Ninguém se deve descuidar da realidade de que é um espírito e como tal, precisa viver espiritualmente.
Luiz de Souza
A vida na Terra para ser bem aproveitada exige que exercitemos a espiritualidade em todas as suas formas do nascer ao pôr do sol, seja num cordial sorriso ao desejarmos um bom dia ao nosso vizinho, seja no desempenho de nossas tarefas feitas com desvelo, seja ao contemplarmos os raios do sol iluminando as varandas floridas, seja apreciando um simples copo d’água que nos sacia a sede, seja no semblante do idoso que expõe no rosto as evidências do trabalho e das experiências vividas, seja nas lutas que travamos no dia a dia, pois o viver terreno é de trabalho, trabalho de lapidação espiritual através da superação dos reveses, pois eles são fontes de aprendizado e sem esforço para buscar melhoria espiritual não há evolução nem crescimento.
Esse contato com a natureza e as pessoas é um exercício de espiritualidade no contexto em que ora nos encontramos envolvidos enquanto espíritos na posse de um corpo físico a transitar pelo planeta-escola Terra. As demonstrações de diversidade evolutiva existente entre os seres em evolução são facilmente identificadas pela maneira como cada um se conduz nesse caminhar evolutivo e como exteriorizam seus sentimentos através de suas ações. Todos nós, como alunos deste planeta-escola, devemos estar atentos e observantes ao que se passa ao nosso redor, para, usando acertadamente o raciocínio, possamos ser capazes de avaliar cada situação, delas recolhendo as melhores lições.
Sejamos então bons alunos para bem aproveitar essa maravilhosa oportunidade de interação com nossos semelhantes para pensar, repensar, refletir, construir ideias, rever conceitos e tudo mais que acrescente espiritualidade à nossa vida.
A Terra é um vasto campo de crescimento espiritual, porque nela os espíritos de posse de um corpo físico encontram as oportunidades para corrigir suas imperfeições e eliminar seus erros, desde que atentos às variadas exteriorizações de sentimentos e ações provenientes dos diferentes níveis evolutivos em que se encontram seus habitantes, nossos irmãos em essência, em processo evolutivo. Em grandes e significativas experiências se resumem as relações humanas.
O desconhecimento das coisas do espírito leva os seres a tomar decisões equivocadas derivadas de um livre-arbítrio ineficiente. Viver isoladamente é uma delas. A posse de um corpo físico é oportunidade que muitos espíritos anseiam em seus campos de estágio e representa experiência rica em aprendizado, acrescentando bagagem ao cabedal evolutivo. Furtar-se o indivíduo a essa inter-relação é prejuízo espiritual.
Se o contato social e a vida de relação são importantes meios para que os seres humanos colham as experiências vividas como elementos formadores e fortalecedores do cabedal evolutivo, por que alguns preferem uma vida solitária, reclusos e apartados desse contato tão rico e necessário? É no contato com o outro, nessa interação de troca mútua onde ensinamos e aprendemos uns com os outros que colocamos em prática elevados conceitos espiritualistas, pois cada um contribui de alguma forma para a evolução do outro. As pessoas de personalidade forte e de difícil convivência, não se importam em viver uma vida solitária, porque preferem não ter interferência em seus procedimentos, nem fazer as mudanças necessárias ao bom convívio social.
Para evitar as devidas adequações que vão contra sua maneira de viver, optam por um viver isolado para não saírem de sua zona de conforto e terem que expor suas imperfeições e fraquezas, ficando sujeitos à opinião alheia. A pessoa que escolhe viver uma existência isoladamente e furtar-se ao convívio coletivo declara-se incapaz de formar e estreitar laços, acomodando-se na inércia espiritual que dificulta e torna muito mais longo o caminho evolutivo, porque a convivência humana é fundamental, pois é nela que assimilamos as experiências desse convívio para que possamos promover o desenvolvimento e fortalecimento de nossos atributos.
O relacionamento humano é fonte inesgotável de aprendizado mas para que esse objetivo seja alcançado e essa interação seja salutar é necessário que se observem os principais pilares que sustentam um bom relacionamento.
Empatia, respeito e fraternidade – não se pode exercer a espiritualidade quando pensamos de forma individualizada, porque estamos todos conectados uns aos outros e essa inter-relação é o mecanismo que favorece esse exercício, proporcionando a cada um o fortalecimento de atributos como paciência, tolerância, renúncia, compreensão, resultando em progresso e crescimento do espírito.
Feliz é aquele que vive em conformidade com as normas e métodos espiritualistas, de forma operosa e honrada e assim está em paz com sua consciência, porque sabe ser cumpridor de seus deveres. Decidindo-se pela espiritualidade o ser humanos verá então projetada em sua marcha evolutiva o surgimento de novas luzes que lhe indicarão com segurança seus passos em direção ao crescimento espiritual.
À medida que for adquirindo conhecimento espiritualista, compreendendo sua essência espiritual e reconhecendo no outro essa mesma essência, dificilmente se desviará desse caminho luminoso, pois suas tendências estarão focadas nas dignificantes coisas do espírito, sempre com convicção e firmeza de propósito em tornar-se uma pessoa melhor amanhã do que foi hoje.