Veículos que conduzem à felicidade

Defendemos que os assuntos de proveitoso entendimento – os que abarcam conteúdos que inspiram, estimulam e elevam os seres humanos –devem ser revisitados e apurados periodicamente e, sempre que possível, ampliados à luz da espiritualidade defendida pelo Racionalismo Cristão. Nessa perspectiva, retomaremos, na presente reflexão, o tema da felicidade, identificando suas bases e dissolvendo entendimentos equivocados que orbitam seu conteúdo.

A concepção de felicidade como consequência de sucesso material ou de aquisição de poder necessita ser revista e superada se o ser humano quer deixar espaço em sua vida para o crescimento e o amadurecimento espiritual, eventos que o revigoram e plenificam. Conquistamos a felicidade não com ganância, cobiça e espírito de acumulação, e sim com a firme resolução em cumprir com eficácia e boa vontade os deveres assumidos e praticar constante e desinteressadamente o bem.

O conhecimento e a prática espiritualista difundida pelo Racionalismo Cristão representam os mais seguros veículos que conduzem à felicidade. São os instrumentos que permitem à pessoa discernir e selecionar, com racionalidade e lucidez, pensamentos e condutas, fortalecendo-a para a absorção dos valores transcendentes que produzem bem-estar e saúde psíquica.

O conhecimento espiritualista se traduz no autoconhecimento e na constatação de que o acaso não existe, uma vez que há uma organização inteligente por trás de todos os fenômenos e movimentos que se desencadeiam no Universo. Enquanto o ser humano não despertar para essa evidência, mui dificilmente identificará a senda que conduz à felicidade.

A prática espiritualista representa a ação objetiva em consonância com os conteúdos assimilados por meio do estudo da transcendência. Esse estudo não se relaciona apenas com leituras, mas é muito mais amplo, pois abrange a observação racional da realidade que nos envolve e nos estimula ao desenvolvimento das potencialidades de que todos, indistintamente, somos portadores.

As circunstâncias que nos envolvem nunca – isto mesmo: nunca! – são determinantes e imprescindíveis para a verdadeira felicidade, porque esta resulta diretamente do cumprimento do dever e da consciência de que tudo caminha para o bem, para o aperfeiçoamento, e de que ninguém jamais está sozinho. Diante dessa verdade, as ilusões e fantasias caem por terra como folhas mortas, conduzidas para longe pelo sopro da espiritualidade, que tudo renova e tudo movimenta.

Naturalmente, a busca da felicidade é, para toda pessoa, uma vocação e uma necessidade. Ninguém pode se subtrair a esse fato. Todavia, o materialista, afeito ao poder e à acumulação de valores pecuniários, desvia-se a passos largos da autêntica felicidade, enquanto o ser humano de boa vontade, à medida que se esclarece espiritualmente através dos ensinamentos do Racionalismo Cristão, passa a compreender que a autêntica felicidade exprime uma consciência leve, realizada e plena, em consonância com os valores que, com rigor lógico, procuramos refletir neste artigo.