O trabalho na sociedade e para a sociedade, que se traduz na vida laboriosa, portadora de dignidade e produtividade, foi sempre um tema de máxima relevância no contexto de nossos estudos filosófico-espiritualistas. Voltamos a ele com certa frequência, a fim de fornecer subsídios e reflexões cada vez mais ampliados para que as pessoas desenvolvam uma visão coerente e espiritualizada acerca do trabalho, fundada tanto na importância que ele projeta no campo social quanto no desenvolvimento de hábitos sadios e no consequente aprimoramento da personalidade.
O trabalho honesto e bem feito tem, sem dúvida, o poder de neutralizar pensamentos negativos e sentimentos sabotadores e incentivar o cultivo de importantes virtudes, primeiro do ser humano trabalhador, esforçado e cuidadoso, depois de todos aqueles que tiverem força de vontade para seguir-lhe o exemplo.
Note-se que há, na base desse conceito, um tipo de pensamento que honra quem o cultiva: aquele que estimula a valorização do trabalho e a reflexão sobre os inúmeros benefícios que ele proporciona.
Perspectivas distintas. Quando o ser humano se desvia de suas obrigações para consigo mesmo e para com a família, enveredando-se pelo largo e convidativo caminho das facilidades e dos vícios, passa a desvalorizar o trabalho e a buscar soluções aparentemente menos desgastantes, que o retêm no campo das ilusões e do sofrimento.
De forma contrária, quando a pessoa desenvolve a necessária força moral para superar os impulsos autossabotadores e os pensamentos de desânimo e preguiça, passa a interpretar o trabalho como uma elevada oportunidade de crescimento ético e espiritual, afinal a energia oriunda do trabalho honesto e realizado com esmero afugenta, por assim dizer, as mais insidiosas e malfazejas ideias e intuições.
Uma das mais eficazes e consistentes formas de elevação espiritual se dá por meio do trabalho honesto, bem como do estudo e vivência das disciplinas construtivas da vida.
Cabe ressaltar que o ser humano que despertou para a espiritualidade proposta pelo Racionalismo Cristão deve envolver-se com a transcendência e se deixar penetrar por ela de maneira integral. Seus pensamentos e aspirações, sentimentos e vontades devem exprimir gentileza, harmonia e paz; sua conduta deve ser emoldurada pelas maravilhosas virtudes, entre as quais se destaca, sem dúvida, a do amor ao trabalho.
Aqueles que querem vencer e triunfar na vida com ética e honestidade devem aparelhar-se para enfrentar os inúmeros desafios que têm pela frente. Dessa forma, sem dedicação, abnegação, disciplina e método, ninguém obtém êxito. Não haja dúvida: a vitória, seja profissional, pessoal ou até mesmo espiritual, não é possível sem paciência e dedicação constante ao trabalho.
Triunfo. Ao tratarmos do tema do trabalho, analisando-o à luz da espiritualidade defendida pelo Racionalismo Cristão, percebemos que sua noção essencial se assenta tanto na consciência de seu alto valor, quanto em sua importância no que se refere ao aperfeiçoamento espiritual do ser humano. Seu fundamento é a capacidade humana de realização, impulsionada pelo atributo da criatividade.
O trabalho será desejável, respeitado, útil e nobre desde que se estabeleça em consonância com a ética, a moral, os princípios da espiritualidade e a ordem jurídica. Nossos estudos filosófico-espiritualistas atribuem ao trabalho uma alta significação, e por essa razão estamos sempre retomando e ampliando seu estudo, seja como elemento gerador de prosperidade, civilizador e educativo, seja como fator indispensável à vida e à dignidade humana.
Com o intuito de oferecermos mais oportunidade de reflexão sobre esse tema, incluiremos na próxima edição do livro essencial de nossa filosofia de vida, um capítulo específico sobre o trabalho, essa exigência vital. Assim, o trabalho e a energia a ele reunida ganharão cada vez maior amplitude em nossas análises, pesquisas e estudos, pois cumpre-nos esclarecer que ele deve aproximar as pessoas e dissolver as diferenças, jamais o contrário, posto que estamos todos interligados e dependemos uns dos outros.