Não frequento uma casa racionalista cristã, mas de vez em quando faço a limpeza psíquica no lar, sozinha. Conheço essa Filosofia pessoalmente, em algumas oportunidades no enfrentamento a situações difíceis. Estou no meu segundo casamento há longa data e tenho dois filhos adolescentes com meu atual marido. Da primeira união, tenho meu filho mais velho, muito inteligente, estudioso, uma pessoa ética, que busca seguir os princípios do cristianismo. Hoje é uma pessoa adulta e não mora mais comigo.
Durante a pandemia ele nos informou que se sente mulher e mudou seu nome, seu gênero, seus documentos, passou a se vestir com roupas femininas e a conviver com pessoas transgêneras e transexuais. Sofri muito com isso, por não entender como e onde tudo começou, já que em quase 30 anos ele nunca me havia dado pistas ou traços de uma identidade feminina. Cheguei a pensar que estava sob uma possessão espiritual, foi o que me ocorreu quando ele disse a mim e a meu marido, era como se fosse outra pessoa. Desde então, o chamo pelo nome feminino, uso artigos femininos, mas não sinto coerência alguma em seu modo de viver e me sinto hipócrita, desconfortável. Tenho medo de ele ser agredido e humilhado pela homofobia, pelo preconceito, e até em casa me sinto triste diante de piadas sobre travestis e outras dos meus próprios familiares.
No início ele foi agressivo conosco ao impor sua nova identidade, chegou a falar em suicídio se não fosse chamado por seu nome feminino, o que me deixou desesperada, porque na minha família paterna houve um caso desses. Foi uma crise dificílima em nossa família e um baque no nosso relacionamento mãe e filho. Antes éramos muito unidos, me separei quando ele tinha cinco anos e busquei manter um bom relacionamento com meu ex-marido e seus pais para preservá-lo. Com tudo isso, chegamos a brigar pelo telefone, coisa que nunca tinha havido. Com o tempo, fomos nos aproximando, mas não é o mesmo. Penso no que errei ao criá-lo. Penso em como evitar algo assim com meus outros filhos, pois venho de pais evangélicos. Toda vez que penso nele como está me sinto muito triste e essa tristeza toda tirou a cor da minha existência. Eu busco ir em frente, mas há tempos me sinto dentro de uma vala sem ter como sair. Eu, que sempre trabalhei, desde os 16 anos, pedi demissão para cuidar da família e hoje me sinto ainda mais impotente diante da vida.
Perdi amigos, estou reclusa e passei a fumar, a algumas compulsões e a sentir uma grande ansiedade. Gostaria de um apoio, uma palavra, uma direção. Meu pai morreu há onze anos, ele era muito amado, meu porto seguro, e isso já me causou muito pesar. Depois, esse meu filho mais velho teve uma doença crônica que me deixou tão preocupada a ponto de tentar antidepressivos. Com essa situação de gênero, fiquei ainda mais solitária, frágil e insegura, além de culpada sem saber o motivo. Agora estou entrando na menopausa e perdi minhas referências. Parece que eu não sou mais eu.
Obrigada sempre que sinto vontade, assisto ao Racionalismo Cristão pelo Youtube.
Resposta: Prezada, você nos apresenta duas preocupações: uma em relação ao seu filho mais velho e outra relacionada à educação dos outros dois filhos.
Suas preocupações giram em torno do problema principal que a aflige: seu filho mais velho, por adulto, optou por uma mudança de gênero. Você nos afirma que aceitou o fato e procurou agir como ele queria, mas, no íntimo, não aceita a escolha de seu filho, pois se pergunta onde foi que errou ao educá-lo e está muito preocupada em não repetir o erro com os outros filhos. Como pode perceber, suas duas preocupações giram em torno do mesmo problema: a escolha de seu filho (que você afirma ter aceitado) foi um erro e você foi a responsável por isso.
Objetivamente falando, seu filho fez sua escolha já adulto, portanto perfeitamente capaz de fazer suas opções. Aprendemos no Racionalismo Cristão que somos responsáveis por nossas escolhas, pois temos livre-arbítrio. Suas reações devem ter sido percebidas pelo filho que sabe não ter sido aceito pela mãe, o que contraria o que você afirma ao dizer que aceitou a mudança que ele escolheu fazer.
Também acha que é responsável pelas ações do filho e teme que o mesmo aconteça com os outros dois.
Perguntamos a você: o que resultou dessa sua forma tão negativa de pensar? A resposta foi dada por você: ¨Toda vez que penso nele como está me sinto muito triste e essa tristeza toda tirou a cor da minha existência¨.
Conhecendo o Racionalismo Cristão, sabe a força do nosso pensamento. À medida que você se sente culpada e fica procurando possíveis erros, tudo isso muito negativo, você mergulhou numa atmosfera negativa e atraiu para si tudo que tem sintonia com sua forma de pensar, o que resultou em fraqueza espiritual.
Que aconselhamento recebemos dessa filosofia quando estamos em sua situação? Somos estimulados a mudar imediatamente nossa forma de pensar e usar o bom-senso e nossa capacidade de raciocinar para analisar os fatos como eles são. Ficar procurando culpas resolveu seu problema? Ou simplesmente enterrou-a numa situação em que sua vida perdeu o sentido?
Siga as orientações que o Racionalismo Cristão nos oferece. Lembra-se delas?
Fazer a limpeza psíquica diariamente, de preferência nos horários em que fortes correntes positivas se formam: às 7 horas da manhã e às 20 horas; estudar a espiritualidade, lendo as obras editadas pelo Racionalismo Cristão, principalmente as essenciais: Racionalismo Cristão, A vida forada matéria e Prática do Racionalismo Cristão, em suas últimas edições; Manter pensamentos positivos, desejando a felicidade de seus filhos e aceitando-os como eles são. Determine-se a operar mudanças em sua vida, mudando seus pensamentos e encarando a vida terrena como uma oportunidade para seu crescimento espiritual, agindo com compreensão, amizade, amor e tolerância. Tenha certeza de que sentirá maior força espiritual para conduzir sua vida com mais sabedoria. Seguindo essas orientações, perceberá que a vida tem um sentido maior do que aquilo que se passa no nível do viver terreno.