Não é novidade afirmar que o ser humano está destruindo seu habitat com hábitos, costumes e práticas daninhas, na maioria dos casos voluntária e conscientemente. O homem destrói florestas, faz secar rios e lagoas e lança ao ar quantidade excessiva de dióxido de carbono (CO2), o grande vilão do aquecimento global, emissões que poderiam ter maior controle.
Já em meados do século passado cientistas alertavam para o perigo, assinalando que a indústria do petróleo acabaria tendo um impacto catastrófico na civilização humana. Análises indicam que a culpa pelos danos é do capitalismo industrial e de seu vício em combustíveis fósseis.
Artigos que se reportam a cientistas e à conclusão de seus estudos, publicados na internet, dão conta de que, nos últimos 25 anos, a porcentagem mais rica da população mundial, baseada principalmente no Norte global, foi responsável por mais do que o dobro da poluição de carbono que os 3,1 bilhões de pessoas que compunham a metade pobre da humanidade. Estudo recente concluiu que os 10% das famílias mais ricas usam quase metade (45%) de toda a energia usada no transporte terrestre e três quartos de toda a energia empregada na aviação.
O sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado na Suíça, afirma ser indiscutível o papel das atividades promovidas pelo homem, em especial da emissão de gases de efeito estufa, como o CO2 e metano (CH4), na indução do processo de mudanças climáticas.
Afirma o relatório ser inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a superfície terrestre. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera e no oceano.
O trabalho indica também que, se a tendência de elevação global da temperatura do planeta não for revertida rapidamente, eventos climáticos extremos, como fortes ondas de calor, chuvas intensas e secas severas, vão tornar-se mais frequentes e agudos, acarretando pesados impactos socioeconômicos.
O documento informa que a temperatura média do planeta muito provavelmente deverá aumentar 1,5 grau Celsius (ºC), ou até mais do que isso, em relação aos valores do período pré-industrial (entre 1850 e 1900) em algum momento da próxima década, cerca de 10 anos antes do que os relatórios anteriores tinham previsto.
Segundo o IPCC, o século XX foi o mais quente dos últimos tempos, com crescimento médio de 0,7ºC das temperaturas de todo o globo terrestre. A estimativa, segundo o mesmo órgão, é que as temperaturas continuem elevando-se ao longo do século XXI caso ações de contenção do problema não sejam adotadas em larga escala.
A primeira grande atitude, segundo apontamentos oficiais e científicos, para combater o aquecimento global seria a escolha de fontes renováveis e não poluentes de energia, diminuindo ou até abandonado a utilização de combustíveis fósseis, tais como o gás natural, o carvão mineral e, principalmente, o petróleo.