Justiça é palavra muito ouvida no dia a dia. Analisando seu conceito com o olhar voltado para a proteção das coisas materiais, justiça é a faculdade de julgar segundo as normas do Direito e da melhor consciência, pelas quais as sociedades bem constituídas tentam coibir atos imperfeitos praticados pelos seres humanos que perderam a consciência de si mesmos como espíritos em evolução. Ao extrapolarem os limites individuais tomando para si o que não lhes pertence, seja por meio violento ou por qualquer outro ato danoso que fira o direito dos semelhantes, ficam sujeitos a julgamentos, com sentenças condenatórias de várias naturezas, como privação de liberdade, cumprimento de serviços assistenciais ou pagamento de multas e indenizações geralmente de natureza pecuniária àqueles que foram lesados ou, então, com sentenças absolutórias que, não raras vezes, alcançam indivíduos que nem sempre são de fato inocentes.
Todavia, o conceito espiritualista de Justiça é muito mais amplo do que sua definição de natureza material, podemos assim dizer. Justiça é, sobretudo, um senso inato de absoluto equilíbrio e irrestrita igualdade, com as mesmas oportunidades e os equivalentes recursos a que todos os seres humanos recorrem no processo de evolução como parcelas que são da Inteligência Universal. Portanto, a justiça transcendente não implica julgamentos de espíritos feitos por outros espíritos. Ocorre justamente o contrário quando o espírito retorna ao seu mundo de estágio no final da existência em corpo humano. É o próprio espírito que realiza seu julgamento em campo astral, livre de todas as influências danosas existentes no plano físico. Nessa condição, ele avalia com precisão e clareza tudo que realizou de positivo e negativo, analisa de forma racional, lógica e dedutiva todos os atos que praticou na última e nas existências anteriores, a fim de planejar, como resultado dessa análise avaliativa, uma nova existência que corrija e aprimore atributos e faculdades ainda imperfeitos. Na condição de livre da matéria densa, o espírito não consegue encobrir os próprios erros ou os negar ao mesmo tempo que aponta com dedos críticos as faltas alheias, atitude tão comum neste mundo, onde a materialidade prevalece muitas vezes sobre a espiritualidade que se pretende ser mais abrangente.
Sendo assim, é necessário que as pessoas se esclareçam espiritualmente, para não se deixarem levar pela lógica materialista do mundo. O progresso material e a evolução espiritual exigem dos seres humanos convivência e trabalho. É com essa finalidade que estão transitoriamente neste mundo de escolaridade, por lhes oferecer as condições propícias de vida ao estágio de evolução em que se encontram. Daí a importância do conhecimento das leis evolutivas que regem o Todo Universal, do poder do pensamento bem irradiado como força de atração incomensurável ao progresso quando voltado para a prática do bem. Tudo que é concebido pela humanidade, todos os atos por ela praticados são antes plasmados em matéria fluídica, tenham eles boas ou más intenções. Essas formas-pensamentos se avolumam, ganham movimento e se expandem pelo oceano de matéria fluídica que envolve a Terra. São essas verdades transcendentes que o Racionalismo Cristão mostra aos estudiosos da espiritualidade.
Os estudiosos da espiritualidade aprendem a educar os pensamentos, para que tenham boa saúde física e psíquica, a raciocinar com clareza, para que tomem decisões que tragam sucesso aos seus empreendimentos, sempre respeitando o próximo com paciência e compreensão, pois a justiça, para ser legítima, não aceita arbitrariedades. Ao contrário, exige equilíbrio e bom senso na análise dos fatos e decisões sem excessos e sentimentalismos.
Os seres humanos têm capacidade de raciocínio. Logo, utilizem esse atributo como poderosa ferramenta espiritual em seu benefício e no dos semelhantes, tanto no convívio familiar e social quanto no ambiente de trabalho. Analisem tudo que lhes ocorre, avaliem suas reações diante dos fatos, observem os sentimentos que revelam, vejam como aceitam as ideias, potencialidades, limitações e necessidades dos semelhantes.
É hora de despertar para a espiritualidade! Lembrem-se que a prática dos princípios racionalistas cristãos muito ajudam na espiritualização das pessoas.