A importância do domínio próprio

Uma das características intrínsecas de todo espírito está relacionada ao domínio próprio. O domínio de si mesmo é, portanto, um atributo que o ser encarnado desenvolve paulatinamente, em cada encarnação. De pouco em pouco todos chegarão ao pleno domínio da própria vontade.

Entre os muitos atributos do espírito que reclamam desenvolvimento, a capacidade de dominar a si mesmo é fundamental para que o ser encarnado caminhe com segurança pela estrada da evolução neste mundo de escolaridade, estrada essa muitas vezes tortuosa e repleta de armadilhas preparadas para colher os incautos e menos diligentes.

Toda pessoa tem a capacidade de se dominar, de refrear seus impulsos agressivos, de comandar sua vontade. Entretanto essa capacidade requer treinamento para se fortalecer, com exercícios constantes e disciplinados, pois assim como se fortalecem os músculos do corpo físico com exercícios constantes e disciplinados, também os atributos do espírito exigem constância e disciplina para se desenvolverem.

Estão na vontade e no pensamento as chaves que dão acesso ao autocontrole, pois ambos – vontade e pensamento –agem sempre conjuntamente, de forma inseparável. O pensamento delineia a ação a ser praticada e a vontade executa.

Quando o ser humano reconhece que todos os seus atos cotidianos têm origem em si mesmo, ou seja, têm a anuência da sua vontade, começa a perceber e a exercitar o domínio próprio, pois passa a ser menos vulnerável às contingências alheias à própria vontade, percebendo, concomitantemente, que, se não pode dominar e controlar fatores influenciadores externos, pode e deve determinar como reagirá a eles pelo uso da vontade fortalecida, alicerçada no pensamento e no raciocínio.

A irritação, o mal humor, a revolta íntima e inúmeras outras condições mentais e emocionais negativas funcionam como ímã de atração da corrente oposta à corrente do bem, o que não é recomendável àqueles que querem caminhar com segurança.

O ser humano deve ter em mente que é um espírito encarnado a processar sua evolução com total responsabilidade sobre seus atos e reconhecer que andar pelo mundo alheio a si mesmo é como navegar num mar revolto sem saber de onde veio nem para onde vai e sem os necessários instrumentos de navegação, de orientação. É, pois, dar ensejo à um naufrágio.

Usando a simbologia da navegação, pode-se dizer que o ser que tem a fortaleza de dominar a si mesmo pode até enfrentar tempestades, pois elas podem ocorrer independentemente da sua vontade, mas jamais navegará a esmo, sem rumo. Nunca irá abandonar o comando de sua embarcação e enfrentará todas as situações adversas com coragem, ânimo e destemor.