida, conduzi-la nas estradas da vida. Aí, sim, ninguém sentirá solidão, pois sentirão a grande felicidade de ser úteis ainda no caminhar de seu viver.